Comitê da Bacia
Hidrográfica da Baixada Santista
MINUTA -
SÍNTESE
APRESENTAÇÃO
O
Plano de Bacia, mencionado na Lei Estadual no. 7.663/91, em seu
Artigo 29, Parágrafo 1o, Inciso I, é um instrumento de planejamento
dinâmico, numa visão de curto, médio e longo prazo, definido nos diversos
cenários possíveis, de forma a permitir uma gestão compartilhada do uso
integrado dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos.
Elaborado
ou atualizado quadrienalmente, deve basear-se no diagnóstico da bacia,
definindo diretrizes gerais visando ao desenvolvimento local e regional, e às
metas para se atingir índices progressivos de recuperação, preservação e
conservação dos recursos hídricos da bacia hidrográfica, com especial ênfase às
áreas críticas identificadas no Relatório “0”. Considera e compatibiliza os
programas setoriais e demais instrumentos de gestão. Propõe prioridades de
ações, escalonadas no espaço e no tempo, com as respectivas avaliações de
custos, de forma a propor o modelo de gerenciamento integrado dos recursos
hídricos da bacia, sob a ótica do desenvolvimento sustentável.
Conforme
preceitua a Lei Estadual 7.663/91, o Comitê da Bacia Hidrográfica da Baixada Santista
– CBH-BS foi instalado em 9 de dezembro de 1.995,
com a competência estabelecida em estatuto, de gerenciar os recursos hídricos
da bacia, objetivando à sua recuperação, preservação e conservação.
O
chamado Relatório “0”, que estabelece o diagnóstico da situação dos recursos
hídricos na bacia hidrográfica, foi elaborado, atendendo ao texto do Plano
Estadual de Recursos Hídricos 1996/1999, aprovado pelo Conselho Estadual de
Recursos Hídricos, em 11 de dezembro de 1995.
Com
base no Relatório “0”, o CBH-BS decidiu-se pela elaboração do correspondente
Plano de Bacia, instrumento básico e indispensável para a adequada gestão
integrada dos recursos hídricos da bacia. O Plano leva em consideração a
realidade da UGRHI 7, tomando por base as metas e prioridades constantes do PL
05/96, em seus anexos V1 a V21.
São
objetivos gerais do Plano de Bacia:
·
definir as diretrizes
gerais para orientar o desenvolvimento local e regional;
·
definir as metas para se
atingir índices progressivos de recuperação, preservação e conservação dos
recursos hídricos da bacia;
·
estabelecer os programas
e respectivas ações, necessários para que essas metas sejam atingidas,
baseando-se nas áreas críticas identificadas no Relatório “0”.
A elaboração do Plano de Bacia, além de constituir-se
numa exigência institucional, permitirá o correto equacionamento das questões
ambientais na bacia, prevendo a organização jurídico-institucional dos poderes
locais, além da participação e comprometimento das comunidades, fatores
condicionantes do sucesso da implementação das políticas estadual e nacional de
recursos hídricos.
Ressalte-se, ainda, que o Plano de Bacia permitirá o
encaminhamento, para análise e aprovação, de programas e projetos ambientais,
por parte das instituições financeiras.
A elaboração do Plano de Bacia vem consolidar, no
âmbito da Bacia Hidrográfica da Baixada Santista, um processo de gerenciamento
das águas, democrático, descentralizado, compartilhado e sustentável.
1.- A BACIA HIDROGRÁFICA DA BAIXADA SANTISTA - UGRHI 7 6
1.1.- ASPECTOS
GERAIS 6
1.2.-
CARACTERIZAÇÃO FÍSICA 9
1.2.1.- Geologia 9
1.2.2.- Recursos Minerais 9
1.2.3.- Geomorfologia 9
1.2.4.- Pedologia 10
1.2.5.- Potencial Agrícola 11
1.2.6.- Biodiversidade 11
1.3.-
SÓCIO-ECONOMIA 12
1.3.1.- Histórico do Desenvolvimento da Região 12
1.3.2.- Emprego Regional 13
1.3.3.- Logística Regional 14
1.3.4.-
Setor Terciário e Atividades Turísticas 14
1.4.-
DEMOGRAFIA 15
1.5.- USO E OCUPAÇÃO DO SOLO 16
1.6.- ÁREAS DEGRADADAS 18
1.6.1.- Áreas
Degradadas por Processos Erosivos Continentais
(Erosões e Escorregamentos) 18
1.6.2.-
Áreas Assoreadas 19
1.6.3.-
Áreas Degradadas por Aterramento de Manguezais 20
1.6.4.-
Áreas Suscetíveis a Inundações 20
1.6.5.-
Áreas Degradadas por Mineração 21
1.6.6.
- Vegetação Degradada por Poluição Atmosférica 21
1.6.7.-
Sub-habitações e Favelas 22
1.6.8.- Áreas
Contaminadas ou Sujeitas à Contaminação por
Fontes Potencialmente Poluidoras (Resíduos Químicos) 22
1.6.9.- Degradação Ambiental 23
1.6.10.-
Acidentes Ambientais 23
1.7.-
DISPONIBILIDADE E QUALIDADE DOS RECURSOS HÍDRICOS 24
1.7.1.-
Disponibilidade dos Recursos Hídricos Superficiais 24
1.7.2.-
Qualidade das Águas Superficiais 25
1.7.3.-
Qualidade, Vulnerabilidade e Riscos de Poluição dos
Aqüíferos 27
1.7.4.- Balneabilidade das Águas Litorâneas 28
1.8.-
SAÚDE E SANEAMENTO 31
2.- OBJETIVOS, METAS E PROPOSIÇÃO DE
PROGRAMAS 34
2.1.- OBJETIVOS E METAS: AS
OFICINAS DE TRABALHO 34
2.1.1.-
A 1a Oficina de Trabalho 34
2.1.2.-
A 2a Oficina de Trabalho 36
2.1.3.-
A 3a Oficina de Trabalho 38
2.1.4.-
A 4a Oficina de Trabalho 39
2.2.- RECOMENDAÇÕES DO
RELATÓRIO “0” 40
2.3.- A
INTERFACE BAIXADA SANTISTA / ALTO TIETÊ 43
3.- METAS E ESTRATÉGIAS DE CURTO, MÉDIO E LONGO PRAZOS 47
3.1.-
Fortalecimento do Comitê de Bacia, Mediante a sua Descentralização, Ampliação
da Participação das Comunidades e Integração com Órgãos
Estaduais
e Federais 48
3.1.2.
Elaboração de agenda e implantação de medidas para
descentralização 49
3.1.3. Capacitação da
instância central, incluindo a estruturação da
Secretaria
Executiva, no sentido da criação da Agência de Bacia
e
capacitação de todos os técnicos envolvidos na gestão 49
3.2.- Criação de Política de Captação de Recursos para o Comitê 50
3.2.1. Avaliar e criar diretrizes de ação para conservação dos
recursos naturais da bacia 50
3.2.2.
Organização do orçamento estadual regionalizado 50
3.2.3.
Ampliação dos recursos do FEHIDRO, organização do
sistema de cobrança pelo uso da água e aprimoramento
dos projetos financiados 50
3.3.- Implantação de
Política de Apoio à Atividades, Práticas e
Tecnologias de
Desenvolvimento Sustentado 50
3.3.1. Educação ambiental 50
3.3.2. Capacitação técnica e
divulgação de tecnologia 51
3.3.3.
Apoio a atividades sustentáveis compatíveis com as
características e o potencial de recursos naturais da região 51
3.4.- Medidas para a
Sustação de Processos de Degradação e
Enfrentamento das
Situações Mais Críticas 51
3.4.1. Mananciais 51
3.4.2.
Áreas contaminadas 52
3.4.3. Manguezais 53
3.4.4.
Ampliação dos sistemas de coleta de resíduos sólidos,
ajustamento de conduta e demais providências 54
3.4.5.
Acidentes ambientais provocados por lançamento clandestino
de contaminantes provenientes de embarcações e dutos 54
3.4.6. Ampliação do número de ligações domiciliares aos
sistemas de esgoto 54
3.4.7. Abastecimento de água 55
3.4.8. Drenagem e controle de inundações 55
3.4.9. Controle e recuperação de Erosão 55
3.5.- Controle de Formas de Uso e Ocupação do Solo e de Preservação 56
3.5.1. Diretrizes e metas para a
gestão costeira 56
3.5.2. Proteção das Unidades de
Conservação, controle
de desmatamento 56
3.6.- Programas de Saúde 56
3.6.1. Principais atividades 56
3.7.-
Otimização do Uso das Águas Vertidas do Alto Tietê para a Baixada
Santista 57
3.8.-
Simulação de Receita a Ser Auferida com a Cobrança pelo
Uso
da Água 57
4.-
PLANO DE INVESTIMENTOS 60
5.- CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 69
1.- A BACIA HIDROGRÁFICA DA BAIXADA SANTISTA -
UGRHI 7
1.1.- ASPECTOS GERAIS
A
Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos no.7 - UGRHI 7,
correspondente à Bacia Hidrográfica da Baixada Santista, localiza-se a sudeste
do Estado de São Paulo, entre as coordenadas 23o 30’ e 24o 26’
latitude sul e 45o 10’ e 47o 04’ longitude oeste, ao
longo do litoral, numa extensão aproximada de 160 km.
Esta
unidade espacial constitui a segunda região metropolitana do Estado, instituída
pela Lei Complementar no 815/96, denominada Região Metropolitana da
Baixada Santista.
Os
municípios integrantes da UGRHI 7 são: Bertioga, Cubatão, Guarujá, Itanhaém,
Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande, Santos e São Vicente. Todos os municípios
estão inteiramente contidos na UGRHI 7.
As maiores cidades
localizadas na UGRHI são: Santos, São Vicente e Guarujá.
Sua área de drenagem é de 2.788,82 km², compreendendo a região do estuário de Santos, São Vicente e Cubatão, as bacias do litoral norte em Bertioga, e as do litoral sul e centro-sul em Peruíbe, Itanhaém, Mongaguá e Praia Grande. Agora, quando somamos apenas as áreas dos territórios dos 09 municípios que formam a UGRHI 7, temos uma nova área, que é de 2.373 km2. Suas nascentes encontram-se na vertente marítima da Serra do Mar e, após vencer desníveis de até 1.100 m, conformam planícies flúvio-marinhas, drenam manguezais e desaguam no oceano ou canais estuarinos.
A região apresenta largas formações vegetais halófilas - manguezais, assentadas sobre intrincada rede de drenagem. Sua composição geomorfológica é identificada por duas grandes unidades morfológicas: escarpas da Serra do Mar e Planície Litorânea ou Costeira. Apresenta ainda, duas importantes ilhas: a de São Vicente e a de Santo Amaro, estreitamente ligadas ao continente.
São seus cursos d’água principais: Rios Cubatão, Mogi e Quilombo ao centro; Rios Itapanhaú, Itatinga e Guaratuba com seus mangues preservados ao norte, e Rios Branco ou Boturoca e Itanhaém, ao sul.
A
UGRHI 7 limita-se a nordeste com a UGRHI 3, do Litoral Norte, a leste e sul com
o Oceano Atlântico, a sudoeste com a UGRHI 11, do Rio Ribeira de Iguape e
Litoral Sul, e ao norte com a UGRHI 6, do Alto Tietê.
O
quadro abaixo identifica as Sub-bacias que foram definidas no Relatório “0”, indica
as correspondentes áreas de drenagem e relaciona os municípios que as integram.
Código
|
Sub-bacia |
Área de drenagem km2 |
Municípios |
1 |
Praia
do Una |
33,09 |
Peruíbe |
2 |
Rio
Perequê |
64,34 |
Peruíbe |
3 |
Rio
Preto Sul |
101,83 |
Peruíbe |
4 |
Rio
Itanhaém |
102,57 |
Itanhaém |
5 |
Rio
Preto |
324,63 |
Itanhaém |
6 |
Rio
Aguapeu |
188,01 |
Itanhaém/Mongaguá |
7 |
Rio
Branco |
411,66 |
Itanhaém |
8 |
Rio
Boturoca |
182,84 |
Praia
Grande |
9 |
Rio
Cubatão |
175,55 |
Cubatão |
10 |
Rio
Piaçabuçu |
58,60 |
Praia
Grande |
11 |
Ilha
de São Vicente |
85,81 |
São
Vicente/Santos |
12 |
Rio
Mogi |
68,39 |
Cubatão |
13 |
Ilha
de Santo Amaro |
142,70 |
Guarujá |
14 |
Rio
Cabuçu |
69,65 |
Santos |
15 |
Rio
Jurubatuba |
79,36 |
Santos |
16 |
Rio
Quilombo |
86,88 |
Santos |
17 |
Rio
Itapanhaú |
149,32 |
Bertioga |
18 |
Rio
Itatinga |
114,88 |
Bertioga |
19 |
Rio
das Alhas |
108,27 |
Bertioga |
20 |
Rib.
Sertãozinho |
131,66 |
Bertioga |
21 |
Guaratuba |
108,78 |
Bertioga |
Total
|
2.788,82 |
|
§ As águas do Alto Tietê são revertidas à Baixada Santista, via canal do Pinheiros/Reservatório Billings, para geração de energia elétrica na Usina Henry Borden.
§ Esta reversão observa, hoje, as restrições impostas pela Resolução SMA-SES-03/92 que a limitam a situações de exceção e os parâmetros estabelecidos em acordo firmado entre os Secretários do Meio Ambiente, de Energia e dos Recursos Hídricos, em 1994, conhecido como a Nova Regra Operativa do Sistema Tietê/Billings.
§ Este sistema efetua o controle de cheias na bacia do Rio Pinheiros, mediante bombeamentos nas elevatórias de Traição e Pedreira para o reservatório Billings. Este promove a recuperação parcial da qualidade das águas revertidas, lançando-as no reservatório do rio das Pedras, já na vertente marítima, onde se encontram as tomadas d'água da Usina Henry Borden.
§
As águas do Alto Tietê
utilizadas na Usina Henry Borden são parcialmente utilizadas, também, para o
abastecimento público da Baixada Santista, através de captação no Rio Cubatão,
e para o abastecimento industrial de importantes indústrias de Cubatão, em
especial a COSIPA.
§ Da vertente marítima, por sua vez, duas pequenas transposições de água são efetuadas para reforçar os sistemas produtores da RMSP:
- 1 m³/s é revertido das cabeceiras do Rio Capivari, formador do Rio Branco, para a bacia do Rio Embu-Guaçu, formador do Rio Guarapiranga, e,
- 0,5 m³/s são transpostos da bacia do Rio Guaratuba para a bacia do Rio
Claro, no Alto Tietê.
O clima atuante na região,
fortemente influenciado pelos sistemas atlânticos polares e tropicais, não
apresenta uma uniformidade climática em toda a sua área, devido aos fatores
geográficos que acentuam determinadas características das massas de ar aí
atuantes.
A região leste, onde se localiza
a UGRHI, está sob a atuação das massas de ar: Tropical Atlântica e Polar
Atlântica.
A massa Tropical Atlântica atua
o ano inteiro. É uma massa proveniente do Atlântico, quente e úmida, que
penetra no continente pelo leste. Sua atuação no decorrer do ano é bastante
afetada pelo confronto com a massa de ar Polar e com as massas continentais
Tropical e Equatorial.
A massa Polar, com origem nas
altas latitudes, é fria, úmida, ativa durante o ano todo, mas com pulsações
diferentes conforme a estação. No inverno, é ela a responsável pela queda
significativa das temperaturas; no verão, seu confronto com a Tropical
Atlântica e com os fatores topo-climáticos da Serra do Mar, produz
instabilidade, resultando em elevados índices pluviométricos diários, as
“chuvas de verão”.
A topografia acidentada na
região individualiza, localmente, a atuação destas massas de ar.
Na área mais baixa, que abrange
o litoral, a temperatura média é superior a 18oC. O inverno é ameno,
estando as quedas de temperaturas associadas à penetração da massa Polar. O
verão é quente e longo, estendendo-se de outubro a março, com temperaturas
máximas em dezembro/janeiro. A temperatura varia em função da altitude: no
litoral, a temperatura média anual é superior a 24oC e a média das
mínimas, em julho, ultrapassa a 16oC; na encosta da Serra do Mar, a
temperatura média anual oscila entre 20o e 24oC e a média
das mínimas entre 8o e 10oC, podendo em determinadas
ocasiões a temperatura atingir 0oC.
Quanto
ao regime pluviométrico, a precipitação não é uniformemente distribuída em toda
a bacia. No litoral recebem entre 2.000 e 2.500 mm, enquanto nas áreas elevadas
os totais variam de 1.600 e 3.000 mm. Observa-se, também, a existência de dois
períodos bastante distintos: um chuvoso de novembro a março, com as maiores
precipitações ocorrendo em dezembro, e um período de estiagem que se estende de
abril a outubro, com mínimas registradas em julho e agosto.
1.2.-
CARACTERIZAÇÃO Física
O Relatório “0” detalhou a
caracterização do meio físico, aqui bastante sintetizada, com o objetivo de
permitir uma avaliação das potencialidades dos recursos naturais e das
fragilidades dos sistemas ambientais naturais, bem como a identificação de
áreas degradadas e contaminadas, como subsídio para a elaboração do Plano de
Bacia da Baixada Santista.
1.2.1.-
Geologia
O substrato geológico da
região é composto por grande variedade litológica, agrupada genericamente em
dois grupos com características distintas: as rochas do embasamento e as coberturas
cenozóicas.
As 13 unidades geológicas, com
as respectivas rochas predominantes - pertencentes ao embasamento - foram agrupadas em 6 tipos litológicos, em função de
suas características geológicas e geotécnicas similares:
1 - granitos variados, bem como granulitos e charnockitos
2 - xistos e filitos
3 - quartzitos
4 - rochas calcossilicatadas
5 - rochas básicas, principalmente metabásicas
6
- migmatitos variados
As coberturas cenozóicas correspondem às seqüências sedimentares
inconsolidadas, encontradas nas áreas planas e baixas da Planície Costeira e no
sopé das encostas. São representadas por 4 unidades geológicas.
1.2.2.-
Recursos Minerais
Os recursos minerais da Bacia
Hidrográfica da Baixada Santista compreendem basicamente matérias primas
voltadas para a construção civil: areia, cascalho, brita, pedra como revestimento
e pedra para calçamento. Recursos minerais metálicos não são conhecidos, embora
se possa mencionar a existência de sulfetos e cristais de molibdenita em
fraturas, registradas em pedreiras de Santos.
1.2.3.-
Geomorfologia
A bacia está inserida na
Província Geomorfológica denominada de Província Costeira. Corresponde à área
drenada diretamente para o mar, constituindo o rebordo do Planalto Atlântico.
Forma uma região serrana, que nas áreas mais próximas do mar cede lugar a uma
seqüência de planícies de variadas origens. Geomorfologicamente, a região é
heterogênea, contendo, desde planícies costeiras, mangues e formações
associadas, até relevos bastante acidentados de serra, englobando as escarpas
de alta declividade, incluindo a Serra do Mar propriamente dita, bem como a
porção de Planalto, composta pelo reverso da serra e as escarpas de contato
abrupto com a baixada. São encontradas ainda na Província, baixas vertentes
suavizadas - localizadas nas zonas de contato da escarpa da Serra do Mar com a
planície costeira, sob forma de patamares, rampas e depósitos coluvionais,
associados - e contrafortes litorâneos serranos, na forma de esporões e morros
isolados, que incluem as ilhas do litoral paulista.
Os maiores sistemas de
manguezais estão localizados no Complexo Estuarino de Santos/São Vicente, no
Rio Itapanhaú e Canal de Bertioga e próximo ao Rio Itanhaém.
A zona costeira está sujeita à
interação entre a terra e o mar, de tal modo que a ecologia terrestre e as
atividades humanas afetam diretamente o espaço oceânico e vice-versa. O sistema
hidrográfico é o principal meio de transporte dos resíduos terrestres que
atingem o mar, formando um importante elo de ligação entre a terra e o mar.
Embora - de acordo com a
legislação ambiental - os Mangues pertençam a áreas de preservação permanente,
os mesmos vem sendo degradados por atividades poluidoras industriais e a
implantação de áreas urbanas, mediante extensos aterramentos, responsáveis pela
desestruturação da sua funcionalidade.
Os terrenos das áreas de
relevo mais acidentado (relevo de morros, montanhoso e de escarpas) são
potencialmente críticos em relação a movimentos de massa desencadeados por ocupações
impróprias ou obras tecnicamente inadequadas.
1.2.4.- Pedologia
Segundo a Carta de Solos do
Estado de São Paulo são encontradas as seguintes associações de solos na bacia
em estudo:
a).- Associações com litossol-litossol
Na área em estudo (Baixada
Santista) encontramos duas unidades Litossol-fase substrato granito-gnaisse: o
primeiro associado ao Solos de Campos do Jordão e o outro ao Latossol Vermelho
Amarelo-Orto.
Estes solos ocupam as partes
mais altas dos relevos montanhosos, com mais de 60% de declive, raras vezes em
padrões fortemente ondulados, sendo encontrados preferencialmente na área da
Serra do Mar.
b).- Solos com Horizonte B Latossólico
Os latossolos, quando
completos, apresentam perfil A, B e C. A transição entre os horizontes A e B é
normalmente difusa ou gradual. Esse tipo de solo (Horizonte B latossólico,
óxido), exibe evidência de um estágio avançado de intemperização. Apresenta um
horizonte B fruto de uma mistura de óxidos hidratados de ferro e alumínio, com
variável proporção de argila 1:1 e minerais acessórios altamente resistentes
(principalmente quartzo).
c).- Solos pouco desenvolvidos
Agrupamento constituído por
solos azonais que apresentam como principal característica o pequeno
desenvolvimento de seu perfil. São solos com seqüência de horizontes AC ou AD que
não apresentam normalmente, o B. Neste agrupamento de Solos (pouco
desenvolvidos) encontramos, na área de estudo, o grande grupo Li – gr –
Litossol-Fase Substrato Granito gnaisse
d).- Associações com solos Hidromórficos
Corresponde aos solos
encontrados na faixa litorânea cuja principal característica é determinada pela
influência do lençol freático. Na área de sua ocorrência é encontrada vegetação
arbustiva e herbácea, além de manguezais.
e).- Solos Hidromórficos
Na área de estudo é encontrada
a associação Hi - unidade de mapeamento constituída por solos de várzea,
correspondendo a relevos baixos e planos. A influência do lençol freático reflete-se
no perfil do solo, identificada pela matéria orgânica acumulada no horizonte
superficial ou pela presença de cores acinzentadas, indicadoras de ambiente
redutor de ferro (gleização). São muito empregados nas culturas de banana.
f).- Solos com Horizonte B Textural
Na bacia ocorre os tipos PC –
Podzolizados com cascalho, unidade formada por solos pouco profundos,
moderadamente drenados, com espessura em torno de 1,50m, contendo cascalhos no
seu perfil e horizontes facilmente separados, tanto pela cor como pela textura.
Ocorrem em áreas de relevo variável, desde forte ondulado a montanhoso. Seus
perfis quando completos possuem sequência A, B e C - e a transição entre o
horizonte A e B normalmente, é clara ou abrupta, podendo ser eventualmente
gradual.
1.2.5.-
Potencial Agrícola
Na Bacia Hidrográfica da
Baixada Santista, existe um predomínio de terrenos com limitações muito severas
para a exploração agropecuária, tornando as terras apropriadas apenas para
alguns cultivos tropicais, atualmente restritos praticamente à bananicultura e
ao reflorestamento com fins econômicos (eucaplito e pinus). O motivo desta limitação
também se deve à presença de porções significativas de áreas de solos do tipo
Podozol Hidromórmófico (HP), Solonchak Sódico (SKS2), desenvolvidos em materias
arenosos (sedimentos marinhos), antigas praias ou dunas, além de áreas mal
drenadas com excesso de água permanente, em parte sob influência das marés –
caracterizadas por severas restrições para uso na agricultura (devido a baixa
fertilidade, textura muito arenosa e encharcamento). A restrição também é
causada pela existência de áreas consideráveis
de solos do tipo Cambissolos, encontrados nas porções montanhosas e
escarpadas, cujas limitações são impostas pelos declives excessivos, juntamente
com a sua baixa fertilidade natural.
1.2.6.- Biodiversidade
As múltiplas
características da topografia e solo associadas às condições meteorológicas
resultam em formas de vida raras em termos da fauna e flora na Baixada
Santista. Existem 8 (oito) tipos de formações vegetais sem contar as zonas de
transição entre elas.
MANGUES – Na desembocadura dos rios, os mangues são a base da
fertilidade das águas costeiras. O mangue paulista tem: 3 (três) espécies de
árvores predominantes. A Rhizophora
mangle, vermelha com raízes escoras que ficam acima do nível da água e
ocorrendo nos locais de maior salinidade. A Avicennia
shaveriana que cresce em ambientes de menor salinidade e a branca Laguncularia racemosa, produz tufos de
raízes finas horizontais que aumentam a área suporte.
CAIXETAL – São de rara ocorrência na Baixada Santista. Nessas
áreas predominam as Tabebuia cassinoides.
Os caixetais são áreas importantes para a manutenção de fauna aquática com
diversas espécies de peixes endêmicos, patos migratórios, tartarugas de água
doce e mamíferos como o mão-pelada (Procyon
cancrivorus) e a capivara (Hydrochaeris
hydrochaeris).
RESTINGA – É a vegetação predominante na base da Serra do Mar.
Próxima a praia, a restinga é formada por arbustos de 1,5 a 2,0 metros de
altura, como a jacarandazinho (Dalbergia
ecastophyllum) e a aroeira-de-praia (Schinus
terebinthifolius) que atraem grande número de pássaros. Segue-se uma zona
com árvores de 3 a 5 metros de altura com o predomínio do araca (Psidium catleyanum). Mais próximo do
sapé da Serra do Mar, as árvores atingem até 15 metros de altura como o jerivá (Arecastrum romanzoffianum) e o palmito.
FLORESTA DE PLANÍCIE LITORÂNEA – Na planície fluviomarinha e no sopé da Serra do Mar,
numa altitude de 15 a 50 metros acima do nível do mar, ocorre uma formação mais
densa da floresta com árvores de 25 a 30 metros de altura, com grande número de
epífitas e denso subosque. Entre as árvores sobressaem a figueira (Ficus gameleira) e o guapuruvu (Schizolobuim parahyba).
FLORESTA DE ENCOSTA DA SERRA DO MAR – Nas encostas da Serra do Mar, entre 50 e 900 metros
de altitude, as florestas típicas têm árvores de 24 a 28 metros de altura como
a virola (Virola oleifera), o
jequitibá (Cariniara estrellensis), o
cedro (Cedrela fissilis) e a maça
randuba (Manilkara subsericea).
Essa
mata abriga uma grande variedade de vertebrados típicos da Floresta Atlântica
como os primatas: mono-carvoeiro (Brachyteles
arachnoides); guariba (Alouatta
fusca) e o macaco-prego (Cebus
apella). O rato-de-taquara (Kannabateomys
ambblyonyx) é uma espécie frequente e pássaros como o tucano-de-bico preto (Ramphastos vitellinus), araçari-banana (Baillonus bailloni), gavião-real (Harpia harpyja), o gavião-pega-macaco (Spizaetus tyrannus) e o jacutinga (Pipile jacutinga). Entre os anfíbios o
sapo de chifre (Proceratrophrys boei) e
a perereca-verde-arborícola (Centronella
uranoscopa) são espécies comuns.
FLORESTA DE ALTITUDE – Localizada entre os 900 e 1.500 metros de altitude, se
caracteriza pela alta umidade do ar e a vegetação apresenta mudanças
florísticas e fisionômicas drásticas onde os indivíduos são mais baixos e aumenta
o número de epífitas.
Próximo
aos picos das montanhas predominam os arbustos com 30 a 40 metros de altura,
solo pedregoso e coberto por densa camada de líquens e musgos. Nos locais mais
altos também predominam gramíneas e vegetação rasteira visitada por espécies de
aves como as Poospiza lateralis e Emberizoides herbicula.
REGIÃO LITORÂNEA E DUNAS – Além das aves que vivem na costa paulista muitas
espécies migratórias principalmente os pássaros marinhos como Diomedea chlorohynchos (albatroz), Calidris
alba e Charadriuns semipalmatus habitam
a região litorânea. São locais de alimentação e repouso também para mamíferos
marinhos como o leão-marinho (Otaria
byronia) o lobo-marinho subantártico (Arctocephalus
tropicalis), as baleias (Eubalaena
australis e Orcinus orca) e
tartarugas marinhas como Dermochelis
conacea e Caretta caretta.
Os
rios litorâneos contem 15 famílias de peixes e aproximadamente 48 espécies de
peixes de água doce com pelo menos 50% da ictiofauna endêmica. Os rios
protegidos pelo Parque da Serra do Mar são mais preservados, mas os demais já
sofreram intenso impacto por desmatamento, lixo e esgotos domésticos não
tratados e intensa ocupação imobiliária que provavelmente prejudicam a vida
aquatica e a biodiversidade (Castro, R.M.C. & Menezes, N.A. 1998). Entre os
peixes existem inúmeras espécies como o frade (Pomacanthus paru), o jaguriça (Holocentrus
rufus) e os cromis azuis e os amarelos (Chromis
spp) Já foram identificados no local 28 famílias de peixes com 63 (sessenta
e três) espécies. Acredita-se que na orla marítima ocorram 66 espécies de aves
(Silva, 1998).
1.3.- SÓCIO-ECONOMIA
1.3.1.- Histórico do Desenvolvimento da
Região
O
início da formação da região da Baixada Santista ocorre a partir do município
de Santos, cuja ocupação está associada originalmente ao Porto e,
posteriormente, à evolução do processo de industrialização e à implantação das
indústrias básicas. A partir de meados da década de 50, forma-se o Complexo Industrial
de Cubatão.
A
partir dos anos 60, as atividades ligadas ao turismo passam a constituir,
também elemento indutor do desenvolvimento regional, incrementando ainda mais o
setor terciário.
Neste
período, a ocupação urbana concentrava-se, de forma mais acentuada, em Santos,
seguido de São Vicente e Cubatão, que apresentavam uma ocupação de baixa
densidade. Neste contexto, Santos se afirma como importante pólo regional e
estadual, destacando-se a diversificação das atividades urbanas, especialmente
promovida pela reprodução do capital cafeeiro e posteriormente pelo
desenvolvimento industrial da região, que acabou por reforçar o papel do
município de Santos como centro dinâmico da estrutura econômica e urbana
regional.
Na
década de 70, há um acentuado extravasamento urbano de Santos para os
municípios limítrofes. Este fenômeno ocorre, em parte, pela alta densidade
urbana que Santos apresentava, decorrente do seu crescimento populacional (com
grande peso do saldo migratório) associado ao seu dinamismo econômico. A
restrição física à ocupação que a região impõe, com vastas áreas de mangue,
canais e rios, e a presença de morros também contribuíram para este
extravasamento, dando mostras da conurbação que iria se processar na região.
A
década de 80 é marcada pelo baixo crescimento econômico e demográfico e pelos
impactos negativos da crise econômica, ditados pela política econômica
recessiva, sobretudo no seu início.
O
agravamento da questão ambiental, específico da região alertou o poder público
para as condições críticas de qualidade de vida com que a população passou a
conviver. Este fato provocou várias reações, desencadeando programas de
controle ambiental, principalmente em Cubatão, que, no final da década, já
demonstrava reversão dos índices de poluição que então se verificavam.
A
poluição das praias e a melhoria da infra-estrutura viária (Rodovia dos Imigrantes
e Mogi-Bertioga, reformulação da Pedro Taques, duplicação da Piaçaguera)
contribuíram para o deslocamento das demandas turísticas para o litoral norte e
para o sul da região praiana, provocando uma descentralização de serviços em
direção a esses dois eixos.
Esta
região caracteriza-se por cumprir funções econômicas mais voltadas para os
setores urbanos. Destacam-se o terciário e o secundário como os dois setores mais
importantes na região. No terciário notabilizam-se as atividades portuárias e
de estância balneária, assim como no setor secundário destaca-se o
desenvolvimento industrial da siderurgia e da petroquímica.
A
agricultura da região tem uma participação relativa bastante reduzida no total
do Estado e vem declinando nos últimos anos. Caracteriza-se por atividade
agrícola de pequeno porte, cuja principal cultura é a de banana, que ocupa aproximadamente
75% da área total cultivada.
O
espaço urbano mais densamente ocupado da região da Baixada Santista - que
configura o aglomerado urbano central – é formado pelos municípios de Santos,
São Vicente, Cubatão, Guarujá e Praia Grande, que contam atualmente com mais de
um milhão de habitantes, representando 77,5% da população da região.
O
acelerado crescimento da mancha urbana do aglomerado central da Baixada
Santista ocorreu até meados da década de 70, formando uma mancha compacta.
Cabe
destacar que o fenômeno da conurbação na Baixada Santista, além de obedecer o ritmo
de crescimento populacional até 1975, esteve particularmente associado à
geografia específica das sedes municipais, limitadas pelo mar, manguezais,
morros e serra. Com isso, o crescimento da mancha urbana tendeu a ser linear,
seguindo a formação litorânea tanto para o vetor Praia Grande quanto para o
vetor Guarujá-Bertioga.
O
padrão de urbanização da Baixada Santista é dado pela verticalização na faixa
litorânea nos municípios de Guarujá, Santos, São Vicente, Praia Grande e parte
de Mongaguá; ocupação horizontal das áreas que margeiam o sistema viário
afastado da orla, para esses mesmos municípios, sendo predominantemente
horizontal nos municípios de Cubatão, Itanhaém, Peruíbe e mesmo Mongaguá, assim
como Bertioga, que apresenta baixa densidade de ocupação. Nos municípios de
Santos, São Vicente e Cubatão, registra-se a presença de favelas e outras ocupações
irregulares, tais como o bairro Cota, em Cubatão, e a ocupação mangues e
morros, mais acentuadamente em São Vicente, Santos e Cubatão.
1.3.2.- Emprego Regional
Considerando
que Santos e Cubatão constituem os principais mercados de trabalho da Baixada
Santista, por contarem com as atividades dos setores terciários e industrial
mais bem estruturadas, ditadas pela presença do porto e do comércio e serviço
de caráter mais regional, em Santos, e pelo pólo industrial de Cubatão, são
esses os municípios que apresentam a maior contingente de assalariados.
Apesar
disto, as melhores rendas médias dos chefes de família encontram-se nos
municípios de Santos, São Vicente e Praia Grande. Cubatão apresenta uma renda
média dos chefes de família inferior à registrada naqueles municípios, pois
concentra uma parcela considerável da população de baixa renda da Baixada,
ocupada em atividades de menor rendimento fora do próprio município.
O
fato de Cubatão concentrar empregos industriais não significa que seus
habitantes estejam trabalhando nestas atividades, ao contrário, a mão-de-obra
mais qualificada demandada pelo setores químico e siderúrgico é proveniente de
Santos e Guarujá, ou mesmo da Região Metropolitana de São Paulo.
1.3.3.- Logística Regional
A
região da Baixada Santista desempenha importante papel para a economia
paulista, ditado pela presença do Porto, responsável pôr um terço dos
movimentos da balança comercial brasileira. A presença do Porto de Santos
determinou a ocupação de vastas áreas dos municípios de Santos, Cubatão e
Guarujá, com várias atividades ligadas às funções portuárias. Frente às
restrições físicas à ocupação que se manifesta na região, a atividade
retroportuária, tais como entrepostos aduaneiros alfandegários (Eadis) tem
deslocado para fora da região, especialmente para a região do ABC, bem como
para dentro das próprias empresas, pois, com o advento da conteinerização, a
fiscalização alfandegária passa a ser feita nas empresas, despachando os
contêineres lacrados para serem embarcados em Santos.
Tendo
como principais atividades econômicas o porto e as indústrias petroquímica e a
metalúrgica, sediadas em Cubatão, e o turismo, ditado pelo lazer praiano, a
região demanda importante infra-estrutura viária. A despeito de contar com duas
rodovias de ligação com a capital do Estado, no período de verão estas
tornam-se insuficientes para atender aos diferentes fluxos que se destinam e
circulam na Baixada. Para minimizar tal problema foi construída a segunda pista
da Rodovia dos Imigrantes. Por outro lado, as ferrovias, que hoje se encontram
ociosas e que fazem a ligação da região com o Planalto Paulista, demandam ampla
modernização para que possam atender ao escoamento de produtos, podendo
contribuir para diminuir o fluxo na rede rodoviária.
A
região conta ainda com um gasoduto, proveniente de plataforma marítima, para
atender à demanda da Petrobrás.
A
região do Litoral encontra-se entre as mais industrializadas do Estado, com
estrutura industrial concentrada na produção de bens intermediários, em que se
destacam a química industrial e a metalúrgica, como reflexo da expansão da
Refinaria Presidente Bernardes e da Cosipa.
1.3.4.- Setor Terciário e Atividades Turísticas
Na
região da Baixada Santista, o setor terciário sempre esteve associado às
atividades portuárias diretas e indiretas, ao suporte de serviços à sua grande
aglomeração populacional e, já na década de 60, às atividades turísticas. As
atividades portuárias e serviços decorrentes encontram seus determinantes
diretos nos fluxos de exportação e importação consoantes com a dinâmica
econômica do país e do Estado de São Paulo. Os serviços de consumo da aglomeração
urbana, sediados em grande parte em Santos, atendem a uma população pouco
superior a um milhão, metade dela residente em Santos. A região conta ainda com
uma população flutuante de cerca de mais de um milhão de pessoas, que utilizam
boa parte dos serviços de Santos.
Com
relação aos serviços associados às atividades turísticas, é expressiva a
demanda de lazer das camadas médias urbanas, em Santos e Guarujá, e das faixas
de renda mais baixas, em Praia Grande e Mongaguá, tanto da população residente
da Região Metropolitana de São Paulo como, mais recentemente, do interior
paulista. O fluxo turístico com origem no interior do Estado aumentou a partir
da década de 70, com um arrefecimento nos anos 80 com a "descoberta"
do litoral norte e a precariedade da balneabilidade do litoral da Baixada Santista,
sendo reconquistado no início dos anos 90, pela despoluição das praias,
especialmente em Santos.
1.4.- DEMOGRAFIA
Complementando as informações
contidas no Relatório “0”, o quadro abaixo fornece as populações em cada
Município e total na Bacia, com base nos censos de 1991/1996/2000, além das
taxas anuais de crescimento nos períodos 1991-1996, 1996-2000 e 1991-2000.
Municípios |
População censitária |
Taxa anual de crescimento |
||||
1991 |
1996 |
2000 |
91/96 |
96/00 |
91/00 |
|
Bertioga |
N/a |
16.889 |
30.903 |
N/a |
16,31 |
N/a |
Cubatão |
90.866 |
97.150 |
107.904 |
1,34 |
2,66 |
1,93 |
Guarujá |
208.818 |
226.081 |
265.155 |
1,60 |
4,07 |
2,69 |
Itanhaém |
45.619 |
57.791 |
71.947 |
4,84 |
5,63 |
5,19 |
Mongaguá |
18.901 |
26.904 |
35.106 |
7,32 |
6,88 |
7,11 |
Peruíbe |
32.676 |
41.234 |
51.384 |
4,76 |
5,66 |
5,15 |
Praia Grande |
123.492 |
149.887 |
191.811 |
3,95 |
6,36 |
5,00 |
Santos |
428.080 |
412.331 |
417.777 |
-0,75 |
0,33 |
-0,27 |
São
Vicente |
267.445 |
279.339 |
302.678 |
0,87 |
2,03 |
1,38 |
Total da UGRHI 7 |
1.213.906 |
1.307.606 |
1.474.665 |
1,50 |
3,05 |
2,18 |
N/a - não aplicável
Nos mesmos períodos
constantes do quadro, o Estado de São Paulo e o Brasil apresentaram as
seguintes taxas anuais de crescimento:
Região |
População censitária |
Taxa anual de crescimento |
||||||||
1991 |
1996 |
2000 |
91/96 |
96/00 |
91/00 |
|||||
São Paulo |
31.509.643 |
34.074.644 |
37.032.403 |
1,58 |
2,10 |
1,81 |
||||
Brasil |
149.825.475 |
157.079.573 |
169.799.170 |
0,95 |
1,97 |
1,40 |
||||
Nota-se que o crescimento
populacional na Bacia tem sido expressivo nos últimos anos, superior aos
crescimentos em São Paulo e no Brasil, apesar da relativa estabilidade demográfica
de Santos que é o Município mais populoso. Merecem destaque os Municípios de
Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe e Praia, com taxas superiores a 5% ao ano no
período 1991-2000.
Um estudo elaborado pelo
SEADE, visando aos projetos futuros da SABESP, procurou estabelecer a provável
evolução dos índices demográficos na UGRHI até o ano de 2020, resultando a
tabela abaixo.
O
elevado grau de urbanização da Baixada Santista pode ser explicado pelo fato de
a economia da região vincular-se a atividades de caráter mais urbano, tais como
o Porto de Santos e os serviços decorrentes, as indústrias localizadas em
Cubatão e o lazer litorâneo, que abrange a grande maioria dos municípios da
Baixada Santista, Contribui ainda o fato de a agricultura ser uma atividade
inexpressiva e de baixo dinamismo, restringindo-se à produção de banana.
UGRHI 07 - Projeção da população
total e urbana - Taxa de urbanização
|
|||||||||
Município
|
Ano 2005
|
Ano 2010
|
Ano 2020
|
||||||
Total |
Urbana |
Taxa % |
Total |
Urbana |
Taxa % |
Total |
Urbana |
Taxa% |
|
Bertioga |
25.941 |
24.831 |
96% |
32.075 |
30.831 |
96% |
46.154 |
44.733 |
97% |
Cubatão |
107.247 |
106.625 |
99% |
112.242 |
111.591 |
99% |
120.887 |
120.186 |
99% |
Guarujá |
252.293 |
252.293 |
100% |
261.932 |
261.932 |
100% |
268.340 |
268.340 |
100% |
Itanhaém |
85.491 |
84.527 |
99% |
105.035 |
103.892 |
99% |
149.128 |
147.624 |
99% |
Mongaguá |
38.254 |
38.109 |
100% |
46.131 |
45.956 |
100% |
63.577 |
63.335 |
100% |
Peruíbe |
61.892 |
60.377 |
98% |
76.675 |
74.906 |
98% |
110.876 |
108.627 |
98% |
Praia
Grande |
211.133 |
211.133 |
100% |
252.062 |
252.062 |
100% |
338.546 |
338.546 |
100% |
Santos |
405.559 |
403.938 |
100% |
402.481 |
400.923 |
100% |
397.519 |
396.078 |
100% |
São
Vicente |
294.555 |
294.349 |
100% |
300.565 |
300.354 |
100% |
308.767 |
308.551 |
100% |
Total da UGRHI |
1.482365 |
1.476182 |
100% |
1.589198 |
1.582447 |
100% |
1.803794 |
1.796020 |
100% |
Estado de São Paulo |
36.102.875 |
33.798.001 |
94% |
41.013.016 |
38.861.946 |
95% |
45.199.385 |
43.248.517 |
96% |
1.5.- USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
O Relatório “0” apresenta uma
análise minuciosa das características de uso e ocupação do solo da UGRHI 7.
Pela sua relevância, reproduzimos o que segue.
· Vegetação Nativa (Mata Atlântica)
A Mata Natural ou Nativa
(Floresta Ombrófila Densa) constitui uma vegetação muito densa e exuberante,
predominante na bacia, distribuindo-se ao longo das encostas da porção serrana,
a partir de alguns metros de altitude, até mais de 1.000m acima do nível do mar.
A vegetação de Restinga
desenvolve-se sobre os sedimentos marinhos recentes da Baixada, sendo
considerada também como comunidade edáfica, pois depende mais da natureza do
solo do que do clima.
De acordo com resolução nº 7,
de 23 de julho de 1.996 do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, também
faz parte desta associação, a vegetação de Praia e de Dunas, a vegetação sobre
Cordões Arenosos e a vegetação Associada às Depressões (incluindo a Floresta
Paludosa).
A vegetação Paludosa constitui
a mata alagada, encontrada nas depressões inundadas das baixadas, apresentando
fisionomia arbórea em geral aberta, com árvores até 10m, destacando-se pela
ocorrência da ‘’caxeta’’.
Os Manguezais, como tipo de
cobertura vegetal, corresponde à vegetação com influência flúvio-marinha, sob
ação direta das marés, típica de solos limosos de regiões estuarinas.
A vegetação de Várzea
corresponde a formação herbácea presente ao longo dos rios, sendo formada por
espécies adaptadas às condições de encharcamento periódico.
A Baixada Santista possui
várias áreas protegidas, algumas
superpostas umas às outras, e que ocupam uma porção significativa do seu espaço
físico. Destacam-se, especialmente, o Parque Estadual da Serra do Mar, o Parque
Estadual Xixová-Japuí, a Área de Proteção Ambiental Cananéia-Iguape-Peruíbe, a
Área de Proteção Ambiental Santos-Continente, a Estação Ecológica
Juréia-Itatins, a Área Tombada da Serra do Mar e a Reserva da Biosfera da Mata
Atlântica.
· Capoeira
De acordo com a classificação
definida pela Resolução CONAMA 01/94 - conforme a estatura e diversidade
vegetal - esta formação pode apresentar-se e vários estágios de desenvolvimento,
desde pioneiro, inicial, médio e avançado. Estes diferentes estágios de
regeneração também são conhecidos como capoeirinha, capoeria ou capoeirão.
· Campo
Corresponde a unidade de
vegetação caracterizada pela predominância de gramínóides e herbáceas, com área
insignificante, encontrada apenas nas margens da interligação da Imigrantes-Anchieta.
· Áreas de
Reflorestamento
São as formações florestais
artificiais constituídas predominantemente por Pinus e Eucalyptus, sendo
encontradas na sua maior parte nas sub-bacias do Rio Itatinga (18), Ribeirão
Sertãozinho (20) e nas cabeceiras dos Rios Jurubatuba (15) e Quilombo (16).
· Culturas
Perenes
Correspondem as culturas de
ciclo longo representadas na Baixada Santista, na sua maior parte, por
plantações de bananas que vem sofrendo uma progressiva redução nos últimos anos.
As maiores áreas de bananicultura são encontradas na Sub-bacia do Rio Branco
(7), Rio Preto (5), Rio Aguapeu (6) e Rio Preto Sul (3).
· Culturas
Temporárias
São as culturas de ciclo
vegetativo curto, anual, perecendo após a colheita, sendo representadas na
região, predominantemente, por hortifrutigranjeiros. Também não possuem
expressão significativa.
· Pastagens e/ou
Campo Antrópico
Compreendem as terras ocupadas
por pastagens tipicamente cultivadas (campo antrópico) efetivamente utilizadas
em exploração animal.
· Áreas Urbanas
e Áreas Industrializadas
As áreas urbanas englobam
tanto os espaços de ocupação contínua como descontínua, assim como de terrenos
com ocupação urbana consolidada e rarefeita.
As manchas urbanizadas dos
Municípios de Santos, São Vicente, Guarujá, Cubatão e Praia Grande e em grau
menor Itanhaém, mostram uma tendência de expansão, condicionada à presença de
terrenos enxutos, mais valorizados que exercem uma pressão para a ocupação dos
terrenos úmidos e pantanosos do seu entorno, principalmente de manguezais,
mediante sistema de aterramentos.
Os municípios de Cubatão e
Santos também concentram as maiores áreas industriais. A maior área e as
unidades de maior porte localizam-se numa estreita faixa próximo ao sopé da
Serra do Mar, no Município de Cubatão.
· Jazidas
Minerais
A atividade minerária na
região está íntimamente ligada ao desenvolvimento urbano, envolvendo bens de
uso na construção civil, tanto para habitação como para as obras de
infra-estrutura e de atendimento da demanda de material de empréstimo. São
jazidas pertencentes a Classe II, de acordo com o Código de Mineração e
geralmente estão localizadas próximo aos assentamentos urbanos, de modo a
permitir redução de custos com transporte.
O tipo de mineração encontrado
na região provoca degradação de alta intensidade em áreas restritas, produzindo
principalmente, alteração do relevo, perda de solos e em maior extensão a
degradação dos cursos d’água, afetando a biota e a qualidade da água.
Sistema Viário e Infra-estrutura
O sistema de transporte é
formado principalmente pelo modal rodoviário composto pela Via Anchieta e Via
dos Imigrantes que canaliza para Santos, especialmente para o seu Porto, o
escoamento e abastecimento das regiões que convergem para esse entroncamento.
Faz parte ainda da malha viária principal, o eixo formado pela SP-55, que
percorre toda a costa litorânea, sendo composta pelas rodovias Dr. Manoel
Hippolito do Rego, Via Prestes Maia, Cônego Domênico Rangoni, Pedro Taques e
Padre Manoel da Nóbrega; bem como pela Rodovia D. Paulo Rolim Loureiro (SP 98)
que também faz a ligação entre o Planalto e a Baixada.
O Porto de Santos, o mais
importante porto exportador e importador do Estado, representa uma das mais
importantes atividades econômicas da região.
1.6.- ÁREAS DEGRADADAS
Também com base em exposições
detalhadas do Relatório “0”, são apresentadas descrições de impactos altamente
relevantes, registrados na Baixada Santista. Nesse rol são destacadas as áreas
erodidas e assoreadas, manguezais aterrados, áreas suscetíveis a inundações,
áreas contaminadas e outras.
1.6.1.- Áreas Degradadas por Processos Erosivos
Continentais (Erosões e Escorregamentos)
A bacia hidrográfica é uma
unidade ecossistêmica e morfológica que integra os impactos das interferências
antrópicas sobre os recursos hídricos. Constitui um sistema aberto que recebe
energia fornecida pela atuação do clima e dos agentes geológico-geomorfológicos
locais e elimina fluxos energéticos pela saída de água, sedimentos e materiais
solúveis. Em função das mudanças de entrada e saída de energia ocorrem ajustes
internos nos elementos das formas e nos processos associados.
Em regiões litorâneas, os
processos erosivos podem ser de dois tipos: erosão continental e erosão
costeira.
A erosão continental
refere-se aos processos que ocorrem nas encostas e nas planícies costeiras, por
ação das águas da chuva e dos escoamentos superficiais (doces e salobras) e da
gravidade. A erosão costeira está relacionada à atuação das correntes costeiras
geradas por ondas e marés.
Os impactos que os processos
erosivos causam em regiões costeiras podem ocorrer em níveis local e regional,
sendo associados principalmente a: modificações nos regimes hidráulicos e nas
dinâmicas de sedimentação fluvial e costeira.
As características das
classes de potencialidade total (modificado de IPT, 1995) são descritas a
seguir.
· Muito Alto
potencial: Áreas urbanas inconsolidadas em terrenos com declividades superiores
a 20%, sobre rochas do embasamento ígneo-metamórfico, em relevos de morros,
serras e escarpas.
· Alto potencial:
Áreas de chácaras de lazer, sítios, áreas de culturas e coberturas residuais
sobre rochas do embasamento ígneo-metamórfico, em declividades superiores a
20%, nos relevos de morros, serras e escarpas.
· Médio
potencial: Áreas com culturas anuais, chácaras de lazer e coberturas
residuais sobre rochas do embasamento ígneo-metamórfico em relevo de morros.
· Baixo
potencial: Áreas planas da planície costeira com declividades inferiores a
6% e áreas com cobertura vegetal de porte alto a médio, em reservas florestais,
matas nativas, manguezais, reflorestamentos e nas áreas urbanas consolidadas.
Na Bacia Hidrográfica da
Baixada Santista, cerca de 90% da área apresenta baixo potencial total ao desenvolvimento de processos erosivos
continentais. Aproximadamente 4% da área da Bacia correspondem a terrenos com alto potencial total, estando os mesmos
representados nas sub-bacias do Rio Cubatão (Bairros Cotas), do Rio Perequê
(Guaraú), da Ilha de São Vicente (Morros de Santos e São Vicente) e da Ilha de
Santo Amaro (Morros do Guarujá). Também cerca de 4% da área da Bacia
correspondem a terrenos com muito alto
potencial total, distribuídos em alguns morros e morrotes dos municípios de
Mongaguá (sub-bacia do Rio Aguapeú), Itanhaém (sub-bacias do Rio Aguapeú e do
Rio Branco) e Peruíbe (sub-bacias do Rio Perequê e do Rio Preto Sul). Os
restantes 2% da Bacia apresentam terrenos com médio potencial total, estando distribuídos predominantemente nas
sub-bacias do Rio Preto do Sul e do Rio Preto e, secundariamente, na sub-bacia
do Rio Quilombo.
1.6.2.- Áreas Assoreadas
Os processos de assoreamento
estão intimamente associados aos processos erosivos que atuam nas encostas e
nos vales. Na Baixada Santista, devido à presença de um grande estuário e de
estuários menores, pode-se prever que esses processos sejam muito
significativos.
Na Bacia Hidrográfica da
Baixada Santista são poucos os estudos técnicos sobre processos de
assoreamento, podendo-se citar o efetuado pela Sondotécnica (1997) na região do
Estuário de Santista.
Esses estudos revelaram que
os assoreamentos são predominantemente de natureza siltosa, sendo que as
maiores taxas ocorrem nas áreas de largos (da Bertioga, de Santa Rita e do Caneú).
Os estudos concluíram também
que durante o período de amostragem (1973 a 1976) o estuário foi assoreando
lentamente, a um ritmo da ordem de 2.000.000 m3/ano, parcialmente compensado
por dragagens da ordem de 750.000 m3/ano. Os restantes 1.250.000 m3/ano
provocaram contínua, embora lenta, diminuição de fundo no estuário, com uma
taxa de cerca de 6 cm/ano.
De acordo com os dados obtidos
por Sondotécnica (1997) os assoreamentos no estuário têm ou tiveram três
origens:
Fluvial – os
sedimentos sílticos a síltico-arenosos, provenientes dos Rios Cubatão (principalmente),
Mogi, Perequê, Quilombo e Jurubatuba, são capturados pela circulação interna do
estuário e depositados de preferência nos seus trechos superiores e médios, a
uma taxa média de cerca de 1.500.000 m3/ano, dependendo do ano
hidrológico e da ocorrência de cheias;
Marinha – os
sedimentos areno-siltosos são transportados das baías de Santos e São Vicente
para o interior do estuário e depositados nos seus trechos mais a jusante, a
uma taxa média de 300.000 m3/ano, dependendo das condições
ambientais das baías e em particular do regime de atuação de frentes frias;
Retorno do Material Dragado – parte do material dragado no estuário e despejado
na Ponta de Itaipú (entre 1966 e 1975) retornava rapidamente ao interior do
estuário, transportado em suspensão pelas correntes da Baía de Santos. A partir
de 1976 o local de despejo foi transferido para a Ponta da Munduba, não sendo
mais constado o retorno do material.
Levando em consideração todos
os dados apresentados pode-se concluir que as sub-bacias mais críticas quanto
aos processos de assoreamento na Bacia Hidrográfica da Baixada Santista são:
Rio Preto Sul (3), Rio Itanhaém (4), Rio Boturoca (8), Rio Cubatão (9), Rio
Piaçabuçu (10), Ilha de São Vicente (11), Rio Mogi (12), Ilha de Santo Amaro
(13), Rio Cabuçu (14), Rio Jurubatuba (15), Rio Quilombo (16) e Rio Itapanhaú
(17).
1.6.3.- Áreas Degradadas por Aterramento de Manguezais
O Manguezal constitui um
ecossistema costeiro de transição entre os ambientes terrestre e aquático de
enorme importância ecológica, em vista do grande número de funções que desempenha,
principalmente na retenção de sedimentos terrestres do escoamento superficial
(raízes), na atuação como filtro biológico de sedimentos, nutrientes e mesmo
poluentes, contribuindo para a diminuição do assoreamento e contaminação das
águas costeiras. Além dessas funções serve de habitat na forma de berçário para
moluscos, crustáceos e peixes e participa na exportação de matéria orgânica
para as cadeias alimentares adjacentes, sendo portanto importante na produção
pesqueira. Admite-se que a alta produtividade pesqueira associada às regiões
estuarinas é devida aos manguezais.
O litoral da Bacia
Hidrográfica da Baixada Santista possui as maiores porções de manguezais
distribuídos ao longo dos inúmeros canais e rios, especialmente na área do
estuário de Santos.
Conforme levantamento feito
por Herz (1991) na região Baixada Santista são encontrados cerca de 120 Km2
de área de manguezais (na avaliação do Mapa de Uso do Solo foi obtido 144,41Km2,
ou seja, 20% maior).
Os manguezais da UGRHI 7
estão sujeitos a degradação progressiva devido a vários tipos de ações, tais
como, contaminação por produtos químicos, especialmente petróleo e derivados,
resíduos domiciliares, desmatamentos, represamentos, lançamento de esgotos,
canalizações, mudanças no fluxo d’água ou no sistema de escoamento das águas e
aterramentos para implantação de habitações ou áreas industriais.
As áreas razoavelmente
preservadas até 1962 apresentam atualmente um grau de deterioração bastante
avançado, principalmente no entorno do Estuário de Santos/São Vicente e na
bacia do Itapanhaú/Canal de Bertioga, nos Municípios de Santos e Guarujá.
1.6.4.- Áreas Suscetíveis a Inundações
No sopé da serra as calhas
dos rios Cubatão e Mogi passam a escoar sobre leitos com declividades
reduzidas, atingindo valores mínimos nas desembocaduras ou nos estuários,
sujeitando-se aos meandramentos e extravazamentos, estes últimos agravados pela
ação das marés. Precipitações intensas e grandes volumes de água associada à
redução de velocidade provocam grandes inundações na Baixada Santista.
As maiores inundações nas
bacias dos Rios Cubatão e Mogi ocorreram no ano de 1968, fev/1971, jan/1973,
jan/1979, jan/1983, jan/1985, dez/1988 e fev/1994. As inundações de fevereiro
de 1971 foram as de maior repercussão segundo os registros disponíveis. Nesse evento
a área de Cubatão foi completamente tomada pelas águas extravasadas pelos Rios
Cubatão e Perequê, cujos níveis atingidos foram potencializados pela maré.
Em Itanhaém ocorrem
inundações provocadas pelo Rio Branco e que atingem por completo os bananais
existentes nas áreas laterais e algumas pastagens. Essas inundações são espontâneas,
devido as baixas cotas dos terrenos e são agravadas pelas marés.
Em Praia Grande as inundações
ocorrem principalmente nos bairros Trevo e Melvi, provocadas pelos Rios Preto e
Branco (ou Boturuca), devido como já mencionado, aos efeitos de marés e as
preciptações intensas, associadas ao crescimento populacional desordenado.
De acordo com o DAEE, as
áreas urbanas dos 9 Municípios são assoladas pela alta vulnerabilidade de
enchentes, quer seja pelas chuvas convectivas e orográficas, persistentes,
chuvas de intensidades moderadas com de durações prolongadas, combinadas com
efeito das marés.
No Município de São Vicente,
quer seja na parte insular, quer seja na continental, várias vezes por ano, a
cidade é submersa, requerendo vultuosos investimentos para a emersão destas
áreas. As favelas invadem os leitos dos rios provocando obstruções, aliada á
veiculação de doenças hídricas, como em 1994, com o surgimento do surto de cólera.
No Município de Santos, área
nobre da Zona Leste e Centro, mesmo com a privilegiada cota do terreno munida
de 7 canais, tem-se observado alagamentos com freqüência anual. Na populosa
área Noroeste de Santos, a freqüência e o nível de enchente é generalizada para
todos os 9 bairros da região, onde se observa o nível de água invadindo as
casas.
No Município de Guarujá,
existem problemas sérios nos populosos bairros localizados nas bacias do Rio
Santo Amaro, Rio do Meio e inúmeros canais.
O município de Itanhaém
devido os freqüentes alagamentos, a prefeitura tem solicitado o projeto FEHIDRO
do "Plano Diretor de Macro Drenagem", e, em caráter emergencial, a
elaboração do "Projeto Executivo das Obras de Regularização do Rio do Poço
e Campininha".
O Município de Mongaguá tem
seríssimos problemas de enchentes dos populosos bairros localizados nas bacias
dos Rios Aguapeú e Bichoró, com alagamentos de larguras de mais de 1km. A
prefeitura solicitou financiamento FEHIDRO de "Diretrizes para Macro
Drenagem", e, em caráter emergencial, a execução da obra de
"Revestimento do Canal-2 de Mongaguá".
O nível das enchentes
alarmantes na bacia do Rio Preto de Peruibe é sentido pela freqüente
solicitação de equipamento da unidade de obras do DAEE/BAIT/Itanhaém.
A vulnerabilidade e o
potencial de enchentes de Bertioga, na bacia do Rio Itapanhaú, é, sem dúvida,
de proporção assustadora, haja visto o nódulo isoiético de maiores índices
pluviométricos do Brasil. A prefeitura solicitou o financiamento FEHIDRO para a
elaboração de "Plano Diretor de Macro Drenagem".
1.6.5.- Áreas Degradadas por Mineração
Tanto o material de
empréstimo (solo residual principalmente) e de outros bens minerais voltados
para a construção civil são retiradas principalmente em áreas relativamente próximas
aos assentamentos urbanos. Grande parte das jazidas encontram-se abandonadas e
sem que tenham sido desenvolvidas ações mitigadoras para os impactos
ambientais, ou mesmo para a recuperação das áreas afetadas.
As jazidas mais importantes
em atividade (15 no total), correspondem a 3 de areia (Sub-bacias do Itanhaém e
Rio Branco), 6 de brita ( Sub-bacias Rio Aguapeu, Rio Branco, Rio Boturoca, Rio
Cubatão, Rio Cabuçu e Rio Jurubatuba), e 6 de material de aterro (Rio Aguapeu,
Rio Mogi, Rio Quilombo, Rio Guaratuba e Ilha de Santo Amaro, esta última com 2
jazidas).
Em conseqüência dos processos
gerados pelas atividades minerárias ocorre uma diminuição das calhas dos cursos
d’água, causando inundações em épocas de cheias, podendo afetar habitações
normais e subnormais ( favelas), além da infra-estrutura urbana, e as condições
sanitárias de áreas próximas.
1.6.6. - Vegetação Degradada por Poluição Atmosférica
As fontes de poluição do ar
localizadas no parque industrial de Cubatão aceleraram a degradação da cobertura
vegetal da Serra do Mar, afetando porção significativa da vegetação de suas
encostas. As áreas mais afetadas estão localizadas próximo a área do complexo
industrial, atingindo principalmente a Sub-bacia 12, pertencente ao Rio Mogi.
A degradação se manifesta
pela diminuição do número de árvores de pequeno e grande porte e pelo aumento
de arbustos e ervas, criando condições mais favoráveis para o desenvolvimento
de movimentos de massa de solo nas encostas, principalmente em forma de
corridas de lama.
No final de 1985, o alto grau
de degradação da vegetação contribuiu para a ocorrência de grande número de
escorregamentos, deixando cicatrizes nas vertentes dos maciços mais próximos à
Cubatão. Eventos relacionados a escorregamentos causados pela evolução da degradação
da cobertura vegetal, poderiam destruir dutos ou depósitos de produtos
perigosos de fábricas situadas no sopé da Serra do Mar, além de constituir uma
ameaça à segurança das populações da região.
Em virtude do aumento
progressivo da poluição do ar, a partir de meados da década de 80, foram
implementados sucessivos planos de emergência e programas de controle ambiental
com o objetivo de evitar maiores prejuízos aos habitantes da região e à
vegetação da Serra do Mar.
Os planos de emergência consistiram
principalmente, na recomposição vegetal das encostas degradadas, na implantação
de sistemas de barramentos e a execução de obras de drenagem.
Nos últimos anos a quantidade
de poluentes lançados na atmosfera tem diminuído, comparando-se aos índices
registrados antes da implantação dos programas de controle de poluição.
1.6.7.- Sub-habitações e Favelas
Os principais núcleos de
habitações precárias, sem infra-estrutura, especialmente com falta de condições
sanitárias, são encontradas nas sub-bacias do Rio Boturoca(8), Rio Cubatão(9),
Ilha de São Vicente (11) e Ilha de Santo Amaro(13).
Além dos aspectos sociais, a
precária infra-estrutura dessas ocupações (principalmente de saneamento básico,
tanto de água como de esgoto, sistema de drenagem e coleta de lixo) produzem
também conseqüências ambientais envolvendo a destruição do ecossistema natural
original, particularmente de manguezais e de restingas e contribuindo para a
poluição do estuário.
A expansão de favelas em
terrenos aterrados de manguezais e em palafitas ocorrem de forma dispersa na
zonas periféricas de Cubatão, Santos, São Vicente, Praia Grande e Itanhaém. São
exemplos marcantes destas ocupações precárias as favelas de Vicente Carvalho no
Guarujá, Humaitá e Sambaiatuba em São Vicente e Jardim Casqueiro em Cubatão.
O Município mais crítico é
São Vicente cujas principais favelas somam 10 e uma população de
aproximadamente 39.000 habitantes (IBGE/1991), correspondendo a 14.1% da
população do Município em 1991.
Em áreas acidentadas da Serra
do Mar em Cubatão (Bairros Cota 100,200 e 400) e nos Morros de Santos/São
Vicente as sub-habitações e favelas ocupam as áreas impróprias sujeitas a
escorregamentos.
1.6.8.- Áreas Contaminadas ou Sujeitas à Contaminação
por Fontes Potencialmente Poluidoras (Resíduos Químicos)
Esta situação crítica foi constatada em vários estudos realizados
pela CETESB (1976, 1979, 1981 e 1984), ao avaliar os impactos da poluição em
águas, sedimentos e organismos aquáticos no estuário e na baía de Santos e,
posteriormente em 1989, a contaminação e toxicidade dos rios Perequê, Cubatão,
Mogi, Perdido e Piaçaguera, em Cubatão, quando foi constatado o comprometimento
aquático em todos os locais levantados.
No entanto, o processo de
degradação dos ecossistemas costeiros só começou a ser revertido com a
implantação do “Programa de Recuperação
da Qualidade Ambiental de Cubatão “ realizado pela CETESB a partir de 1984,
envolvendo investimentos da ordem de 800 milhões de dólares.
1.6.9.- Degradação Ambiental
A
UGRHI 7, considerada região predominantemente industrial, dispõe de um percentual razoável de seu território com
cobertura vegetal nativa. Os Municípios de Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe, Praia
Grande, Santos e São Vicente, com maior presença na UGRHI, apresentavam no ano
de 1988, percentuais de cobertura vegetal nativa iguais ou superiores a 60%.
Comparando-se os índices de
vegetação nativa da UGRHI 7 com as demais do Estado de São Paulo, constata-se
que a Bacia Hidrográfica da Baixada Santista apresenta um percentual de
vegetação nativa de 68,69%, bem superior à média do Estado de 13,7%. Apenas a
Bacia Hidrográfica do Litoral Norte, com 80,03%, é que se encontra em situação
melhor em termos de preservação da cobertura vegetal nativa.
Não
obstante a ação fiscalizadora dos órgãos públicos responsáveis pela área, ainda
ocorrem ocupações irregulares e desmatamentos em áreas de preservação
permanente, bem como em espaços territoriais especialmente protegidos.
Os
órgãos responsáveis pela área ambiental da região (IBAMA, a CETESB, DEPRN, a
Polícia Florestal, a Curadoria do Meio Ambiente) vêm desenvolvendo esforços em
parceria, na preservação da Mata Atlântica.
1.6.10.- Acidentes Ambientais
A
região da Baixada Santista, principalmente os Municípios de Santos e Cubatão,
pelas características das atividades econômicas nela implantadas, tem
registrado um grande número de acidentes ambientais, muitos deles provocando
sérios prejuízos. Segundo a CETESB, acidentes
ambientais são ocorrências que geram conseqüências danosas ao meio ambiente
e/ou à saúde humana, a partir de eventos não controlados, naturais ou
decorrentes de atividades do homem.
A CETESB tem esses acidentes
cadastrados e disponíveis desde 1980.
O detalhamento apresentado no
Relatório “0” mostra que no Município de Santos, é alta a freqüência de
acidentes em transportes marítimos, envolvendo líquidos inflamáveis (Classe de
Risco 3). Transporte rodoviário e armazenamentos são também fontes importantes
de acidentes ambientais.
No
Município de Cubatão destaca-se a freqüente ocorrência de acidentes cujas
fontes são o transporte rodoviário, o transporte por dutos e as indústrias.
Os registros relativos aos
Municípios de Bertioga, São Vicente, Guarujá e Praia Grande, mostram a baixa
ocorrência de acidentes que, na maioria das vezes têm por fonte os transportes
marítimo, rodoviário ou por duto.
1.7.- DISPONIBILIDADE E
QUALIDADE DOS RECURSOS HÍDRICOS
Esta seção toma por base os
estudos desenvolvidos no Relatório “0”, complementados por informações mais
recentes disponibilizadas, principalmente, pela CETESB.
Objetivamente, é apresentada
a questão da crítica disponibilidade dos recursos hídricos, além da análise da
qualidade das águas interiores superficiais e subterrâneas.
1.7.1.- Disponibilidade dos Recursos Hídricos Superficiais
De acordo com a metodologia
estabelecida pelo CORHI, são consideradas áreas críticas quanto à utilização
dos recursos hídricos aquelas cuja demanda total da água superar 50% da disponibilidade
mínima, representada pela soma Q7,10 + Qregularizada .
As demandas relativas aos
consumos doméstico e industrial foram selecionadas a partir das informações
levantadas no campo, dos cadastros fornecidos pelo DAEE, dos dados contidos no
documento "Caracterização das Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos",
elaborado pelas Secretarias do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos,
Saneamento e Obras, além das informações constantes dos Planos Estaduais de
Recursos Hídricos.
Demanda de Água na Bacia
Usos |
Demanda ( m3/s
) |
Disponibilidade
(teórica) Q7,10
(m3/s) |
Relação
dem./disp. |
Urbano |
9,18 |
|
|
Industrial |
11,7 |
|
|
Irrigação |
- |
|
|
TOTAL |
20,88 |
32,80 |
63,66% |
O índice de criticidade
quanto ao uso dos Recursos Hídricos indica comprometimento da bacia como um
todo, porém é resultado dos altos índices verificados em determinadas
sub-bacias, tais como as sub-bacias dos Rios Cubatão, Mogi e Quilombo, devido à
forte demanda industrial, e na sub-bacia do Rio Jurubatuba por demanda urbana.
Sub-bacias críticas quanto à utilização das águas superficiais
Sub-bacia |
Demanda m3/s |
Disponibilidade Q7,10 m3/s |
Relação dem./disponibil. |
Rio Cubatão |
6,39 |
1,97 |
324,36% |
Rio Mogi |
0,860 |
0,876 |
98,17% |
Rio Jurubatuba |
0,940 |
0,953 |
98,64% |
Rio Quilombo |
1,22 |
1,11 |
109,9% |
1.7.2.- Qualidade das Águas Superficiais
O registro da qualidade das
águas superficiais é feito pela CETESB por meio de dados colhidos em seis
Pontos de Amostragem, identificados no quadro abaixo.
Pontos de Amostragem
UGRHI 7 –
Baixada Santista |
||
Corpo
d’água |
Ponto de Amostragem |
Localização |
Rio Cubatão |
CUBA02700 |
Ponte Preta, em frente da antiga Estação de
Tratamento de Água do Rio Cubatão |
Rio Cubatão |
CUBA03900 |
Ponte da Ferrovia Santos -Jundiaí, a 1,5 km da
confluência Rio Perequê - Rio Cubatão |
Canal de Fuga 2 |
CFUG02900 |
Usina Henry Borden, na saída da turbina da Usina Externa |
Rio Mogi |
MOGI02800 |
Ponte na Rodovia Piaçaguera – Guarujá |
Rio Piaçaguera |
PIAC02700 |
Ponte na área da COSIPA, 300m a jusante de Adubos
Trevo |
Reservatório Capivari-Monos |
CAMO00900 |
Junto à Estação de Recalque da SABESP |
O regime operacional que tem
predominado nos últimos anos, restringiu acentuadamente o bombeamento das águas
do Rio Pinheiros para o Reservatório Billings, fato que tem propiciado uma
recuperação significativa na qualidade de suas águas.
O Ponto de Amostragem
CUBA03900, localizado a jusante do Canal de Fuga, também tem a qualidade de
suas águas influenciada pelo Reservatório Billings.
Pelas
informações colhidas, constantes do Relatório “0”, observa-se que o Rio Cubatão
apresenta resultados não conformes nos dois Pontos de Amostragem, principalmente
quanto às concentrações de Coliformes Fecais e Fósforo Total. Este fato deve-se
ao lançamento de esgotos domésticos sem tratamento adequado, notadamente a
jusante da cidade de Cubatão.
No
Canal de Fuga 2 as águas advindas do Reservatório Billings não se apresentam
significativamente afetadas na sua qualidade. Apenas o Fósforo apresentou
resultados não conformes em grande número de amostras, nos três anos
relacionados. Com menor intensidade ocorreram desvios em Coliformes Fecais.
No
Rio Mogi evidencia-se a forte influência dos esgotos domésticos e possivelmente
industriais, lançados sem tratamento adequado. Coliformes Fecais, Nitrogênio
Amoniacal e Fosfato Total apresentam-se, sistematicamente, fora dos padrões
estabelecidos para a Classe do Rio.
O
Rio Piaçaguera também apresenta alta desconformidade em seus parâmetros.
Oxigênio Dissolvido, DBO, Coliformes Fecais, Nitrogênio Amoniacal e Fosfato
Total, com significativos desvios dos padrões CONAMA, comprometem o estado
sanitário do corpo d’água.
As
águas do Reservatório do Capivari-Monos, utilizadas para abastecimento público,
apresentam alguns valores de Coliformes Fecais e Fosfato Total em desacordo com
os parâmetros estabelecidos para o corpo d’água.
O último Relatório da CETESB,
com dados colhidos em 2001, vem confirmar a situação registrada em 2000.
Durante
o ano de 1997 foram efetuados testes de toxidade em todos os seis Pontos de Amostragem
da UGRHI.
Os testes mostraram que 47%
das amostras não apresentaram toxidade, 10% apresentaram toxidade aguda e 43%,
toxidade crônica.
Registrou-se
qualidade da água para vida aquática insatisfatória nos Pontos de Amostragem
monitorados.
No
Reservatório Capivari-Monos, junto à estação de recalque da SABESP, onde a
Classe é Especial, a qualidade das águas é apenas Regular.
Ao
longo do Rio Cubatão registrou-se qualidade Regular em seu trecho médio,
defronte a antiga estação de tratamento de água do Rio Cubatão, onde a Classe é
2. Mais a jusante, junta a ponte da estrada de ferro Santos-Jundiaí, onde tem-se
enquadramento na Classe 3, a qualidade das águas para vida aquática é Ruim.
No
Canal de Fuga 2 a qualidade mostrou-se Regular e no Rio Mogi, Ruim.
Finalmente,
no ponto monitorado do Rio Piaçaguera, na ponte localizada próximo da COSIPA,
registrou-se qualidade Péssima. Note-se que o rio está enquadrado na Classe 2.
No Reservatório
Capivari-Monos registrou-se qualidade apenas Regular para a água bruta
destinada a abastecimento, no ano de 1998. No Rio Cubatão, a qualidade caiu de
Boa, em 1997, para Regular, em 1998.
Para avaliação do nível de
contaminação das águas de uma bacia hidrográfica, o CORHI sugere a adoção da
Taxa de Diluição Média (TDM), obtida mediante a divisão da carga de DBO
remanescente (Industrial + Urbana) pela Vazão Mínima (Q7,10).
Conforme o resultado, seriam
estabelecidos os seguintes níveis de criticidade:
Níveis de criticidade quanto à diluição
Taxa de Diluição
Média (mg/l) |
TDM< 26 |
26£ TDM£ 42 |
TDM> 42 |
Nível de
criticidade |
N1 |
N2 |
N3 |
Os
principais rios, pequenos córregos e canais de drenagem da Baixada Santista
recebem uma carga remanescente de 2,6 tDBO5/dia de origem doméstica,
conforme mostra o quadro adiante.
A rede de drenagem da região
sul da UGRHI é constituída por rios que atravessam os municípios e desaguam no
oceano. A carga poluidora nessa região é, na sua quase totalidade, de origem
doméstica, sendo a remanescente, estimada em 1,5 tDBO5/dia.
Na
Baixada Santista, a maior fonte de poluição industrial localiza-se no Pólo
Industrial de Cubatão, que gera cerca de 98% da carga total.
Levantamento
de campo efetuado no 1o semestre de 1999 permitiu reunir informações
relativas a esgotos industriais orgânicos e inorgânicos.
O
Município de Cubatão, com território nas sub-bacias do Rio Cubatão (9) e Rio
Mogi (12), destaca-se por possuir importante concentração de atividades
industriais que descarregam suas cargas remanescentes, orgânicas ou
inorgânicas, nas citadas sub-bacias e no estuário santista (11). Embora
dispondo de sistemas de tratamento de efluentes, grandes empresas como
Carbocloro S/A, Companhia Brasileira de Estireno, Ultrafertil, Cosipa, Copebras
e Manah S/A respondem pelo lançamento de considerável quantidade de poluentes
nos corpos d’água da região.
Pode-se
estimar em 473 kgDBO5/dia.o lançamento das principais indústrias na
sub-bacia do Rio Cubatão (9) e 338 kgDBO5/dia na sub-bacia do Rio
Mogi (12).
No
Município de Guarujá, seis empresas, descarregam na sub-bacia (13) a carga
remanescente orgânica correspondente a 844,50 kgDBO5/dia.
Em
Santos, as maiores empresas lançam na sub-bacia (11) um total de 85,34 kgDBO5/dia
de carga orgânica remanescente.
No
Município de Itanhaém, a Agro Industrial Iderg descarrega uma carga
remanescente de 30,79 kgDBO5/dia, na sub-bacia do Rio Itanhaém (4).
Em termos de carga inorgânica
remanescente, foram registradas descargas de 271,68 kgDBO5/dia na
sub-bacia do Rio Cubatão e 189,73 kgDBO5/dia na sub-bacia do Rio
Mogi.
A vazão total descarregada
nos corpos d'água, incluindo o estuário, é de 9,9 m³/s; destes 6,13 m3/s
são devidos à COSIPA.
Desta forma, chega-se ao
seguinte resultado para toda a Bacia Hidrográfica da Baixada Santista:
TDM para a Baixada Santista
Carga de DBO remanescente (tDBO/dia) |
Vazão
mínima Q7,10 (m3/s) |
TDM (mg/l) |
Nível de
criticidade |
96,3 |
38 |
29,33 |
N2 |
Este resultado, evidencia o
mau estado sanitário da UGRHI como um todo. Evidentemente, por ser este um
coeficiente médio da bacia não reflete com clareza a situação crítica de
algumas sub-bacias sujeitas a fortes descargas industriais e domésticas, como é
o caso das sub-bacias 9 (Rio Cubatão) e 12 (Rios Mogi e Piaçaguera).
1.7.3.- Qualidade, Vulnerabilidade e Riscos de
Poluição dos Aqüíferos
Conforme estudo do DAEE
desenvolvido em 1.979, dados referentes a medidas de campo da temperatura da
água subterrânea mostram pequena variação.
Os
valores apresentados mostram que as águas do aqüífero Sedimentar são
ligeiramente mais quentes do que as águas provenientes do Aqüífero Cristalino,
devido provavelmente, a influência da temperatura ambiental, tratando-se de
águas pouco profundas.
Resumo das Características
Físico-químicas
Aqüífero |
Temperatura (em ºC) |
pH |
RS (*) (Em mg/l) |
Dureza total(*) (Em mg/l de CaCO3) |
Sedimentar |
23,0 a 27,0 |
4,2 a 7,9 |
146 |
53 |
Cristalino |
23,9 a 24,3 |
6,2 a 7,8 |
1.250 |
725 |
(*) – valores médios
Quanto
ao conteúdo de sais totais dissolvidos, representado também pela condutividade
elétrica, nota-se uma variação ampla entre as águas do aqüífero Sedimentar e do
Aqüífero Cristalino na Baixada Santista. Na água dos sedimentos foram
verificadas concentrações variando de 72 até 334 mg/l e média de 146 mg/l,
enquanto que na água proveniente do Cristalino, o conteúdo em sais alcançou até
10.600 mg/l e uma média de 1.250 mg/l.
A
classificação geoquímica das águas foi baseada nos diagramas de análises
elaborados por Schoeller-Berkaloff e Piper. As águas do aqüífero Cristalino na
região da Baixada Santista apresentam alto teor de cloreto, enquanto no
aqüífero Sedimentar o ânion dominante é o bicarbonato.
Nos aqüíferos dos sedimentos
quaternários, deve-se salientar as limitações de utilização das águas
subterrâneas, considerando sua qualidade/vulnerabilida-de. A julgar pelo elevado
desenvolvimento urbano verificado em toda a extensão da Baixada Santista, é de
se esperar grandes alterações na qualidade das águas, em razão das interações
do homem e o ambiente, notadamente no sistema sedimentar, devido às pequenas
profundidades do lençóis subterrâneos e mobilidade relativamente elevada dos
poluentes em razão da maior permeabilidade dos leitos mais arenosos. Além
disso, a proximidade desses sistemas da interface com a água salgada, por
vezes, tornam esses mananciais inadequados para consumo público, não descartando,
porém, seu uso para suprimento industrial e outros usos.
1.7.4.- Balneabilidade das Águas
Litorâneas
Para
a análise da situação das praias da UGRHI 7 quanto à balneabilidade, o
Relatório “0” optou por enquadrar a qualidade das praias em três níveis de
criticidade. Para tanto, com base nos Relatórios de Balneabilidade das Praias
Paulistas e informações complementares do escritório regional da CETESB, foi
feito o levantamento da qualificação das praias, semana por semana, durante os
anos de 1998 e 1999 (os dados de janeiro, fevereiro, outubro, novembro e
dezembro de 1999 não estavam disponibilizados, o que impede uma análise conclusiva).
Níveis de criticidade quanto à
balneabilidade
Característica
da praia |
Nível de
criticidade |
Nenhum mês com percentual Própria inferior a 70% |
N1 |
Pelo menos um mês com percentual Própria inferior a
70% |
N2 |
Seis meses, ou mais, com percentual Própria inferior
a 70% |
N3 |
Dispondo
das praias de melhor qualidade na UGRHI 7, o Município de Bertioga teve três
delas, Boracéia, Guaratuba e São Lourenço classificadas em nível de criticidade
N1 durante 1998. A praia da Enseada, nos três pontos de monitoramento,
enquadrou-se no nível N2.
Em 1999 observou-se piora de
qualidade nas praias de Guaratuba, S. Lourenço (morro) e Enseada Vista Linda.
Em
1998 o Município de Guarujá possuía uma única praia, do Tombo, com nível de
criticidade N1, enquanto que as praias do Perequê e Enseada (Pernambuco)
enquadravam-se no nível N3, destacando-se Perequê por manter-se, sistematicamente,
mais de 30% do tempo Imprópria. As demais praias, com nível de criticidade N2,
mantiveram-se alguns meses com característica Imprópria em mais de 30% do
tempo.
As informações de 1999
mostram melhoria de praias da Enseada, Pitangueiras e Astúrias, com ligeira
piora da praia do Tombo.
Em
Itanhaém observa-se que as praias do Jardim Cibratel, Jardim Fernando e
Balneário Gaivota enquadraram-se no nível N1, durante 1998. A praia do Centro
foi a pior, classificada em N3, com característica Imprópria por mais de 30% do
tempo, em sete meses de 98. Essa tendência aparentemente é mantida em 1999.
De
uma forma geral, as praias de Mongaguá, adiante referidas, não apresentaram
balneabilidade satisfatória. Nenhuma delas obteve classificação N1. Três enquadram-se
em N2 e duas em N3 durante 1998. A situação melhorou em 1999, praticamente em
todas as praias do Município.
O
Município de Peruíbe, embora tendo a praia de Guaraú em condições satisfatórias
de balneabilidade, com nível N1, as demais obtiveram classificação N2, no ano
de 1998. Durante 1999 tem-se observado assentuada melhoria em todas as praias.
Praia
Grande também não apresentou suas praias em bom estado de balneabilidade no ano
de 1998. Três delas enquadraram-se no nível N2 e as outras três, Vila Caiçara,
Balneário Flórida e Jardim Solemar, obtiveram apenas o nível N3. A mesma
tendência é observada em 1999.
Durante 1998 todas as praias
de Santos, na época de cheias (outubro a abril), mantiveram-se com
balneabilidade insatisfatória, sendo classificadas no nível N3. Essa tendência
tem-se mantido em 1999.
Duas
praias de São Vicente, Milionários e São Vicente, apresentaram mau estado de
balneabilidade durante todo o ano de 1998. Enquadraram-se no nível N3. As
demais, embora com balneabilidade melhor, classificaram-se em N2.
Durante 1999, praticamente a
situação não se alterou.
O último Relatório de
Balneabilidade das Praias Paulistas, editado pela CETESB e referente ao
monitoramento do ano de 2001, faz os seguintes comentários a respeito da balneabilidade
das praias da Baixada Santista:
Bertioga
Observa-se uma melhora nas condições de balneabilidade
desse município de 2000 para 2001, com redução significativa das praias
regulares, de 49 para 22%, e aumento das praias ótimas, de 38 para 56%.
Guarujá
Comparando-se as qualificações anuais de 2000 com as
de 2001, observou-se um declínio na qualidade das condições das praias desse
município: enquanto em 2000, 46% dos pontos amostrados obtiveram a
classificação anual Boa e permaneceram Próprias durante todo ano, em 2001 a
percentagem das praias classificadas como Boas foi de 18%.
Itanhaém
No município como um todo, as condições de
balneabilidade permaneceram muito semelhantes de 2000 para 2001.
Mongaguá
Embora nenhuma das praias tenha sido considerada Boa,
todas estiveram Próprias em mais de 80% do ano. Um quadro geral sobre este
município demonstra que Mongaguá apresenta condições regulares de
balneabilidade, com comprometimento sanitário de suas águas litorâneas na época
de temporada.
Peruíbe
As condições de balneabilidade das praias de Peruíbe
mantiveram-se semelhantes às do ano anterior, com uma piora observada na praia
de Guaraú.
Praia Grande
Com parando os resultados de 2000 com os de 2001,
nota-se que, de forma geral, houve uma piora das condições de balneabilidade do
município, possivelmente em decorrência do aumento dos índices pluviométricos
em relação a 2000.
Santos
Todas as praias deste município foram consideradas
como Regulares em 2001, situação que repete o que ocorreu nos dois últimos
anos.
São Vicente
Embora não se observe melhoria da qualidade sanitária
das praias deste município de 2000 para 2001, nota-se que houve uma melhoria
gradativa das suas condições de balneabilidade a partir de 1995.
O
estado sanitário das praias é fortemente condicionado à qualidade das águas dos
rios que afluem a essas praias.
Durante
o ano de 1997 a CETESB realizou 843 amostragens em campanhas efetuadas nos 578
cursos d’água cadastrados. A grande maioria delas (87%) não atendeu aos limites
estabelecidos pela legislação para Coliformes Fecais, em corpos d’água Classe 2
ou 3.
Em
seu último Relatório a CETESB (monitoramento de 2001), analisando a
distribuição da contaminação dos cursos d’água por município, registrou que
Praia Grande possuía 71% dos seus cursos d’água na faixa igual ou superior a 105
Coliformes Fecais (NMP/100ml), lembrando que 103 é o valor
limite para as Classes citadas. Neste Município, 97% dos seus cursos d’água não
atendem ao padrão legal.
Santos
vem em seguida, com 90% dos seus rios fora de padrão, Itanhaém com 85%, Mongaguá
com 81%, Guarujá com 74% e São Vicente com 67%.
Bertioga
e Peruíbe situam-se em melhor posição com 59% dos cursos d’água fora de padrão.
Além
disso, diversas medições mostraram valores de Coliformes Fecais da ordem de 107
e alguns na faixa de 108, o que corresponde a uma densidade de
coliformes semelhante àquela encontrada em esgoto bruto.
1.8.- SAÚDE E SANEAMENTO
Com
base em dados disponibilizados pela Fundação SEADE, o Relatório “0” analisa a
situação da mortalidade infantil na UGRHI, nos anos 1995/96/97.
Embora
alguns municípios tenham, nesse período, conseguido reduzir a taxa de
mortalidade infantil, como Cubatão, Guarujá, Itanhaém, Peruíbe, Praia Grande e
Santos, os demais não apresentaram o mesmo desempenho. Mongaguá reduziu
sensivelmente a taxa de mortalidade infantil, de 1995 para 1996 porém, voltou a
crescer em 1997. São Vicente tem a sua taxa flutuando em torno de valores
superiores àqueles do Estado e da própria UGRHI.
De
uma forma geral, tem melhorado a situação nos últimos anos.
No
levantamento da mortalidade por doenças de veiculação hídrica, a Fundação SEADE
considerou as enterites, hepatite infecciosa e esquistossomose, que estão mais
associadas às condições sanitárias do local de residência da criança.
Neste
caso, a situação média da UGRHI melhorou ao longo dos anos e, também, em
relação ao Estado de São Paulo. Apenas os Municípios de Santos e São Vicente,
por sinal os mais populosos, tiveram suas taxas flutuando entre os valores
médios máximo e mínimo da UGRHI e do Estado.
Relativamente
à mortalidade de menores de cinco anos, por causas de veiculação hídrica,
calculadas por lotes de 100 mil crianças de 0 a 4 anos, embora os números
flutuem, sem mostrar uma tendência clara de evolução, notou-se que a situação
piorou sensivelmente em Santos e São Vicente, no período em destaque. Em toda a
bacia, a taxa média caiu de 20,93 em 96, para 14,62 em 97. Nesse mesmo período,
o Estado de São Paulo apresentou uma queda na taxa de 22,35 para 15,65.
Constituem
os principais mananciais hídricos da região os Rios Cubatão, Mogi, Branco e Quilombo,
que deságuam no Estuário de Santos, e os Rios Itatinga, Itapanhaú, Capivari e
Monos, além dos rios que deságuam no mar entre Bertioga e Iguape. Seis deles
contam com Ponto de Amostragem para avaliar a qualidade da água, sendo um no
Rio Capivari, dois no Rio Cubatão, um no Rio Mogi, um no Rio Quilombo e um no
Canal de Fuga 2.
Segundo
informações da Sabesp, a região sul, compreendida pelos Municípios de Peruíbe,
Itanhaém, Mongaguá, Praia Grande e São Vicente (área continental) e região
norte, compreendida pelos municípios do Guarujá e Bertioga, contam com água
suficiente para atender às futuras demandas. Entretanto, a região central,
compreendida pelos municípios de Cubatão, Santos e São Vicente (área insular)
não tem disponibilidade hídrica para atender às demandas, ou seja, qualquer
solução para o abastecimento da região centro passa pelo uso das águas da
Billings ou da importação de outra região.
Vários
investimentos foram feitos, a partir de 1992, para ampliar a oferta de água na
região, visando garantir o abastecimento de água potável, mesmo no período de
estiagem prolongada e fluxo acentuado de turistas. Para tanto, foram instalados
novos pontos de captação de água, ampliada a adução, montadas novas unidades de
recalque de água tratada e construídos novos reservatórios.
A
região dispõe de um sistema integrado que abastece os municípios de Santos, São
Vicente, Praia Grande e Cubatão, que contou com a ampliação da estação de
tratamento de água dos Pilões, em Cubatão, com produção de 600 litros/segundo.
A captação no Rio Mambu, em Itanhaém, atende Itanhaém, Mongaguá e Praia Grande
e, indiretamente, Santos, São Vicente e Cubatão, com produção de 600 l/s de
água. Peruíbe é atendido pela captação de águas nos córregos Salgo e Catanduva,
com capacidade de produzir 229 l/s. A oferta de água para o Guarujá foi
melhorada através da ampliação da captação do Jurubatuba-Mirim.
O percentual de atendimento
situa-se entre 81% (Itanhaém) e 100% (Mongaguá, Praia Grande e Santos).
Praticamente,
todo o abastecimento é feito a partir de captações de águas superficiais.
Por ocasião da elaboração do
Relatório “0” a cobertura da rede de coleta de esgoto era insatisfatória no
conjunto dos Municípios da Baixada Santista (em torno de 56%), sendo essa média
fortemente influenciada pela melhor cobertura de Santos (superior a 96%).
Os
municípios de Santos, Guarujá e Praia Grande lançam seus esgotos no mar, via
emissários submarinos. Os esgotos de São Vicente referente a área insular estão
interligados ao emissário localizado no município de Santos.
O último Relatório de
Qualidade das Águas Interiores da CETESB, relativo ao ano de 2001, mostra a
seguinte situação dos sistemas de coleta e tratamento de esgotos na UGRHI 7:
Municípios |
Atendimento |
|
Coleta % |
Tratam. % |
|
Bertioga |
25 |
100 |
Cubatão |
25 |
100 |
Guarujá |
50 |
90 |
Itanhaém |
7 |
0 |
Mongaguá |
0 |
0 |
Peruíbe |
16 |
100 |
Praia Grande |
45 |
100 |
Santos |
94 |
100 |
São Vicente |
48 |
50 |
Apenas
o Município de Santos possui coleta e tratamento em níveis satisfatórios.
Especificamente
com relação à disposição dos resíduos sólidos domiciliares, a CETESB preparou
em 1997 e 1998, um levantamento detalhado da situação em todos os municípios
paulistas.
As
informações reunidas e apresentadas no Relatório “0” mostraram a situação
precária em que se encontravam os sistemas municipais de disposição de resíduos
sólidos. Embora a CETESB tivesse registrado pequena melhora na situação em
relação ao que ocorria em 1997, nenhum município dispunha de qualquer tipo de
compostagem. Apenas Cubatão, Guarujá e Peruíbe operavam com aterro sanitário em
situação controlada. Os demais dispunham seus resíduos sólidos em aterros
sanitários, ou lixões, de forma inadequada.
Quatro
dos nove municípios localizavam as disposições finais a menos de 500 metros de
habitações e três deles, Praia Grande, Santos e São Vicente, lançavam o lixo a
menos de 200 metros de corpos d’água.
A
profundidade do lençol freático em seis municípios era inferior a três metros.
A
permeabilidade do solo que recebe os resíduos era alta em quatro municípios,
média em outros quatro e baixa em apenas um município.
O último Relatório da CETESB
mostra que a situação não apresentou melhoria significativa. O valor médio do
IQR (Índice de Qualidade dos Resíduos) em toda a UGRHI, que era 4,7 em 1988,
passou para 5,2 em 1999 e retrocedeu para 4,9 em 2000.
70% do lixo gerado (814
ton/dia) ainda é disposto de forma inadequada; 27,6% é disposto de forma
controlada, e apenas 2,5% é disposto de forma adequada.
Evidentemente, o problema se
agrava no período de verão e em feriados prolongados, ocasiões em que o volume
gerado de lixo chega a quintuplicar.
2.- OBJETIVOS, METAS E PROPOSIÇÃO DE PROGRAMAS
2.1.-
OBJETIVOS E METAS: AS OFICINAS DE TRABALHO
Considerando
as particularidades da Bacia Hidrográfica da Baixada Santista e as orientações
básicas contidas no PL 05/96, o Plano de Bacia foi desenvolvido segundo duas
abordagens:
Na primeira abordagem foram
analisados os planos e projetos existentes e a vocação almejada para a UGRHI,
na perspectiva de um desenvolvimento sócio-economico compatível com o uso
sustentável dos recursos naturais.
Na segunda, buscou-se o
estabelecimento de metas de curto prazo (2002–2003) e de médio/longo
prazos(2004/2010), juntamente com as respectivas atividades, conforme
orientações e anexos V1 a V21 do PL 05/96.
O Plano de Bacia foi
elaborado de forma participativa, contando com a contribuição de integrantes do
Comitê da Bacia, juntamente com os representantes de órgãos públicos da região
e de entidades da sociedade local.
A fim de otimizar e
objetivar as contribuições, foram programadas oficinas e reuniões de trabalho
cuja dinâmica era definida progressivamente, em função das experiências acumuladas
em cada evento ou atividade realizada.
2.1.1.- A 1a
Oficina de Trabalho
A Oficina de Trabalho realizada em
dezembro de 2000, junto ao Comitê da Baixada Santista teve por objetivo a
discussão e ordenamento de propostas de diretrizes para um modelo de
desenvolvimento sócioambiental dessa Unidade de Gerenciamento de Recursos
Hídricos.
Os presentes se organizaram em cinco
grupos, com o objetivo de aprofundar os seguintes temas:
Grupo
1 - Planejamento e gerenciamento dos
recursos hídricos
Grupo 2 - Aproveitamento múltiplo e controle dos
recursos hídricos; conservação de recursos hídricos na indústria
Grupo 3 - Conservação, proteção e recuperação da
qualidade dos recursos hídricos; conservação e proteção dos mananciais
Grupo 4 - Prevenção e defesa contra inundação, erosão e
assoreamento
Grupo 5 - Interferência do uso e ocupação do solo na
qualidade dos recursos hídricos
Dentre os grupos temáticos
evidenciaram-se diversos pontos em comum, cujo tratamento passa a assumir
grande importância para a gestão dos recursos hídricos na Bacia.
Quanto às oportunidades, novas
perspectivas de desenvolvimento econômico foram ressaltadas em todos os grupos,
seja no aproveitamento dos recursos hídricos, como ambientais, em geral,
evidenciando um esforço na busca de caminhos alternativos, mais equilibrados e
sustentáveis e na reavaliação das potencialidades tradicionais.
Para viabilizá-las são identificadas
grandes dificuldades, cuja superação demanda expressivos investimentos, de toda
a natureza. Eles abrangem aqueles de mudança cultural mais ampla, até obras de
infra-estrutura localizadas, todas elas de longa maturação e exigentes de
grandes esforços, que vão da motivação política à inovação tecnológica.
Esse volume de situações a corrigir e a
criação de novas perspectivas não encontra resposta nas diferentes organizações
político-administrativas existentes, de sorte que o SIGRH, através do Comitê,
surge como um dos raros espaços de discussão e de encaminhamento dessas
questões, muitas delas, não exclusivamente relacionadas ao seu campo de
atuação.
Disso decorre um saudável e necessário
espaço de discussão, porém, em contrapartida, uma hipertrofia da pauta,
dispersando esforços em muitas frentes, o que é grave, considerando-se o longo
tempo que ainda é requerido para completar a institucionalização desse sistema
de gestão e para o seu pleno preenchimento e participação das diferentes
entidades que o compõem, particularmente aquelas representativas da sociedade
civil.
Mesmo se reduzida a um mínimo
indispensável no campo dos recursos hídricos, o rol de ações necessárias e a
demanda de recursos para materializá-las encontra dificuldades, como as que se
verificam no encaminhamento dos Programas de Duração Continuada apontados nos sucessivos
Planos Estaduais de Bacia.
O Plano Estadual dos Recursos Hídricos,
vem sendo formulado desde antes da própria instituição da legislação que criou
o SIGRHI, em 1991, e vem assinalando a necessidade de implementação de um
extenso rol de ações ao longo dos diferentes períodos – quadrienais - que se
seguiram desde então. Essas ações são enquadradas em PDCs – Programas de
Duração Continuada e, de acordo com as proposições de seus respectivos Comitês,
via-de-regra, são abrangentes e ambiciosas.
De fato, a situação em que
se encontram os recursos hídricos, em todo o Estado, está a demandar grandes
investimentos, especialmente no que se refere à correção de problemas gerados
por formas inadequadas e conflitantes de aproveitamento desses recursos. Esses
investimentos, contudo, seguem sem perspectiva de realização, a depender dos
recursos que são direcionados para o FEHIDRO.
Essa é uma questão que merece destaque
para a discussão da sustentabilidade, além dos enormes desafios inerentes à
implementação de um sistema de gestão tripartite, descentralizado e
participativo, que vêm sendo enfrentados em todas as instâncias desse sistema.
Nesse contexto, em que recursos
orçamentários também não vêm sendo disponibilizados de forma expressiva para o
enfrentamento dos problemas regionais nesse campo, há que se refletir sobre
perspectivas realistas, prioridades e estratégias para que a região avance na
resolução dos seus problemas.
Nesse sentido, uma questão chave a ser
colocada é a do aproveitamento de seu expressivo patrimônio natural ainda
remanescente sem, naturalmente, repetir o que fizeram as demais regiões do
Estado - que o dilapidaram - e sem, também, fazer crescer os problemas que o tradicional
padrão de apropriação desses recursos, já legou para essa UGRHI e que são
identificados de forma clara, seja no Relatório “0”, como na Oficina de
Trabalho.
Todos os problemas retomados do
Relatório “0”, e seu potencial inerente de evolução evidenciam que o
aproveitamento que foi efetuado dos recursos econômicos, sociais e ambientais
da Baixada legou um passivo, que vem sendo desconsiderado das suas avaliações
de desempenho e desenvolvimento e que, evidentemente, não tem sido debitado de
seus agentes causadores, os beneficiários do processo de degradação.
Essa situação exibe a mais clara
evidência de que os custos de remediação são infinitamente superiores aos da
prevenção e de que o prosseguimento no atual rumo acabará por liquidar o
potencial remanescente de desenvolvimento que, na região, ainda resistiu ao
padrão predatório que lhe foi impingido. Além disso, a gravidade, extensão e o
avanço inercial de todos os problemas relacionados aos recursos hídricos,
requerem um enfrentamento proporcional não se mostra viável com as fontes de
recursos tradicionalmente despendidas na sua reparação.
Isso requer uma priorização política
clara da proteção do patrimônio ainda existente, preventivo de novos problemas,
e uma hierarquização das frentes de enfrentamento do passivo ambiental, com
base na distribuição de seus custos entre os segmentos responsáveis pela sua geração.
Essa nova política deve repercutir na
formulação de um novo modelo de desenvolvimento.
De maneira simplificada, pode-se
recuperar que, na Oficina, foram apontadas inúmeras demandas de água e
propostas de encaminhamento, para as quais há que se efetuar uma priorização,
com base em critérios amplamente discutidos, asseguradas as necessidades
básicas de sobrevivência da população e de seus principais ecossistemas. Para
não reproduzir efeitos negativos em outros setores, ambientes ou interfaces, a
forma de se atuar sobre essas demandas e problemas deve ser muito diferenciada
em relação à tradicional, setorial e parcial, requerendo a identificação de
suas interfaces e repercussões. Finalmente, devem ser procedidas avaliações
criteriosas de projetos e de novos aproveitamentos, com base em indicadores de
sustentabilidade, antes de se decidir pela sua realização.
2.1.2.- A 2a
Oficina de Trabalho
A exemplo do que ocorreu na 1a
Oficina de Trabalho para elaboração do Plano de Bacia da Baixada Santista, esta
2a Oficina, realizada no dia 20 de novembro de 2001, na sede da Associação
dos Engenheiros e Arquitetos de Santos, também adotou processo intensamente
participativo para tomada de decisões.
De início, foram
apresentadas três palestras:
a) Poços Coletores Horizontais - captação de água bruta com
baixo custo.
b)
Bacias
hidrográficas utilizadas e com potencial para captação de água:
disponibilidade, demanda e captação de água na Bacia da Baixada Santista.
Sazonalidade do abastecimento e perdas nos sistemas.
c)
Características
das bacias hidrográficas: aspectos físicos e fitogeográficos, ameaças (ocupações,
erosão e contaminações), situações mais críticas e risco à saúde. Desmatamento,
áreas afetadas por poluição atmosférica e por produtos tóxicos.
Diante das
considerações colocadas naquele evento, foi proposto que o CBH-BS assumisse a
liderança e o rígido controle de uma estratégia para encaminhamento do Plano de
Bacia, estratégia essa embasada em dois vetores fundamentais, quais sejam:
·
1o
vetor - Sustar a evolução dos processos de degradação ambiental;
·
2o
vetor - Priorizar as ações e obras que se evidenciem factíveis.
A justificativa do 1o vetor
é óbvia. Trata-se de clara determinação política objetivando à mudança do
modelo de desenvolvimento, optando pela efetiva preservação e conservação dos
recursos naturais, em especial, os hídricos.
O 2o vetor visava à
recuperação segura e progressiva dos recursos hídricos e áreas degradadas, em
todos os seus aspectos mais relevantes.
Com base no Relatório “0” e na
avaliação da 1a Oficina de Trabalho, o Comitê deveria priorizar
ações e obras, com clara definição dos recursos a investir e das fontes que
garantirão a sua viabilização.
Procedendo desta forma, estaríamos
buscando resultados positivos, com maior segurança e menores riscos de
fracasso, de forma a garantir credibilidade ao processo e ao próprio Comitê de
Bacia.
Em seguida, para trabalhar
cada um dos temas, os participantes foram divididos em três grupos e de forma a
permitir a multiplicidade de interesses e de conhecimento sobre o assunto.
O grupo destacou a
necessidade da existência de um banco de dados, centralizado no Comitê,
integrando as informações. Registrou, entretanto a indisponibilidade dessas
informações.
A ocupação desordenada do
solo deve ser prevenida, cabendo ao Estado e Município a responsabilidade pela
fiscalização e implantação de políticas habitacionais e educação ambiental.
O problema dos esgotos e
dos resíduos sólidos foi colocado como prioritário, exigindo-se o tratamento e
correta disposição final. A crônica falta de recursos e de vontade política são
obstáculos ao adequado equacionamento desses problemas. Foi proposta a busca de
soluções alternativas para tratamento dos esgotos.
Foi também proposto o
cadastro dos usuários de recursos hídricos e o controle da exploração dos
recursos naturais.
Grupo 2.- Ações de
médio e longo prazos para recuperação e conservação dos recursos hídricos
Grupo 3.- Bases para
um novo modelo de desenvolvimento sustentável
O grupo entendeu que um banco de dados
integrado, disponibilizado via Internet, é indispensável para a garantia de um
modelo adequado de desenvolvimento sustentável.
A Secretaria dos Recursos Hídricos, o
DAEE e os Municípios devem preocupar-se com a identificação dos mananciais
(mapeamento, localização, qualidade, potencial de explotação, condições de
distribuição e potencial de usos múltiplos) e com a adequação jurídica
municipal, contemplando a sustentabilidade do desenvolvimento.
Preocupação semelhante foi
demonstrada em relação à adequação nacional da legislação de sustentabilidade,
cabendo ao Congresso essa responsabilidade.
2.1.3.- A 3a
Oficina de Trabalho
De acordo com
as atividades programadas e acordadas com a Câmara Técnica de Planejamento do
Comitê da Bacia Hidrográfica da Baixada Santista, a 3a Oficina de
Trabalho foi realizada em Cubatão (Bloco Cultural da Prefeitura ), no dia 3 de
abril de 2002, e teve como tema básico “Mangues,
Canais e Drenagem Urbana”.
O programa foi
desenvolvido em duas partes. A primeira constou de palestras relacionadas ao
tema proposto, num total de cinco, das quais somente duas foram realizadas, uma vez que três expositores não
compareceram.
A segunda parte
compreendeu uma Oficina de Trabalho propriamente dita, também conduzida
mediante o emprego da técnica “metaplan”, descrita e comentada anteriormente.
PALESTRAS
PROGRAMADAS PARA A 3a OFICINA
·
Situação atual
dos ecossistemas: características físicas, qualidade das águas, estágio de preservação
e contaminação dos canais e manguezais
Entidade convidada: CETESB (não
compareceu)
·
Ocupação
urbana-industrial na Baixada Santista
Entidade convidada: Prefeitura Municipal
de Cubatão
·
Resíduos
sólidos e áreas contaminadas na Bacia
Entidade convidada: CETESB (não compareceu)
·
Problemas de
drenagem nos Municípios da Baixada Santista
Entidade convidada: FCTH - Fundação
Centro Tecnológico de Hidráulica
·
Doenças de
veiculação hídrica na Baixada Santista
Entidade convidada: GVE - Divisão de Saúde de Santos (não compareceu)
Seguindo os
procedimentos técnicos adotados nas oficinas anteriores, após as palestras os
participantes foram divididos em grupos. Cada grupo recebeu a missão de
discutir e apresentar propostas para um conjunto de temas específicos,
definidos em função do tema básico do evento. Os temas específicos foram os
seguintes:
1. Situação atual
dos ecossistemas: características físicas, qualidade das águas, estágio de
preservação e contaminação dos canais e manguezais;
2. Ocupação
urbana-industrial na Baixada Santista;
3. Resíduos
sólidos e áreas contaminadas na Bacia
4. Problemas de
drenagem nos Municípios da Baixada Santista
5. Doenças de
veiculação hídrica na Baixada Santista
Considerando o número de
participantes da Oficina foram constituídos dois grupos. O Grupo I ficou
responsável pelos três primeiros temas relacionados, enquanto que ao Grupo II
coube os demais.
O Grupo I ao abordar o tema
“Situação atual dos ecossistemas: características físicas, qualidade das águas,
estágio de preservação e contaminação dos canais e manguezais“ enfatizou a
necessidade de atualização das informações existentes.
No tema “Ocupação
urbana-industrial na Baixada Santista” apontou fundamentalmente, a exigência de
elaboração de um Plano Diretor Metropolitano, apoiado em instrumentos de planejamento
e gerenciamento, fundamentado na descentralização e regionalização das
decisões, e baseado num zoneamento costeiro.
Ao discutir os “Resíduos sólidos
e áreas contaminadas na Bacia” destacou a necessidade de disponibilização das
informações existentes e de implementação de estudos já realizados (Plano
Regional de Resíduos Sólidos ).
Segundo o entendimento do
Grupo II os problemas de drenagem nos Municípios da Baixada Santista exigem
ações e medidas articuladas e integradas, sustentadas por planos municipais.
Algumas Prefeituras, a exemplo de Santos e Itanhaém, já elaboraram os seus
planos diretores de drenagem, constituindo um passo importante para alcançar
este objetivo.
No tema “Doenças de
veiculação hídrica na Baixada Santista” o destaque à importância das atividades
preventivas, reflete o quanto necessita ainda ser feito nesta área.
2.1.4.- A 4a
Oficina de Trabalho
A 4a
Oficina de Trabalho foi realizada em São Vicente (Campus da UNESP), no dia 30
de abril de 2002, e teve como tema básico “Praias
e Águas Subterrâneas“.
O programa constou de duas partes. A primeira
compreendeu quatro palestras relacionadas com o tema geral proposto. A segunda,
uma Oficina propriamente dita, conduzida mediante o emprego da técnica
“metaplan”.
Palestra: “Ocupações irregulares na faixa da praia e uso
de aterros e contenções”
Entidade convidada: IBAMA (não
compareceu)
Palestra:
“Lançamento de
esgotos por canais e emissários”
Entidade convidada: SABESP
Palestra: “Acidentes ambientais provocados por
lançamento clandestino de contaminantes provenientes de embarcações e dutos”
Entidade convidada: CETESB
Palestra:
“Balneabilidade
das praias”
Entidade convidada: CETESB
Seguindo os
procedimentos técnicos adotados nas oficinas anteriores, após as palestras os
participantes foram divididos em três grupos. Cada grupo recebeu a missão de
discutir e apresentar propostas para temas específicos, definidos em função do
tema básico do evento. Os temas específicos foram os seguintes:
1. Ocupações
irregulares na faixa da praia e uso de aterros e contenções
2. Acidentes
ambientais provocados por lançamento clandestino de contaminantes provenientes
de embarcações e dutos
3. Lançamento de
esgotos por canais, emissários e rios do estuário; Balneabilidade das praias
As contribuições do Grupo 1 (Ocupações irregulares na faixa da praia e
uso de aterros e contenções), mostraram que estes problemas vêm se
agravando nas últimas décadas, exigindo um diagnóstico mais detalhado,
envolvendo especialmente as questões relacionadas a uma melhoria da gestão
(articulações e integrações entre os órgãos responsáveis, melhorias nos
sistemas de fiscalização e aprimoramento da legislação existente );
As propostas do Grupo 2 (Acidentes ambientais provocados por
lançamento clandestino de contaminantes provenientes de embarcações e dutos)
revelam que os maiores problemas do setor estão nas atividades operacionais e
preventivas e especialmente na enorme carência de recursos, tanto humanos como
materiais e financeiros;
As contribuições do Grupo 3 (Lançamento de esgotos por canais, emissários
e rios do estuário; Balneabilidade das praias) expressam as próprias
deficiências ainda existentes no conjunto dos Municípios da Baixada Santista,
no sistema de coleta e tratamento de esgotos domésticos e industriais, não
obstante os avanços que vêm ocorrendo nos últimos anos. Entendeu também o grupo
que a viabilização das propostas elencadas não pode ficar restrita a empresa pública
responsável pelo setor (SABESP), sendo necessário programas mais amplos,
capazes de envolver todas as esferas de governo e entidades da sociedade civil.
2.2.- RECOMENDAÇÕES DO RELATÓRIO “0”
Diante da realidade constatada na Bacia
Hidrográfica da Baixada Santista, o Relatório “0” fez as seguintes
recomendações a serem consideradas na elaboração do Plano de Gestão dos
Recursos Hídricos da UGRHI 7:
-
Quanto à definição dos usos do
solo:
·
Propor estratégia para a implantação do macrozoneamento do
território que compreende a UGRHI, caracterizando os respectivos usos
conformes, aceitáveis e proibidos, visando à recuperação, preservação e
conservação do meio ambiente e, em especial, das águas superficiais interiores
e litorâneas.
-
Quanto à coleta e disponibilização de informações
hidrometeorológicas:
·
Analisar a conveniência de instalar, em locais adequadamente
definidos, postos meteorológicos, fluviométricos e de monitoramento de
qualidade das águas, de forma a permitir a implantação de um sistema georreferenciado
de informações, compatível com as necessidades e a realidade da região. Em
especial, deverão ser consideradas as sub-bacias dos Rios Aguapeu, Cubatão,
Piaçabuçú, Mogi e Itapanhaú.
·
Propor a atualização dos
cadastros de captações (superficiais e subterrâneas) e lançamentos, bem como a
definição de indicadores ambientais para a UGRHI.
-
Quanto à recuperação, preservação e conservação da
qualidade das águas superficiais interiores:
·
Prever um programa de
despoluição progressiva dos diversos cursos d’água da UGRHI, definindo a ordem
de prioridade para tratamento dos esgotos urbanos.
·
Propor estratégia para
redução das cargas poluidoras industriais, orgânicas e inorgânicas, nas
sub-bacias dos rios Cubatão e Mogi, além do controle e busca de tecnologias
adequadas para disposição de resíduos sólidos industriais.
·
Estabelecer programa de
mobilização, instrução e apoio aos moradores em áreas não servidas por rede
coletora de esgotos, para implantação de tratamento individual, mediante
tecnologia adequada.
-
Quanto à preservação e conservação da qualidade das
águas subterrâneas:
·
Propor a complementação
e atualização de cadastro informatizado, contendo dados quantitativos e
qualitativos, que permitam acompanhar os diversos usos dos recursos hídricos
subterrâneos.
·
Propor a elaboração do
cadastro das fontes potenciais poluidoras das águas subterrâneas, bem como da
carta de mapeamento da vulnerabilidade e risco à poluição dos aqüíferos.
·
Propor a implementação
de curso de formação técnica especializada para gerenciamento de águas
subterrâneas, incluindo manuais técnicos para construção e manutenção de poços
e para açào fiscalizadora.
-
Quanto à recuperação, preservação e conservação da
qualidade das águas superficiais litorâneas:
·
Propor o cadastramento e
controle das fontes difusas de poluição e monitoramento da qualidade dos corpos
d’água que afluem às praias.
-
Quanto à infra-estrutura sanitária:
·
Formular estratégias visando à universalização da oferta dos
serviços de abastecimento de água nas áreas urbanas e rurais.
·
Propor estratégia para redução de desperdícios e perdas de
faturamento da água nos sistemas públicos de abastecimento, principalmente nos
municípios onde a situação é mais crítica, como: Itanhaém, Mongaguá e Praia
Grande.
·
Formular estratégia para
elevação do nível de atendimento com rede coletora de esgotos domésticos para
60%, nos municípios de Bertioga, Cubatão, Guarujá, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe,
Praia Grande e São Vicente, bem como implantação e ampliação dos sistemas de
tratamento de esgotos domésticos nos mesmos municípios.
·
Informar sobre, e propor tecnologias existentes para o
tratamento de esgotos e de lixo, mais indicadas para a região, tendo em vista
aspectos técnicos e sócio-econômicos compatíveis com as realidades locais.
·
Propor medidas jurídicas e institucionais para a solução
adequada das questões ligadas à coleta, tratamento e disposição final dos
resíduos sólidos domésticos, industriais e hospitalares.
-
Quanto à racionalização do uso da água na indústria:
·
Estabelecer alternativas
para racionalização do uso da água para fins industriais, incluindo: otimização
do consumo, uso das águas do Reservatório Billings, uso de água subterrânea e
reuso de águas servidas.
-
Quanto ao controle de enchentes:
·
Discutir a execução de
obras de drenagem urbana e implantaçào de medidas não estruturais para
prevenção de enchentes.
-
Quanto à recuperação de áreas degradadas:
·
Propor a elaboração do
cadastro das áreas degradadas, urbanas e rurais, por processos erosivos,
escorregamentos e assoreamento.
·
Analisar a elaboração de
manual para recuperação de áreas degradadas.
·
Avaliar a
responsabilidade de empreendedores privados e órgãos públicos, relativamente à
recuperação de áreas degradadas.
·
Discutir as tecnologias
aplicadas na recuperação das encostas em Cubatão, a formação e multiplicação de
bancos de germoplasma e as definições de padrões de reflorestamento e taxas de
ocupação do solo.
-
Quanto aos Programas de Duração
Continuada - PDCs
·
Propor um conjunto de programas prioritários para as
diversas sub-bacias, compatíveis com os PDCs disponíveis.
·
Estabelecer critérios técnicos e sócio-econômicos para
enquadramento de projetos nos PDCs.
-
Quanto ao potencial de
desenvolvimento econômico:
·
Propor redirecionamento
das atividades rurais da bacia, em função de suas potencialidades agrícolas e
econômicas.
·
Analisar a implantação
de programa de desenvolvimento do potencial turístico da região, inclusive o
ecoturismo , articulado com os municípios e órgãos estaduais, voltado para a
exploração adequada de seus locais de atração, como florestas, cachoeiras, trilhas,
etc. O programa terá por objetivo estimular, além do turismo de lazer em períodos
de temporada, outras modalidades como turismo de passagem via Porto de Santos,
turismo esportivo, envolvendo treinamentos ou eventos competitivos, o turismo
de negócios, vinculado às atividades comerciais e industriais.
-
Quanto à educação ambiental e
sanitária:
·
Propor a obrigatoriedade de programas de Educação Ambiental
em nível curricular, nas escolas de 1o e 2o graus da rede
escolar, incluindo o tema nos currículos das diversas disciplinas,
integrando-se ao projeto pedagógico de cada escola.
·
Prever a programação de eventos ao nível municipal, ou no
âmbito da UGRHI, visando ao aprimoramento dos professores e técnicos na área,
bem como à mobilização, organização e conscientização das comunidades em
relação aos assuntos ambientais.
-
Quanto à capacitação
jurídico-institucional dos municípios:
·
Propor metodologia para a capacitação dos municípios visando
à sua instrumentação jurídico-institucional, em especial no tocante a:
-
formulação
da Política Municipal de Recursos Hídricos;
-
criação
dos instrumentos para a implantação da Política Municipal; de Recursos
Hídricos;
-
estabelecimentos
de normas e diretrizes para a recuperação, preservação e conservação dos
recursos hídricos no território do município;
-
criação
do Sistema Municipal de Informações Hidrológicas;
-
implantação
de controle social da Política Municipal de Recursos Hídricos.
-
Quanto ao planejamento e gestão
dos recursos hídricos na Bacia Hidrográfica da Baixada Santista:
·
Estudar a
compatibilização institucional diante do desenvolvimento simultâneo da política
de Gerenciamento dos Recursos Hídricos, do Plano Estadual de Gerenciamento
Costeiro e das atividades em torno da metropolização da Baixada Santista de
forma a superar as deficiências de informações envolvendo tanto o ambiente
natural como antrópico, e relacionadas ao gerenciamento, cartografia (cadastro
de saneamento) e sensoriamento remoto, entre outras.
·
Avaliar a utilização da
capacidade instalada das universidades, para o desenvolvimento de pesquisas
tecnológicas, constituição de base de informações, assim como, para a
capacitação, valorização e reciclagem de quadros técnicos.
·
Propor revisão da
legislação existente, de modo a compatibilizá-la com as diretrizes de gestão descentralizada e participativa.
·
Propor a unificação dos
limites geográficos da Bacia Hidrográfica como unidade de planejamento e gestão
regional para outras esferas e áreas públicas, particularmente gerenciamento
costeiro, saúde pública e infra-estrutura.
·
Estudar estratégias para
a criação de consórcios e associações, como forma de viabilizar soluções
conjuntas para problemas comuns a vários municípios.
·
Estudar o
desenvolvimento de medidas articuladas de diferentes órgãos públicos, no
sentido de disciplinar as atividades minerárias, incorporando-as às legislações
municipais de uso do solo; promovendo a regularização das lavras.
·
Propor a demarcação e
regularização fundiária das aldeias Bananal, Itaóca, Aguapeú, Rio Branco e Rio
Silveiras, mediante o reassentamento das populações não indígenas.
·
Formular proposta para criação da Agência de Bacia da UGRHI.
·
Propor medidas para a efetiva instalação e funcionamento da
Agência de Bacia.
·
Identificar todos os procedimentos políticos, técnicos,
jurídicos e administrativos, necessários à implementação dos eventos, ações,
estudos, projetos e obras, constantes do Plano de Gestão dos Recursos Hídricos
da UGRHI 7.
2.3.-
A INTERFACE BAIXADA SANTISTA / ALTO TIETÊ
O sistema Billings, concebido na década
de 20, consiste na reversão das águas do Alto Tietê, pelo canal do Rio
Pinheiros, invertendo o sentido de seu fluxo, com bombeamento nas elevatórias
de Traição e Pedreira abastecendo o Reservatório Billings.
Estas águas atingem as escarpas da Serra
do Mar, passando pelo Reservatório do Rio das Pedras, e aproveitando o desnível
entre o Planalto e a Baixada Santista para a geração de energia elétrica, na
Usina Henry Borden, desaguando no Rio Cubatão.
Esta regularização teve papel
significativo na determinação das condições de desenvolvimento e contornos da
Região Metropolitana de São Paulo, que conta com o Reservatório de Guarapiranga
e com a compartimentação do braço do Rio Grande, para abastecimento público, e
também tem papel fundamental no controle de cheias nas várzeas dos Rios
Pinheiros e Tietê.
Sendo a Baixada Santista caracterizada
por rios de planície de curta extensão sujeitos a grande variação de vazão, a
operação do Sistema Billings também propiciou a disponibilidade abundante de
água doce no Rio Cubatão, na Baixada Santista, onde se instalaram industrias de
porte.
Existem além das citadas industrias uma
captação da Sabesp, no Rio Cubatão, que é a responsável pelo abastecimento
público da área mais populosa da região.
A qualidade das águas sujeitas às
contaminações do Alto Tietê, determinaram medidas de proteção ambiental ao
sistema, além de haver promissora perspectiva de déficit de abastecimento
público da RMSP ser suprido por este manancial, determinaram alterações no
regime operacional da Billings.
De fato com base no artigo 46 das
disposições transitórias da Constituição do Estado de São Paulo e resoluções
conjuntas das 3 Secretarias de Estado envolvidas (Energia, Meio Ambiente e a de
Recursos Hídricos Saneamento e Obras), estabeleceram novas condições
operacionais enquanto se discutem o uso múltiplo do reservatório e as
alternativas para seu melhor aproveitamento.
Assim as principais questões em debate
são:
·
Abastecimento público na RMSP e Baixada Santista e a
qualidade das águas e sedimentos do reservatório.
·
Abastecimento de água para as industrias localizadas no polo
industrial de Cubatão.
·
Efeitos sobre a saúde pública e outras questões ambientais
na região de Pirapora e demais municípios do Médio Tietê, pela qualidade, espumas
e odores das águas.
·
Proteção do manancial da Billings e a ocupação urbana de seu
entorno.
·
Controle da inundação na RMSP.
·
Custos operacionais para manutenção e operação do sistema e
a geração de energia.
·
Demanda e confiabilidade do sistema energético da região.
·
Em particular para a Baixada Santista as alterações do
regime operacional do sistema Billings, com drástica modificação das vazões
turbinadas pela Usina Henry Borden tem efeito direto sobre:
·
Disponibilidade de água para abastecimento público aos
municípios de Santos, Cubatão, São Vicente, e parte de Praia Grande, região
esta onde vivem aproximadamente 1.000.000 de pessoas.
·
Disponibilidade de água para as industrias, dificultada pela
intrusão da cunha salina nos Rios Cubatão e Mogi, elevando os níveis de
cloretos nas águas captadas pelas industrias ali localizadas.
·
Alteração no regime hidráulico de dispersão de esgotos do
emissário submarino de Santos, afetando a qualidade das águas nas praias de
Santos.
·
Confiabilidade do sistema elétrico regional.
O Consórcio Hidroplan, que
teve como objetivo a elaboração de um Plano Integrado de Aproveitamento e
Controle de Recursos Hídricos das Bacias Integradas do Piracicaba/Capivari/Jundiaí;
Alto Tietê e Baixada Santista, apresentou 7 alternativas para usos do Sistema
Tietê/Billings, pois este constitui cerne dos principais conflitos.
A Alternativa
1 visa preferencialmente ao abastecimento público e ao uso recreacional;
considera bombeamento nulo em Pedreira. Haveria melhoria da qualidade do
reservatório Billings, permitindo-se adicionar cerca de 10 m3/s para
abastecimento público, com tratamento avançado. Possivelmente todo o
reservatório estaria disponível para abastecimento público, lazer e recreação.
A Alternativa
2 visa preferencialmente ao abastecimento público, recreação e controle de
cheias; considera a situação atual, em que somente as cheias da bacia no Rio
Pinheiros são bombeadas em Pedreira. Com conseqüências semelhantes a
alternativa 1 excluídos os custos adicionais na calha do Tietê, o bombeamento
das cheias do Pinheiros representaria um acréscimo de vazão regularizada (média
anual) do reservatório Billings de mais ou menos 6 m3/s.
A Alternativa
3 visa a todos os usos, sem intervenção na Billings, procurando-se um
regime de equilíbrio; considera o bombeamento de diferentes vazões em Pedreira.
Provocaria uma melhora progressiva na qualidade das águas em Pirapora e Médio
Tietê e à medida que evoluíssem as obras do Projeto Tietê cresceriam as vazões
bombeadas em Pedreira. Para vazões turbinadas inferiores a 30 m3/s
haveriam dificuldades de suprimento de água para abastecimento industrial na
Bacia do Rio Cubatão.
A Alternativa
4 visa a todos os usos, sem intervenção na Billings; considera o
bombeamento somente de vazões dos períodos chuvosos. Semelhante à alternativa
3, mas com melhoria da qualidade da água do reservatório na época da estiagem.
Na época úmida e com o início do bombeamento poderia haver decréscimo de
qualidade, também em função do andamento do Projeto Tietê.
A Alternativa
5 visa a todos os usos, com destaque para o abastecimento público;
considera a compartimentação dos braços do reservatório Billings e o
bombeamento de diferentes vazões de Pedreira. Haveria maior segurança
sanitária, com aproveitamento de braços do reservatório para abastecimento
público, bem como manutenção de geração hidrelétrica em Henry Borden e melhores
condições para abastecimento de água para as indústrias de Cubatão.
A Alternativa
6 difere da anterior apenas pela forma de compartimentação dos braços.
Redução do tempo de detenção e
autodepuração das águas na Billings em seu corpo central.
A Alternativa
7 visa preferencialmente à geração hidroelétrica com preservação da
Billings; considera o bombeamento somente das cheias da bacia do Rio Pinheiros
para a Billings e prevê o desvio de vazões da bacia do Alto Tietê para
turbinamento em Henry Borden através de túnel ligando o Rio Pinheiros ao
reservatório do Rio das Pedras. Uma variante dessa alternativa encaminha as
vazões turbinadas a emissário submarino. Haveria repercussões positivas em
Pirapora e Médio Tietê, mas péssimas para a Baixada Santista – impacto na
descarga do Emissário Submarino, investimentos em outros sistemas de
abastecimento público (Itatinga – Itapanhaú, etc.).
Dos estudos realizados pode-se tirar as
seguintes conclusões preliminares, relativas à Baixada Santista:
·
Sem a continuidade do Projeto de Despoluição do Tietê, até
alcançar o tratamento terciário, nunca haverá solução razoável para as bacias
do Alto Tietê, Médio Tietê e Baixada Santista. Durante a transição entre a
situação atual e a de implantação das etapas futuras de despoluição do Tietê
haverá prejuízos sanitários para o reservatório Billings ou para o Médio Tietê.
·
A compartimentação do reservatório Billings (alternativas 5
e 6) permite a utilização compartilhada entre: abastecimento de água, com
menores riscos sanitários; manutenção da geração hidrelétrica; controle de
cheias do Rio Pinheiros; recuperação significativa do reservatório, em termos
de áreas e perímetro, para atividades de recreação a lazer. Porém,
especialistas em limnologia consideram que essa compartimentação poderá afetar
a capacidade de autodepuração do reservatório.
·
A alternativa 7 (túnel Pedreira – Pedras) tem custos
elevados e sérias repercussões sanitárias na Baixada Santista.
Outro problema que se coloca de forma
relevante é o das indústrias instaladas no Município de Cubatão.
Seis indústrias abastecem-se
diretamente do Rio Cubatão para seus processos industriais, as quais se vêem
prejudicadas pela redução da vazão turbinada pela Usina Henry Borden, ocasionando
dois problemas:
·
intrusão da cunha salina e a conseqüente deterioração dos
equipamentos pela alta salinidade;
·
a redução da vazão disponível por redução do nível da
captação das bombas.
Estudos elaborados pelo DAEE-CTH
mostraram a influência das marés nos teores de cloreto no Baixo Cubatão, que
promovem o fenômeno da cunha salina, resultando em a;ltos teores captados pelas
indústrias que se abastecem desse rio.
Ficou evidenciada a influência de fatores
climáticos que produzem as marés meteorológicas e também das marés
astronômicas.
Ao final, os estudos apontaram para uma
necessidade de vazão média turbinada pela Usina Henry Borden de 73 m3/s,
para que o fenômeno de intrusão da cunha salina não ocorra.
O CTH também analisou a influência da
descarga turbinada no Emissário Submarino de Santos, revelando que foram
considerados, no projeto do referido emissário, os fluxos de águas doces
esturianas, para determinar o ponto de lançamento de esgotos.
O relatório final elaborado pela
empresa Hidroconsult, considerou inúmeras medições de fluxo, salinidade, etc.,
sendo considerada a importância na circulação das águas, das contribuições dos
deflúvios naturais variando em média de 10 a 30 m/s, respectivamente nos meses
mais secos e mais chuvosos. Para o projeto foi considerada a descarga da Usina
Henry Borden em 90 m3/s, concluindo textualmente: "A supressão destas descargas, ou mesmo
sua descarga em regime intermitente, deverá resultar na redução ou mesmo supressão
da corrente ‘quasi-permanente’ prevista no projeto de lançamento para
transportar os efluentes do emissário mar afora."
Relatório elaborado pelo
CBH-BS, considerando os efeitos das diversas utilizações potenciais e os
modelos de gestão operacional aplicáveis ao Reservatório Billings sobre a
Baixada Santista, e levando em conta os aspectos sociais, econômicos,
saneamento e necessidades ambientais, destacou os seguintes aspectos:
1 – Os municípios de Santos, Cubatão,
São Vicente e Praia Grande dependem fundamentalmente da disponibilidade de água
originária do Sistema Billings, para abastecimento público, através da ETA –
Cubatão.
2 – A reversão das águas de rios
distantes da Região Central e mais populosa da Baixada Santista, como o caso
sugerido do Rio Itapanhaú, para abastecimento da ETA – Cubatão, representam
obras de grande vulto, altos custos insuportáveis à população da Baixada
Santista, que além de reduzirem as possibilidades de usos futuro destes
mananciais, causam impactos ambientais, sendo portanto alternativas
indesejáveis.
3 – Indústrias de Cubatão, de porte
significativo no contexto econômico nacional, tem sua viabilidade comprometida
pela disponibilidade de água, sendo que mesmo com investimentos relevantes,
requerem uma vazão mínima, a ser atendida pelo sistema Billings, havendo
comprometimento de suas atividades atuais e o desenvolvimento industrial da
região.
4 – A dispersão dos esgotos lançados
pelo emissário submarino de Santos requer contribuições de água doce ao
estuário, onde foram considerados, em projeto, vazões normais turbinadas na
Usina Henry Borden, cuja supressão poderá afetar negativamente a balneabilidade
das praias da Baía de Santos, comprometendo o desenvolvimento turístico da região.
5 – Avaliando-se o Sistema Billings como
um todo observa-se que o mesmo tem um custo operacional que para equilíbrio
requer recursos financeiros, os quais se provenientes da receita de geração de
energia elétrica corresponderão a vazões turbinadas superiores as necessidades
da Baixada Santista, necessitando porém serem regularizadas.
6 – Recomenda-se que prossigam os testes
de melhoria da qualidade das águas bombeadas do Rio Pinheiros, bem como a
aplicação do excedente da receita obtida pela geração de energia elétrica, em
saneamento e equacionamento tecnológico, viabilizando progressivamente os
potenciais de múltiplos usos do Reservatório Billings.
7 - Finalmente, na esfera de atuação do
CBH–BS, conclui-se ser necessário, para o desenvolvimento regional, que o uso
múltiplo do Reservatório Billings contemple um turbinamento mínimo na Usina
Henry Borden, que garanta sustentabilidade ao abastecimento público em padrões
de potabilidade, e industrial, permitindo assim o desenvolvimento econômico, a
geração de empregos, o turismo, o saneamento e a preservação ambiental.
3.- METAS E
ESTRATÉGIAS DE CURTO, MÉDIO E LONGO PRAZOS
As
metas e estratégias de curto prazo previstas neste Plano são aquelas cujo
início de implantação se dará em 2003, podendo prolongar-se para os anos
seguintes. Por razões óbvias, procurou-se compatibilizar este Plano de Bacia
com o Plano Estadual de Recursos Hídricos – PERH 2000/2003. Da mesma forma, os
critérios e metodologias empregadas nas estimativas de custos e investimentos,
tomaram por base aqueles sugeridos pelo CORHI.
A partir das características,
situação e cenários da Bacia Hidrográfica da Baixada Santista e tomando por
base as análises e propostas intensamente discutidas nas várias Oficinas de Trabalho
realizadas, foi possível estabelecer um conjunto de metas e estratégias que,
inclusive, incorporam as recomendações do Relatório “0”.
É
oportuno registrar que as propostas do presente Plano de Bacia são compatíveis
com o estágio avançado de degradação dos recursos naturais na Baixada Santista.
O conjunto de intervenções necessárias para implantar-se a efetiva recuperação,
preservação e conservação dos recursos hídricos, mesmo a médio e longo prazos,
exige um volume de recursos ainda não acessível aos Comitês de Bacia.
A
escassez de recursos oferecidos pelo FEHIDRO, a baixa capacidade de endividamento
dos Municípios, e a provável demora na efetiva implementação da cobrança pelo
uso da água, leva o Comitê a propor com cautela as metas e estratégias do
Plano.
O
último fato acima citado - cobrança pelo uso da água - ainda depende de
manifestação favorável da Assembléia Legislativa de São Paulo e,
posteriormente, da criação das Agências de Bacia, da competente organização e
informatização dessas Agências, além da indispensável e trabalhosa atualização
dos cadastros de usuários.
As
medidas de curto prazo selecionadas pelo Comitê da Bacia Hidrográfica da
Baixada Santista, em boa parte não estruturais, caracterizam-se por seu forte
peso político, cujo alcance operacional busca reverter a atual situação preocupante
dos recursos hídricos da UGRHI.
Essas
medidas, além de fortalecerem o Comitê, colocando-o no nível de
responsabilidade e de liderança adequados, garantirão o entrosamento entre
todas as instituições governamentais, estaduais e federais, que atuam na Bacia,
e capacitarão os Municípios para cumprirem suas competências constitucionais na
área da preservação ambiental. Paralelamente, um forte programa de Educação
Ambiental, conduzido pelos setores de educação e por ONGs devidamente
credenciadas, buscará a conscientização de toda a sociedade, nos seus diversos
segmentos, situação indispensável ao êxito da implantação de qualquer política
pública.
As medidas que o Plano de
Bacia propõe para serem implantadas a médio e longo prazos levam em
consideração a promulgação da lei estadual de cobrança pelo uso da água e o
provável início da cobrança no ano de 2005. Nessas condições, a criação e
implantação da Agência de Bacia da Baixada Santista surge como o fato
estratégico mais importante para o prestígio e consolidação do Comitê de Bacia.
Em
seu conjunto, o Plano de Bacia contempla três vetores básicos.
O
primeiro buscará o aprimoramento da gestão dos recursos hídricos na Bacia
Hidrográfica na medida em que, simultaneamente, o Comitê se fortaleça,
conduzindo um processo de transformações, compatível com as necessidades e demandas
da região.
Nessa
linha de pensamento, o Plano incorpora propostas de integração entre as
diversas instituições estaduais e federais que atuam na área de recursos
hídricos, descentralização na tomada de decisões, organização e divulgação de
informações, participação do Comitê na elaboração do orçamento estadual,
desenvolvimento institucional dos municípios, gerenciamento costeiro,
incremento à capacitação técnica e educação ambiental, além da definição de
fontes alternativas de recursos financeiros incluindo, neste caso, a
implantação da Agência de Bacia com a conseqüente cobrança pelo uso da água.
O
segundo vetor aponta para a recuperação e preservação dos recursos degradados e
otimização do uso das águas. As metas e estratégias tratam das questões mais
críticas como: mananciais, áreas contaminadas, resíduos sólidos, acidentes
ambientais, sistemas de abastecimento de água e de coleta de esgotos, controle
do desmatamento e proteção das Unidades de Conservação, além da drenagem e
controle de inundações
O
terceiro vetor aborda as novas perspectivas de desenvolvimento econômico
ambientalmente sustentável. Procurou-se ressaltar o aproveitamento do
expressivo patrimônio natural ainda remanescente, sem repetir a degradação que
ocorreu na maioria das regiões do Estado, e sem agravar os problemas que o
padrão tradicional de apropriação desses recursos já legou à Bacia.
Propõe-se
um novo modelo de desenvolvimento, onde as atividades industriais e portuárias,
além daquelas associadas à urbanização, se processem de forma equilibrada,
atendendo às condições de sustentabilidade. Inclui-se nesse conceito o
redirecionamento e estímulo às atividades rurais, especialmente piscicultura e
produção de banana, e o incremento a um programa de desenvolvimento do
extraordinário potencial turístico da região, inclusive o ecoturismo, permitindo
a exploração adequada de seus locais de maior atração.
A
sustentação de um novo modelo de desenvolvimento seria consolidada pela atuação
de centros de pesquisa e de tecnologia ambiental, nacionais e internacionais,
pela criação de sistemas de informações e redes para difusão de pesquisas e
tecnologias alternativas, bem como pela capacitação e treinamento técnico nas
áreas florestal e de meio ambiente.
Neste momento é importante registrar que
o Pano de Bacia é, fundamentalmente, um documento de referência em que as
metas, diretrizes e estratégias deverão ser continuamente discutidas,
aprofundadas e priorizadas. O Comitê poderá redirecioná-lo sempre que julgar
oportuno.
Por último, as incertezas e
dificuldades, inevitavelmente presentes nas formas de viabilizar a implantação
das propostas aqui contidas, poderão ser substancialmente atenuadas, na medida
em que o Comitê dirigir fortemente a sua atuação na busca de parcerias e na
mobilização de toda a sociedade. Dessa estratégia deverão surgir alternativas
viáveis de atuação para consolidação das propostas, bem como, um maior leque de
possibilidades para levantamento de novos recursos financeiros.
Ainda
neste capítulo é apresentada uma simulação de receita proveniente da cobrança
pelo uso da água.
Na
qualidade de Síntese do Plano de Bacia, este documento lista, sem tecer
comentários, os temas e as ações propostas a curto, médio e longo prazos.
3.1.-
Fortalecimento do Comitê de Bacia, Mediante a sua Descentralização, Ampliação
da Participação das Comunidades e Integração com Órgãos Estaduais e Federais
·
Difundir os dados
básicos contidos no Relatório “0” da Bacia e do Plano de Bacia, enfocando,
especialmente, a disponibilidade e demanda de água, as áreas degradadas, suas
fontes, a qualidade das águas superficiais interiores e litorâneas, os
acidentes ambientais e seus programas preventivos de controle.
·
Atualizar anualmente o
Diagnóstico de Situação dos Recursos Hídricos na Bacia Hidrográfica.
·
Elaborar quadrienalmente
o Plano de Bacia da UGRHI 7.
·
Ampliar e atualizar o
número de Pontos de Amostragem de qualidade de águas superficiais e
subterrâneas, além de dados básicos a serem obtidos de estações pluviométricas
e fluviométricas da Bacia, incluindo a análise
sistemática dos dados obtidos. A rede deverá ser implantada de modo a
permitir a consolidação de um sistema georreferenciado de informações,
compatível com as necessidades e realidade da região.
·
Implantar sistema de
indicadores ambientais para a bacia.
·
Criar um banco de dados,
centralizado no Comitê, contendo dados de problemas e projetos ambientais.
3.1.2. Elaboração de agenda e implantação de medidas
para descentralização
·
Elaborar plano de
descentralização de ações de gestão do Comitê.
·
Efetuar programação das
atividades de formação de quadros e lideranças, de requisitos para a instalação
da capacidade governativa em regiões da Bacia.
·
Elaborar material de
divulgação periódica, contendo informações sobre os problemas relacionados aos
recursos hídricos e às atividades desenvolvidas pelo Comitê e órgãos públicos
da região.
3.1.3. Capacitação da
instância central, incluindo a estruturação da Secretaria Executiva, no sentido
da criação da Agência de Bacia e capacitação de todos os técnicos envolvidos na
gestão
·
Criar grupo de
sustentação e apoio para o desenvolvimento das atividades da Secretaria
Executiva.
·
Fortalecer a Câmara
Técnica de Planejamento e capacitar seus integrantes para lidar com as novas
demandas de atuação criadas a partir do Plano de Bacia.
·
Formular proposta para
criação da Agência de Bacia.
·
Realizar gestões
políticas para viabilizar ações de interesse da capacitação para o gerenciamento
da Bacia.
·
Capacitar jurídica e
institucionalmente os municípios, para formulação, criação dos instrumentos e
implementação da Política Municipal de Recursos Hídricos.
·
Capacitar funcionários e
subsidiar tecnicamente órgãos do governo estadual para adequar sua
descentralização e divisão regional aos limites e interesses da gestão da
Bacia.
·
Qualificar grupos
sociais e Organizações Não Governamentais - ONGs.
3.2.- Criação
de Política de Captação de Recursos para o Comitê
3.2.1.
Avaliar e criar
diretrizes de ação para conservação dos recursos naturais da bacia
·
Desenvolver propostas de
distribuição de repasses de tributos para os municípios que desenvolvem
políticas e práticas sustentáveis.
·
Criar condições
jurídico–institucionais para que o Comitê de Bacia possa receber recursos
fornecidos por entidades nacionais e internacionais.
·
Qualificar ONG’s na
captação de recursos nacionais e internacionais para financiar a proteção e o
desenvolvimento ambiental.
3.2.2.
Organização do orçamento estadual regionalizado
·
Elaborar mecanismos para
destinação de recursos do FEHIDRO para projetos prioritários de acordo com as
orientações do Plano de Bacia.
·
Criar condições para
participação do Comitê na elaboração dos planos federais e estaduais em
andamento, e nos orçamentos dos órgãos estaduais que atuam na Bacia, inclusive
mediante um processo de análise, capaz de subsidiar as discussões de acordo com
os interesses da Bacia.
·
Formular propostas de
diretrizes orçamentárias e dotações, articuladas às prioridades do Plano de
Bacia.
3.2.3.
Ampliação dos recursos
do FEHIDRO, organização do sistema de cobrança pelo uso da água e aprimoramento
dos projetos financiados
·
Criar sistema de
elaboração e atualização de cadastros de usuários dos recursos hídricos e de
acompanhamento das vazões captadas e desenvolvidas, bem como dos parâmetros de
qualidade dos recursos hídricos utilizados.
·
Criar os procedimentos
de cobrança e aprimorar aqueles relativos a outorga e fiscalização dos recursos
utilizados.
·
Instituir a gestão da
aplicação dos recursos financeiros destinados à Bacia.
3.3.-
Implantação de Política de Apoio à Atividades, Práticas e Tecnologias de
Desenvolvimento Sustentado
3.3.1.
Educação ambiental
AÇÕES DE CURTO PRAZO:
·
Elaborar e realizar
cursos, eventos, palestras, concursos, visitas e outros meios de difusão de
informações.
·
Implantar diagnósticos
participativos.
·
Criar um grupo
específico ligado a Câmara Técnica de Planejamento com a atribuição de formular
a acompanhar atividades de educação ambiental na Bacia.
3.3.2.
Capacitação técnica e divulgação de tecnologia
·
Criar sistemas de
informação e redes para difusão de pesquisas, tecnologias alternativas e troca
de experiências.
·
Priorizar o
financiamento de projetos que se proponham a desenvolver tecnologias voltadas a
proteção e ao desenvolvimento ambiental.
AÇÕES DE MÉDIO E LONGO PRAZOS:
·
Propor formas de
incentivo ao desenvolvimento de tecnologias, atividades econômicas e práticas conservacionistas compatíveis com
a manutenção e o aproveitamento das potencialidades ambientais da Bacia.
·
Criar cursos de
capacitação e treinamento técnico nas áreas florestal, gerenciamento de áreas
contaminadas e meio ambiente
·
Estabelecer convênios
com centros de pesquisa e de tecnologia ambiental, nacionais e internacionais,
para pesquisa e apoio ao desenvolvimento de projetos de interesse da Bacia
3.3.3.
Apoio a atividades sustentáveis compatíveis com as
características e o potencial de recursos naturais da região
AÇÕES DE MÉDIO E LONGO PRAZOS:
·
Incentivo ao ecoturismo
mediante implantação de infra-estrutura e organização do setor.
·
Implantar tecnologias e
condições para o desenvolvimento da piscicultura.
·
Desenvolver programa
para a produção integrada da banana.
·
Estimular e desenvolver
as atividades turísticas em moldes sustentáveis.
·
Criar as condições para
o desenvolvimento da atividade pesqueira de modo sustentável: fiscalização de
capturas predatórias, organização de pescadores, plano de ordenamento.
·
Implantação de um Plano
Diretor Regional de Turismo, contemplando projetos de ecovias fluviais.
3.4.-
Medidas para a Sustação de Processos de Degradação e Enfrentamento das Situações
Mais Críticas
3.4.1.
Mananciais
AÇÕES DE MÉDIO E LONGO PRAZOS:
·
Dar cumprimento às
disposições da Lei Estadual de Mananciais.
·
Definir e identificar
sub-bacias que possuem condições de serem aproveitadas como mananciais para
abastecimento público.
·
Implantar campanhas de
conscientização da população e mobilizar os agentes públicos e privados no
sentido de preservar os mananciais, como ação integrante do programa de
Educação Ambiental.
·
Implementar programas de
proteção dos mananciais mediante a definição e aplicação dos instrumentos
previstos na nova lei 7866/97 (leis específicas, legislações municipais,
desenvolvimento de usos e formas de ocupação do solo e instrumentos econômicos
e financeiros).
·
Recuperar áreas
degradadas e implantar formas eficientes de fiscalização.
·
Implantar um programa de
gerenciamento de águas subterrâneas. Para viabilizá-lo, montar um sistema de
informações que possa fornecer dados relacionados aos usuários, vazões aproveitadas,
qualidade das águas, áreas críticas, áreas de conflito e outros.
·
Criar um banco de dados
de poços tubulares acessível ao usuário e ao público em geral.
·
Implantar cursos de
capacitação para os técnicos das prefeituras e empresas, incluindo os órgãos
fiscalizadores sobre técnicas e outros aspetos relacionados às águas subterrâneas,
afim de melhorar a sua fiscalização e gerenciamento;
3.4.2.
Áreas contaminadas
AÇÃO DE CURTO PRAZO:
·
Tornar público o estudo
de áreas contaminadas executado pela CETESB, visando à identificação regional
dos problemas.
AÇÕES DE MÉDIO E LONGO PRAZOS:
·
Implantar programa de
gerenciamento de áreas contaminadas, visando conhecer melhor as suas
características e seus impactos potenciais, e permitir a adoção de medidas corretivas
destinadas a recuperá-las para usos compatíveis.
·
Desenvolver cursos de
capacitação técnica para as Prefeituras e empresas privadas, visando à
prepará-los e atualizá-los no enfrentamento dos problemas, bem como uniformizar as ações das instituições e
agentes.
·
Atualizar o cadastro de
áreas contaminadas na forma de um banco de dados alfanumérico, associado a um
sistema geográfico de informações, afim de permitir uma rápida visualização da
situação e facilitar o planejamento de ações.
·
Implantar, com os órgãos
de saúde, programas de avaliação de risco à saúde nas populações que consomem
com maior freqüência siris, caranguejos e ostras afim de verificar
contaminações de metais pesados e outros contaminantes.
·
Aperfeiçoar as medidas
de prevenção de vazamentos de óleos e derivados de petróleo.
·
Reavaliar as fontes de
clorofórmio no estuário de São Vicente, nos Rios Piaçaguera e Perequê e no Rio
Santo Amaro.
·
Remover todos os
resíduos organoclorados armazenados provisoriamente na região e proceder ao seu
tratamento e à destinação final adequada.
·
Implantar medidas que
possam reduzir o risco de contaminação por organoclorados na captação de água
próximo ao lixão de Pilões e promover a recuperação ambiental do local.
·
Remover e dar um destino
adequado aos resíduos estocados na estação de espera (estação provisória de
resíduos situados no “Km 67” e na Usina Química de Cubatão.
·
Implantar medidas de
controle e remediação dos sedimentos da região do Rio Perequê.
·
Identificar e implantar
medidas corretivas nas fontes de BHC, encontradas em sedimentos do Rio Santo
Amaro e nas proximidades da Ilha da Moela.
·
Investigar uma possível
fonte de endolsulfan B, encontrada nas águas dos Rios Cubatão, Perequê e
Piaçaguera e propor eventuais medidas corretivas.
·
Elaborar um plano de
avaliação das fontes potenciais de PCB’s no ambiente aquático da Baixada
Santista (especialmente as fontes de poluição atmosférica).
·
Executar programa de
controle e monitoramento da disposição do material dragado em ambiente marinho
na região da Baixada Santista, envolvendo os órgãos competentes (Marinha,
CETESB e outros). Este programa deverá contemplar a avaliação de parâmetros
físico-químicos, biológicos ecotoxicológicos, visando à proteção dos
ecossistemas aquáticos.
·
Evitar, rigorosamente, a
disposição de material dragado da bacia de evolução da Cosipa na região
costeira ou oceânica, em vista das altas concentrações de compostos que provocam
efeitos tóxicos e carcinogênicos nos seus sedimentos.
·
Definir alternativas de
disposição final e/ou tratamento de material dragado de acordo com o seu grau
de risco ao meio ambiente e caracterizar a extensão e a distribuição da
contaminação dos sedimentos na região da Cosipa (análise da CETESB em fase
final).
·
Avaliar e controlar as
fontes industriais de poluição hídrica e atmosférica de PAH’s na região da
Baixada Santista.
·
Reavaliar as
concentrações de elementos contaminantes nos organismos filtradores existentes
na Lage de Santos, uma vez que esta região não apresenta fontes potenciais
deste poluente.
·
Intensificar o controle
das fontes potenciais de compostos fenólicos, especialmente as fontes
industriais que possuem grande potencial de emissão, como é o caso da Cosipa. O
monitoramento e período dos efluentes das principais fontes potenciais e no
ambiente aquático, deverá priorizar toda a classe de compostos fenólicos associados à processos industriais, que incluem
tanto o fenol quanto os fenóis
substituídos.
·
Elaborar plano
específico para a identificação e o controle das fontes de dioxinas e furanos,
incluindo o monitoramento destes contaminantes no ar e no ambiente aquático.
·
Executar uma melhor
caracterização da contaminação dos organismos aquáticos por dioxinas e furanos,
além de uma análise de risco à saúde da população consumidora destes
organismos, pelos órgãos responsáveis pelo controle sanitário, os quais devem
considerar também outras vias de exposição.
·
Elaborar e implantar um
plano de ação para o controle das fontes de emissão de poluentes (metais
pesados, PCB’s e PAH’s, hexaclorobenzeno, BHC e fenóis) e a remediação das
áreas mais críticas, de forma a reduzir a exposição da biota aquática aos poluentes
e possibilitar a recuperação do ambiente contaminado.
·
Implantar sistema de
monitoramento para avaliar a contaminação de organismos aquáticos.
3.4.3.- Manguezais
AÇÃO DE MÉDIO E LONGO PRAZOS (associada ao programa de gerenciamento de áreas
contaminadas):
·
Implantar programa de
recuperação de manguezais mediante o envolvimento das comunidades ribeirinhas e
de pescadores
3.4.4.- Ampliação dos
sistemas de coleta de resíduos sólidos, ajustamento de conduta e demais providências
AÇÕES DE CURTO PRAZO:
·
Implementar o Plano
Regional de Resíduos Sólidos (Plano de Resíduos Sólidos da Baixada Santista),
adequando-o aos planos municipais.
·
Ampliar a cobertura e os
itinerários de coleta de lixo dos municípios, estimulando a mobilização social
e capacitação dos catadores, no sentido de facilitar essa coleta.
·
Regularizar os sistemas
de disposição final de resíduos sólidos.
·
Efetivar sistemas de
fiscalização e controle que assegurem o cumprimento das soluções para
tratamento e destinação final dos resíduos sólidos.
AÇÃO DE MÉDIO E LONGO PRAZO:
·
Incentivar práticas de
redução, reuso e reciclagem de resíduos nas empresas privadas e em órgãos
públicos. Criar formas de compensação financeira aos municípios que tratarem os
resíduos adequadamente.
3.4.5.- Acidentes ambientais provocados
por lançamento clandestino de contaminantes provenientes de embarcações e dutos
AÇÕESDE MÉDIO E LONGO PRAZOS:
·
Realizar um levantamento
histórico de eventos, mediante consulta/pesquisa de regulamentos nos órgãos
públicos (CETESB, Capitania dos Portos, concessionárias de rodovias) visando
colher subsídios para aprimoramento de programas preventivos e ações de defesa
civil.
·
Estruturar e capacitar
os órgãos de fiscalização, incluindo medidas destinadas a atender às
insuficiências de recursos humanos e materiais.
·
Elaboração de plano de
ação de emergência para dutos a partir de grupo de trabalho constituído por
representantes de órgãos públicos e empresas detentoras deste equipamento.
·
Estabelecimento de
procedimentos que permitam uma maior eficiência da fiscalização, como a
exigência de agendamento prévio para abastecimento junto à autoridade portuária
durante o ingresso no porto.
·
Os mesmos procedimentos
deverão ser implantados e divulgados em relação aos dutos como o número dos
telefones de emergência de órgãos responsáveis pelas medidas de segurança, que
podem ser indicados nos próprios dutos.
3.4.6.- Ampliação do número de ligações
domiciliares aos sistemas de esgoto
AÇÕES DE CURTO PRAZO:
·
Intensificar o programa
de caça–esgoto e de ações destinadas a coibir o despejo clandestino de esgotos
na rede de drenagem ou nos corpos d’água, e incentivar a ligação às redes
oficiais.
·
Exigência de tratamento
de esgotos e águas pluviais, antes de serem lançados ao mar.
AÇÕES DE MÉDIO E LONGO PRAZOS:
·
Intensificar a
fiscalização das fontes poluidoras, fazendo cumprir a legislação vigente, de
modo e impedir a contaminação dos corpos d’água.
·
Ampliar a coleta e o
tratamento de esgotos.
·
Propor política de
saneamento básico para habitações, núcleos ou praias isoladas.
·
Definir critérios para
controle e tratamento de esgotos industriais.
·
Formular estratégias
visando à universalização da oferta de serviços de abastecimento e água e
coleta de esgotos, nas áreas rurais e urbanas.
3.4.7.- Abastecimento de água
AÇÕES DE MÉDIO E LONGO PRAZOS:
·
Ampliar investimentos na
expansão das redes de abastecimento de água.
·
Implantar sistemas de
controle de perdas d’água nos sistemas públicos de abastecimento.
3.4.8.- Drenagem e controle de
inundações
AÇÕES DE MÉDIO E LONGO PRAZOS:
·
Elaborar Plano Diretor
Regional de Drenagem e de controle de enchentes, compatibilizando e unificando
os conceitos e critérios para toda a região.
·
Elaborar Plano Diretor
de Drenagem para os municípios que ainda não o possuem.
·
Cadastrar as áreas
inundáveis dos municípios.
·
Implantar um sistema de
telemetria, de metereologia e ampliar o monitoramento dos cursos d’água,
elaborando um plano de contingência para enchentes.
·
Aprimorar medidas não
estruturais, de controle de enchentes, especialmente as de ocupação das faixas
marginais aos corpos d’água.
3.4.9.- Controle e recuperação de erosão
AÇÕES DE MÉDIO E LONGO PRAZOS:
·
Estimular e divulgar tecnologias
de recuperação de áreas degradadas que possam propiciar um melhor desempenho a
custo menor.
·
Implantar programa de
recuperação de áreas degradadas em propriedades particulares, mediante o
acompanhamento das medidas indicadas nos EIA/RIMAs e PRADs das áreas de
mineração, empréstimos e bota-foras.
·
Monitorar e orientar as
intervenções ou ocupações em áreas com maior suscetibilidade ao desenvolvimento
de processos erosivos de acordo com as diretrizes dos Planos Diretores
Municipais ou do Zoneamento Ecológico-Econômico do Plano de Gerenciamento Costeiro.
·
Intimar os proprietários
ou responsáveis por áreas com processos erosivos emergentes, para recuperação
da área e implantação as medidas de controle cabíveis.
·
Implantar programas de
recuperação de áreas públicas degradadas, mediante o investimento do órgão
responsável.
·
Promover a recuperação
de formações florestais litorâneas (mata de restinga, mangue, mata paludosa) e
mata natural, em áreas de alta declividade, visando melhorar as condições
ambientais e reduzir o risco de escorregamento.
·
Desenvolver atividades
de suporte para a recuperação das formações florestais, tais como: instalação
de viveiros para produção de mudas e coleta de sementes.
3.5.- Controle
de Formas de Uso e Ocupação do Solo e de Preservação
3.5.1.
Diretrizes e metas para a gestão costeira
AÇÕES DE CURTO PRAZO:
·
Implantar o Plano de
Gerenciamento Costeiro na Baixada Santista, composto pelo zoneamento ecológico
e econômico (Macrozoneamento), pelo sistema de informações, planos de ação e gestão,
além do monitoramento e controle das atividades sócio–econômicas. A elaboração
das propostas do Plano exigem um envolvimento das comunidades, mediante o
estabelecimento de pactos para as diferentes formas de ocupação do solo e
preservação ambiental afim de assegurar o seu efetivo cumprimento.
·
Apoiar os municípios na
elaboração de seus Plano Diretores, compatibilizando-os com as diretrizes do
Macrozoneamento.
3.5.2.
Proteção das Unidades de Conservação, controle de
desmatamento
AÇÕES DE MÉDIO E LONGO PRAZOS:
·
Apoiar e estimular a
gestão compartilhada de Unidades de Conservação e nelas implantar planos de
manejo e programas de recuperação.
·
Avaliar as
possibilidades de permanência, indenização ou reassentamento das comunidades
residentes nos parques, buscando regularizar a situação fundiária.
·
Controlar a ocupação e a
degradação dos manguezais e implantar medidas para a sua recuperação.
·
Estimular as ações
articuladas e coordenadas de fiscalização, envolvendo órgãos estaduais,
juntamente com o IBAMA. Estabelecer parcerias com as prefeituras municipais e
entidades civis, para melhorar a fiscalização.
·
Regularizar, viabilizar
a expandir iniciativas de aproveitamento econômico dos recursos naturais da
Bacia de forma sustentada, como o plantio e formação de florestas.
·
Criar incentivos à
implantação de viveiros municipais de mudas, para conservação da biodiversidade
e recuperação da mata ciliar.
3.6.- Programas
de Saúde
3.6.1.
Principais atividades
AÇÕES DE MÉDIO E LONGO PRAZOS:
·
Intensificar o sistema
de controle de doenças de veiculação hídrica.
·
Intensificar as ações de
implementação do Programa de Saúde da Família.
3.7.-
Otimização do Uso das Águas Vertidas do Alto Tietê para a Baixada Santista
·
Propor programa de
trabalho mediante a integração dos Comitês CBH-BS e CBH-AT, visando ao correto
equacionamento das questões decorrentes das interfaces surgidas com a
utilização dos recursos hídricos que atendem às duas UGRHIs.
3.8.-
Simulação de Receita a Ser Auferida com a Cobrança pelo Uso da Água
A
concepção da cobrança pelo uso da água como instrumento de gestão, conforme
reza o PL 676/2000 do Estado de São Paulo, e consagrada no texto da Lei Federal
9433/97, em seu Art. 19, se fundamenta em:
a)
reconhecimento da água
como bem econômico, dando ao usuário uma indicação de seu real valor;
b)
incentivo ao uso
racional e sustentável da água; e
c)
obtenção de recursos
financeiros para o financiamento dos programas e intervenções contemplados nos
planos de recursos hídricos.
Fica
claro no mesmo PL 676/2000, que a cobrança deve estar associada à implementação
de programas, projetos, serviços e obras, de interesse público, da iniciativa
pública ou privada, definidos nos planos de recursos hídricos, aprovados pelos
respectivos Comitês de Bacia e pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos.
Grupo
de Trabalho criado pelo CORHI estabeleceu algumas premissas básicas, a seguir expostas.
Estarão
sujeitos à cobrança os serviços de água e esgoto, as indústrias localizadas
fora da rede pública de distribuição ou de coleta, os irrigantes e outros,
como: geração hidroelétrica, abastecimento rural, lazer, recreação,
aqüicultura, navegação, etc.
A
cobrança incidirá sobre volume de água captado, volume de água consumido e
lançamentos em corpos d’água, estes representados por DBO (Demanda Bioquímica
de Oxigênio), DQO (Demanda Química de Oxigênio), RS (Resíduo Sedimentável) e CI
(Carga Inorgânica, como metais, cianetos e fluoretos).
A
cobrança considerará um Preço Unitário
Básico (PUB) para:
-
m3 de água
captada;
-
m3 de água
consumida;
-
kg de lançamento de DBO;
-
kg de lançamento de DQO;
-
litro de lançamento de
RS; e
-
kg de lançamento de CI.
O Preço Unitário Final (PUF), para cada parâmetro, será obtido
multiplicando o PUB por “coeficientes multiplicadores”, função das condições do
usuário
O
PUF será limitado por um Preço Unitário
Máximo, fixado juntamente com a tabela do PUB.
O
valor da cobrança será limitado por um percentual do Custo Médio Referencial de Produção Anual ou por um percentual do faturamento anual. O primeiro será um
valor padrão estabelecido para cada tipo de usuário, com base nas informações
estatísticas ligadas aos custos de produção. O segundo deverá coincidir com a
informação passada pela empresa ao Ministério ou Secretaria da Fazenda.
Segundo
proposta do CORHI, os valores dos PUBs e Preços Unitários Máximos, para cada
parâmetro, obedecerão ao estipulado no quadro abaixo.
Item
|
Unidade |
Símbolo do
PUB |
PUB (R$) |
Preço
Unitário Máximo (R$) |
Captação |
m3 |
PUBCap |
0,01 |
0,05 |
Consumo |
m3 |
PUBCons |
0,02 |
0,10 |
Lançamento de DBO de DQO de RS de CI |
kg DBO kg DQO litro kg |
PUBDBO PUBDQO PUBRS PUBCI |
0,10 0,05 0,01 1,00 |
1,00 0,50 0,10 10,00 |
A
simulação da receita a ser auferida na UGRHI 7, pela cobrança do uso da água
atenderá às seguintes hipóteses:
a)
O cálculo tomará por
base apenas os PUBs, desprezando os coeficientes multiplicadores;
b)
De início, não será
considerado o uso para irrigação;
c)
Valores de consumo e
lançamento sugeridos pelo CORHI:
·
consumo urbano
eqüivalente à 30% da captação
·
consumo industrial eqüivalente
à 20% da captação
·
DQO eqüivalente à 2
vezes a DBO
·
RS de 6 ml/litro de
esgoto doméstico e 1 ml/litro de esgoto industrial
As
informações constantes do Relatório “0” e do PERH 2000/2003, permitem estimar
os seguintes volumes de água captados:
·
uso urbano 9,2 m3/s
·
uso industrial 11,7 m3/s
Por
outro lado, a CETESB disponibilizou as seguintes informações relativas a
lançamentos em corpos d’água:
·
DBO urbana 36,2 t/dia
·
DBO industrial 1,1 t/dia
·
CI nihil
Aplicando as hipóteses e
valores acima explicitados, é possível estimar-se as quantidades anuais de
captações, consumos e lançamentos:
·
QCap = 659x106
m3/ano
·
QCons =
161x106 m3/ano
·
QDBO = 13.600
t/ano
·
QDQO = 27.200
t/ano
·
QRS = 2,99x106
l/ano
·
QCI = nihil
Com base nos PUBs, sem a
consideração dos coeficientes multiplicadores, chega-se às seguintes receitas
anuais, por parâmetro:
·
Captação R$6.590.000,00
·
Consumo R$3.220.000,00
·
DBO R$1.360.000,00
·
DQO R$1.360.000,00
·
RS R$15.137.000,00
·
CI nihil
O
que nos leva a uma estimativa de receita anual, aproximada, de R$ 27.667.000,00
4.- PLANO DE INVESTIMENTOS
A seguir são apresentados
os quadros detalhando, ano-a-ano, os investimentos que darão suporte às ações
do Plano de Bacia. Neles encontram-se os valores a aplicar, por PDC – Programa
de Duração Cont, identificando-se os respectivos Sub-programas.
Cada investimento tem sua
fonte especificada: Fehidro, Recursos Próprios e Cobrança.
Encerrando
o Capítulo, insere-se um quadro resumo de todos investimentos programados.
Plano de Investimentos para o Ano de 2003 |
||||
Programas e Sub-Programas
|
Investimentos
em R$ |
|||
Fehidro |
Rec.Própr. |
Cobrança |
Total |
|
PDC 01 - Planejamento e
Gerenciamento. de Recursos Hídricos |
|
|
|
|
1.1
- Planejamento |
30.000 |
|
|
30.000 |
1.2
- Gerenciamento |
315.000 |
200.000 |
|
515.000 |
1.3
- Sistemas de Informações |
70.000 |
|
|
70.000 |
1.4
– Monitoramento da Quantidade e da Qualidade dos Rec. Hídricos |
|
|
|
|
PDC 03 – Proteção,
Conservação e Recuperação da Qualidade dos Recursos Hídricos |
|
|
|
|
3.1
– Efluentes Urbanos |
100.000 |
100.000 |
|
200.000 |
3.2
– Efluentes Industriais |
|
|
|
|
3.4
– Fiscalização e Monitoramento de Fontes de Poluição das Águas |
|
1.000.000 |
|
1.000.000 |
PDC 05 - Proteção dos
Mananciais de Abastecimento Urbano |
|
|
|
|
5.1
– Proteção e Conservação dos Mananciais para Abastecim. Urbano |
|
|
|
|
PDC 08 - Prevenção e Defesa ContraInundações |
|
|
|
|
8.1
– Implant. de Ações Estruturais de Prev. e Defesa contra Inundações |
|
|
|
|
8.2
– Apoio e Implant. de Ações Não Estruturais de Prev. e Defesa contra Inundações |
|
|
|
|
PDC 09 - Prevenção e Defesa
Contra a Erosão do Solo e o Assoreamento dos Corpos d’Água |
|
|
|
|
9.1
- Diagnóst., Diretr. e Tecn. p/ a Prev. da Erosão do Solo e para a Extração e
Areia |
|
|
|
|
Totais |
515.000 |
1.300.000 |
- |
1.815.000 |
Plano de Investimentos para o Ano de 2004 |
||||
Programas e Sub-Programas
|
Investimentos
em R$ |
|||
Fehidro |
Rec.Própr. |
Cobrança |
Total |
|
PDC 01 - Planejamento e
Gerenciamento. de Recursos Hídricos |
|
|
|
|
1.1
- Planejamento |
30.000 |
|
|
30.000 |
1.2
- Gerenciamento |
350.000 |
200.000 |
|
550.000 |
1.3
- Sistemas de Informações |
70.000 |
200.000 |
|
270.000 |
1.4
– Monitoramento da Quantidade e da Qualidade dos Rec. Hídricos |
|
|
|
|
PDC 03 – Proteção,
Conservação e Recuperação da Qualidade dos Recursos Hídricos |
|
|
|
|
3.1
– Efluentes Urbanos |
100.000 |
100.000 |
|
200.000 |
3.2
– Efluentes Industriais |
|
|
|
|
3.4
– Fiscalização e Monitoramento de Fontes de Poluição das Águas |
|
1.000.000 |
|
1.000.000 |
PDC 05 - Proteção dos
Mananciais de Abastecimento Urbano |
|
|
|
|
5.1
– Proteção e Conservação dos Mananciais para Abastecim. Urbano |
60.000 |
10.000 |
|
70.000 |
PDC 08 - Prevenção e Defesa ContraInundações |
|
|
|
|
8.1
– Implant. de Ações Estruturais de Prev. e Defesa contra Inundações |
|
|
|
|
8.2
– Apoio e Implant. de Ações Não Estruturais de Prev. e Defesa contra Inundações |
|
500.000 |
|
500.000 |
PDC 09 - Prevenção e Defesa
Contra a Erosão do Solo e o Assoreamento dos Corpos d’Água |
|
|
|
|
9.1
- Diagnóst., Diretr. e Tecn. p/ a Prev. da Erosão do Solo e para a Extração e
Areia |
73.500 |
171.500 |
|
245.000 |
Totais |
683.500 |
2.181.500 |
- |
2.865.000 |
Plano de Investimentos para o Ano de 2005 |
||||
Programas e Sub-Programas
|
Investimentos
em R$ |
|||
Fehidro |
Rec.Própr. |
Cobrança |
Total |
|
PDC 01 - Planejamento e
Gerenciamento. de Recursos Hídricos |
|
|
|
|
1.1
- Planejamento |
30.000 |
|
|
30.000 |
1.2
- Gerenciamento |
325.000 |
200.000 |
645.000 |
1.170.000 |
1.3
- Sistemas de Informações |
45.000 |
300.000 |
100.000 |
445.000 |
1.4
– Monitoramento da Quantidade e da Qualidade dos Rec. Hídricos |
|
250.000 |
250.000 |
500.000 |
PDC 03 – Proteção,
Conservação e Recuperação da Qualidade dos Recursos Hídricos |
|
|
|
|
3.1
– Efluentes Urbanos |
100.000 |
8.500.000 |
1.100.000 |
9.700.000 |
3.2
– Efluentes Industriais |
80.000 |
|
20.000 |
100.000 |
3.4
– Fiscalização e Monitoramento de Fontes de Poluição das Águas |
|
500.000 |
500.000 |
1.000.000 |
PDC 05 - Proteção dos
Mananciais de Abastecimento Urbano |
|
|
|
|
5.1
– Proteção e Conservação dos Mananciais para Abastecim. Urbano |
30.000 |
13.510.000 |
2.000.000 |
15.540.000 |
PDC 08 - Prevenção e Defesa ContraInundações |
|
|
|
|
8.1
– Implant. de Ações Estruturais de Prev. e Defesa contra Inundações |
|
532.000 |
358.000 |
890.000 |
8.2
– Apoio e Implant. de Ações Não Estruturais de Prev. e Defesa contra Inundações |
|
710.000 |
90.000 |
800.000 |
PDC 09 - Prevenção e Defesa
Contra a Erosão do Solo e o Assoreamento dos Corpos d’Água |
|
|
|
|
9.1
- Diagnóst., Diretr. e Tecn. p/ a Prev. da Erosão do Solo e para a Extração e
Areia |
73.500 |
221.500 |
50.000 |
345.000 |
Totais |
683.500 |
24.723.500 |
5.113.000 |
30.520.000 |
Plano de Investimentos para o Ano de 2006 |
||||
Programas e Sub-Programas
|
Investimentos
em R$ |
|||
Fehidro |
Rec.Própr. |
Cobrança |
Total |
|
PDC 01 - Planejamento e
Gerenciamento. de Recursos Hídricos |
|
|
|
|
1.1
– Planejamento |
110.000 |
|
|
110.000 |
1.2
– Gerenciamento |
90.000 |
150.000 |
575.000 |
815.000 |
1.3
- Sistemas de Informações |
45.000 |
100.000 |
100.000 |
245.000 |
1.4
– Monitoramento da Quantidade e da Qualidade dos Rec. Hídricos |
|
250.000 |
250.000 |
500.000 |
PDC 03 – Proteção,
Conservação e Recuperação da Qualidade dos Recursos Hídricos |
|
|
|
|
3.1
– Efluentes Urbanos |
|
8.400.000 |
1.100.000 |
9.500.000 |
3.2
– Efluentes Industriais |
|
80.000 |
20.000 |
100.000 |
3.4
– Fiscalização e Monitoramento de Fontes de Poluição das Águas |
|
500.000 |
500.000 |
1.000.000 |
PDC 05 - Proteção dos
Mananciais de Abastecimento Urbano |
|
|
|
|
5.1
– Proteção e Conservação dos Mananciais para Abastecim. Urbano |
30.000 |
13.510.000 |
2.000.000 |
15.540.000 |
PDC 08 - Prevenção e Defesa ContraInundações |
|
|
|
|
8.1
– Implant. de Ações Estruturais de Prev. e Defesa contra Inundações |
|
532.000 |
358.000 |
890.000 |
8.2
– Apoio e Implant. de Ações Não Estruturais de Prev. e Defesa contra Inundações |
|
710.000 |
90.000 |
800.000 |
PDC 09 - Prevenção e Defesa
Contra a Erosão do Solo e o Assoreamento dos Corpos d’Água |
|
|
|
|
9.1
- Diagnóst., Diretr. e Tecn. p/ a Prev. da Erosão do Solo e para a Extração e
Areia |
73.500 |
221.500 |
50.000 |
345.000 |
Totais |
348.500 |
24.453.500 |
5.043.000 |
29.845.000 |
Plano de Investimentos para o Ano de 2007 |
||||
Programas e Sub-Programas
|
Investimentos
em R$ |
|||
Fehidro |
Rec.Própr. |
Cobrança |
Total |
|
PDC 01 - Planejamento e
Gerenciamento. de Recursos Hídricos |
|
|
|
|
1.1
- Planejamento |
30.000 |
|
|
30.000 |
1.2
- Gerenciamento |
90.000 |
150.000 |
400.000 |
640.000 |
1.3
- Sistemas de Informações |
45.000 |
|
|
45.000 |
1.4
– Monitoramento da Quantidade e da Qualidade dos Rec. Hídricos |
|
250.000 |
250.000 |
500.000 |
PDC 03 – Proteção,
Conservação e Recuperação da Qualidade dos Recursos Hídricos |
|
|
|
|
3.1
– Efluentes Urbanos |
|
8.400.000 |
1.100.000 |
9.500.000 |
3.2
– Efluentes Industriais |
|
|
|
|
3.4
– Fiscalização e Monitoramento de Fontes de Poluição das Águas |
|
500.000 |
500.000 |
1.000.000 |
PDC 05 - Proteção dos
Mananciais de Abastecimento Urbano |
|
|
|
|
5.1
– Proteção e Conservação dos Mananciais para Abastecim. Urbano |
30.000 |
13.500.000 |
2.000.000 |
15.530.000 |
PDC 08 - Prevenção e Defesa ContraInundações |
|
|
|
|
8.1
– Implant. de Ações Estruturais de Prev. e Defesa contra Inundações |
|
232.000 |
58.000 |
290.000 |
8.2
– Apoio e Implant. de Ações Não Estruturais de Prev. e Defesa contra Inundações |
|
210.000 |
90.000 |
300.000 |
PDC 09 - Prevenção e Defesa
Contra a Erosão do Solo e o Assoreamento dos Corpos d’Água |
|
|
|
|
9.1
- Diagnóst., Diretr. e Tecn. p/ a Prev. da Erosão do Solo e para a Extração e
Areia |
73.500 |
221.500 |
50.000 |
345.000 |
Totais |
268.500 |
23.463.500 |
4.448.000 |
28.180.000 |
Plano de Investimentos para o Ano de 2008 |
||||
Programas e Sub-Programas
|
Investimentos
em R$ |
|||
Fehidro |
Rec.Própr. |
Cobrança |
Total |
|
PDC 01 - Planejamento e
Gerenciamento. de Recursos Hídricos |
|
|
|
|
1.1
- Planejamento |
30.000 |
|
|
30.000 |
1.2
- Gerenciamento |
90.000 |
150.000 |
400.000 |
640.000 |
1.3
- Sistemas de Informações |
45.000 |
|
|
45.000 |
1.4
– Monitoramento da Quantidade e da Qualidade dos Rec. Hídricos |
|
250.000 |
250.000 |
500.000 |
PDC 03 – Proteção,
Conservação e Recuperação da Qualidade dos Recursos Hídricos |
|
|
|
|
3.1
– Efluentes Urbanos |
|
8.400.000 |
1.100.000 |
9.500.000 |
3.2
– Efluentes Industriais |
|
|
|
|
3.4
– Fiscalização e Monitoramento de Fontes de Poluição das Águas |
|
500.000 |
500.000 |
1.000.000 |
PDC 05 - Proteção dos
Mananciais de Abastecimento Urbano |
|
|
|
|
5.1
– Proteção e Conservação dos Mananciais para Abastecim. Urbano |
30.000 |
13.500.000 |
2.000.000 |
15.530.000 |
PDC 08 - Prevenção e Defesa ContraInundações |
|
|
|
|
8.1
– Implant. de Ações Estruturais de Prev. e Defesa contra Inundações |
|
232.000 |
58.000 |
290.000 |
8.2
– Apoio e Implant. de Ações Não Estruturais de Prev. e Defesa contra Inundações |
|
|
|
|
PDC 09 - Prevenção e Defesa
Contra a Erosão do Solo e o Assoreamento dos Corpos d’Água |
|
|
|
|
9.1
- Diagnóst., Diretr. e Tecn. p/ a Prev. da Erosão do Solo e para a Extração e
Areia |
73.500 |
221.500 |
50.000 |
345.000 |
Totais |
268.500 |
23.253.500 |
4.358.000 |
27.880.000 |
Plano de Investimentos para o Ano de 2009 |
||||
Programas e Sub-Programas
|
Investimentos
em R$ |
|||
Fehidro |
Rec.Própr. |
Cobrança |
Total |
|
PDC 01 - Planejamento e
Gerenciamento. de Recursos Hídricos |
|
|
|
|
1.1
- Planejamento |
110.000 |
|
|
110.000 |
1.2
- Gerenciamento |
90.000 |
150.000 |
400.000 |
640.000 |
1.3
- Sistemas de Informações |
45.000 |
|
|
45.000 |
1.4
– Monitoramento da Quantidade e da Qualidade dos Rec. Hídricos |
|
250.000 |
250.000 |
500.000 |
PDC 03 – Proteção,
Conservação e Recuperação da Qualidade dos Recursos Hídricos |
|
|
|
|
3.1
– Efluentes Urbanos |
|
8.400.000 |
1.100.000 |
9.500.000 |
3.2
– Efluentes Industriais |
|
|
|
|
3.4
– Fiscalização e Monitoramento de Fontes de Poluição das Águas |
|
500.000 |
500.000 |
1.000.000 |
PDC 05 - Proteção dos
Mananciais de Abastecimento Urbano |
|
|
|
|
5.1
– Proteção e Conservação dos Mananciais para Abastecim. Urbano |
30.000 |
13.500.000 |
2.000.000 |
15.530.000 |
PDC 08 - Prevenção e Defesa ContraInundações |
|
|
|
|
8.1
– Implant. de Ações Estruturais de Prev. e Defesa contra Inundações |
|
232.000 |
58.000 |
290.000 |
8.2
– Apoio e Implant. de Ações Não Estruturais de Prev. e Defesa contra Inundações |
|
|
|
|
PDC 09 - Prevenção e Defesa
Contra a Erosão do Solo e o Assoreamento dos Corpos d’Água |
|
|
|
|
9.1
- Diagnóst., Diretr. e Tecn. p/ a Prev. da Erosão do Solo e para a Extração e
Areia |
73.500 |
221.500 |
50.000 |
345.000 |
Totais |
348.500 |
23.253.500 |
4.358.000 |
27.960.000 |
Plano de Investimentos para o Ano de 2010 |
||||
Programas e Sub-Programas
|
Investimentos
em R$ |
|||
Fehidro |
Rec.Própr. |
Cobrança |
Total |
|
PDC 01 - Planejamento e
Gerenciamento. de Recursos Hídricos |
|
|
|
|
1.1
- Planejamento |
30.000 |
|
|
30.000 |
1.2
- Gerenciamento |
90.000 |
150.000 |
400.000 |
640.000 |
1.3
- Sistemas de Informações |
45.000 |
|
|
45.000 |
1.4
– Monitoramento da Quantidade e da Qualidade dos Rec. Hídricos |
|
250.000 |
250.000 |
500.000 |
PDC 03 – Proteção,
Conservação e Recuperação da Qualidade dos Recursos Hídricos |
|
|
|
|
3.1
– Efluentes Urbanos |
|
8.400.000 |
1.100.000 |
9.500.000 |
3.2
– Efluentes Industriais |
|
|
|
|
3.4
– Fiscalização e Monitoramento de Fontes de Poluição das Águas |
|
500.000 |
500.000 |
1.000.000 |
PDC 05 - Proteção dos
Mananciais de Abastecimento Urbano |
|
|
|
|
5.1
– Proteção e Conservação dos Mananciais para Abastecim. Urbano |
30.000 |
13.500.000 |
2.000.000 |
15.530.000 |
PDC 08 - Prevenção e Defesa ContraInundações |
|
|
|
|
8.1
– Implant. de Ações Estruturais de Prev. e Defesa contra Inundações |
|
232.000 |
58.000 |
290.000 |
8.2
– Apoio e Implant. de Ações Não Estruturais de Prev. e Defesa contra Inundações |
|
|
|
|
PDC 09 - Prevenção e Defesa
Contra a Erosão do Solo e o Assoreamento dos Corpos d’Água |
|
|
|
|
9.1
- Diagnóst., Diretr. e Tecn. p/ a Prev. da Erosão do Solo e para a Extração e
Areia |
73.500 |
221.500 |
50.000 |
345.000 |
Totais |
268.500 |
23.253.500 |
4.358.000 |
27.880.000 |
Resumo do Plano
de Investimentos
|
||||
Ano |
Fehidro |
Rec. Próprios |
Cobrança |
Total |
2003 |
515.000 |
1.300.000 |
- |
1.815.000 |
2004 |
683.500 |
2.181.500 |
- |
2.865.000 |
2005 |
683.500 |
24.723.500 |
5.113.000 |
30.520.000 |
2006 |
348.500 |
24.453.500 |
5.043.000 |
29.845.000 |
2007 |
268.500 |
23.463.500 |
4.448.000 |
28.180.000 |
2008 |
268.500 |
23.253.500 |
4.358.000 |
27.880.000 |
2009 |
348.500 |
23.253.500 |
4.358.000 |
27.960.000 |
2010 |
268.500 |
23.253.500 |
4.358.000 |
27.880.000 |
5.- CONCLUSÕES E
RECOMENDAÇÕES
O Plano de Bacia da Baixada
Santista foi elaborado mediante um processo intensamente participativo, em que
os mais diversos segmentos da sociedade tiveram oportunidade de participar.
Logicamente, este fato
garante importante respaldo político ao Comitê na tarefa de implantar as
diretrizes aqui elencadas. Esta conclusão é relevante pois um conjunto
ponderável de medidas preconizadas pelo Plano são não estruturais, exigindo tão
somente do Comitê, um forte desempenho político, administrativo e
institucional.
Conforme ponderou-se em
outro capítulo, propõe-se um esforço concentrado na busca do aprimoramento e
modernização da gestão dos recursos hídricos na Bacia Hidrográfica da Baixada
Santista, objetivando, inclusive, o fortalecimento do próprio Comitê, condição
tida como indispensável para o êxito das ações orientadas no sentido das
transformações julgadas inadiáveis em função das demandas regionais.
Indiscutivelmente, a
responsabilidade de integrar as diferentes entidades que atuam na Baixada e de
estimular o desenvolvimento institucional dos poderes públicos municipais,
caberá ao Comitê. Na mesma linha espera-se a incorporação de centros de ensino
e pesquisa, além de organizações não governamentais, ao esforço de recuperação,
preservação e conservação dos recursos hídricos da região.
Inadiável será, também, a
definição de novas fontes de recursos financeiros, entre as quais a criação da
Agência de Bacia, para o enfrentamento dos desafios representados pelas metas e
estratégias que compõem este Plano.
Conforme inclusive ficou
evidenciado durante a feitura do Plano de Bacia, apresenta-se como extremamente
útil a participação do Comitê na elaboração do orçamento estadual regionalizado
por Bacia Hidrográfica, única forma de consolidar a integração Estado/Baixada
Santista na definição e implantação de ações de interesse comum na região.
A
recuperação, preservação e conservação das áreas e dos recursos hídricos
degradados apresentam-se como críticas, face à realidade da Bacia Hidrográfica.
O Plano propõe diversas formas de intervenção em compartimentos como:
mananciais, áreas contaminadas, manguezais, resíduos sólidos, acidentes
ambientais, sistemas de abastecimento de água e de coleta de esgotos, controle
do desmatamento e proteção das Unidades de Conservação, além da drenagem e
controle de inundações.
Evidentemente,
a recuperação e a preservação ambiental, objeto primeiro do Plano de Bacia,
somente serão alcançadas na medida em que a região decidir-se por um modelo de
desenvolvimento sócio-econômico efetivamente sustentável. Esta opção importa no
redirecionamento das atividades industriais e portuárias, além do incentivo e
apoio às novas tecnologias agrícolas e aquáticas.
Na
mesma linha, as atividades turísticas, em especial o ecoturismo, merecem um
novo tratamento, explorando de forma equilibrada o potencial disponível na
Baixada Santista e atendendo às condições de sustentabilidade.
O
conjunto de metas e estratégias proposto é, inegavelmente, ambicioso, exigindo
um forte empenho do Comitê de Bacia. Entretanto, os recursos financeiros a
aplicar são compatíveis com a capacidade da região.
Na
verdade, a expressiva maioria das ações não é do tipo estrutural, pois
refere-se aos mais diversos procedimentos de gestão das águas. Ao Comitê estará
reservada a responsabilidade de liderar um inadiável processo de mudanças,
passando pela própria alteração da cultura ambiental, hoje predominante na
região.
Esta
responsabilidade exigirá importantes iniciativas administrativas e forte
determinação política.
O
sucesso do desempenho do Comitê estará vinculado à sua capacidade de agregar
instituições públicas e privadas, na implantação das ações e estratégias aqui
propostas. Os poderes públicos locais deverão ser apoiados e atraídos
institucionalmente para o cumprimento da responsabilidade constitucional de
proteger o meio ambiente. Afinal, uso e ocupação do solo são da inteira
responsabilidade dos municípios, fatores primordiais na proteção dos recursos
hídricos.
As
políticas públicas vinculadas às propostas do Plano de Bacia exigem a
mobilização, conscientização e participação da sociedade. Produção e divulgação
de informações, além da descentralização da tomada de decisões, são fatores
essenciais a serem conduzidos pelo Comitê, na busca do engajamento de cada
cidadão na nobre e urgente tarefa de proteger nossos recursos naturais.
O
desafio está proposto. Os segmentos mais sensíveis à gravidade das questões
ambientais confiam na liderança do Comitê de Bacia, e as camadas leigas da
população, acham-se receptivas à adoção de procedimentos conservacionistas,
capazes de garantir a melhoria da qualidade de vida em toda a Baixada Santista.