Ata da 1ª Reunião Ordinária
do ano de 2010 da Câmara Técnica de Saneamento e Águas Subterrâneas (CT-SAN) do
CBH-PARDO
Realizou-se no dia 05/03/10 no
auditório Dr. Celso Antônio Perticarrari do
Departamento de Águas e Energia Elétrica de Ribeirão Preto a 1ª Reunião
Ordinária do ano de 2010 da Câmara Técnica de Saneamento e Águas Subterrâneas
(CT-SAN) do Comitê da Bacia Hidrográfica do Pardo. A reunião teve início às 9:30h, tendo como
objetivo a discussão da deliberação CRH nº 82 de 18 de junho de 2008 que
consolida as deliberações CBH-PARDO nº 004/06 e 003/08 que definem critérios
técnicos para a autorização de perfuração de poços no município de Ribeirão
Preto. Fazendo uso da palavra o Sr. Marco Antonio Artuzo, gerente regional da CETESB começou fazendo um
histórico dos fatos que levaram à elaboração da deliberação nº 82, quais foram
que em 2005 com a proliferação de condomínios verticais usuários de água
subterrânea junto ao uso indiscriminado de poços na região central da cidade,
chegou-se a uma situação tal de explotação dos
recursos hídricos sub-superficiais que houve a necessidade do desencadeamento
por parte do Comitê do Pardo de uma série de procedimentos de gestão no sentido
de disciplinar a exploração dos citados recursos. Esse processo levou à elaboração
de seguidas deliberações temporárias de critérios de perfuração e de
estabelecimento de compromissos em relação aos órgãos gestores de recursos
hídricos no sentido de procedimentos de outorga e aperfeiçoamento desse
instrumento de gestão. O Sr. Marco Artuzo
diz a seguir que gostaria de ouvir do DAERP e DAEE em que se avançou no sentido
da gestão da água subterrânea durante a vigência das deliberações, para que
isso sirva de subsídio no avanço das discussões da CT-SAN na renovação da
deliberação nº 82. Nesse ponto o Sr. Domingos Baruffi
falou de seu desejo de ver juntada à documentação do Comitê do Pardo que trata
da gestão da água subterrânea, a Lei Municipal nº 4700 de 1985. Em seguida o
Sr. Renato Crivelenti, Secretário Executivo Adjunto
do CBH-PARDO, informou
que antes da vigência da 1ª deliberação de 2006, 40 poços eram perfurados por
ano em Ribeirão
Preto e desde então apenas 10 novos poços foram autorizados.
Nesse ponto o Sr. Paulo Finotti, Vice-Presidente do
CBH-PARDO, chamou a atenção que a lei citada anteriormente pelo Sr. Domingos,
pode invadir a questão da dominialidade da água
subterrânea, propondo então a sua reforma (da lei). Diante de alteração do Sr.
Domingos frente à observação do Sr. Paulo, o Sr. Marco
Artuzo enfatizou que dentro do comitê deve ser
acatada a discussão e decisão da câmara técnica pertinente à determinado
problema como procedimento a ser seguido. Em seguida a Sra. Fátima Fonzara David do DAERP se manifestou e disse que o órgão
providenciou a outorga dos poços em operação e que estão agora se voltando à
questão das perdas no abastecimento e à reservação,
porém o órgão em função da queda de produtividade de poços não se furtará a
perfurar outros em função do atendimento ao abastecimento. Disse ainda que esse
órgão também investiu nos últimos anos em micromedição. Fazendo um aparte o Sr.
João Paulo Correia, geólogo, chamou a atenção que apesar de 16 poços do DAERP
ainda carecerem de outorga o procedimento se encontra em andamento. O Sr.
Renato Crivelenti chamou a atenção para a questão do
tamponamento dos poços que são substituídos e que deve ser observada a questão
do distanciamento entre poços na discussão da renovação da deliberação nº 82. A seguir o Sr. Marcos Protti, da CIESP, perguntou se nesses quatro anos de
vigência das deliberações já se notou uma melhora na questão do rebaixamento do
nível potenciométrico, no que foi seguido pelo Sr.
Renato que colocou que será dada continuidade ao Projeto Piloto do Aqüífero
Guarani na questão do monitoramento da qualidade/quantidade, rebaixamento e
níveis, por meio de pleito FEHIDRO para o exercício 2010. A Sra. Graziela Lopes
Bertolino, geóloga do DAEE de Ribeirão Preto, expôs
que o DAERP já possui 4 poços adaptados para a instalação
de piezômetros. Em seguida o Sr. Marco Artuzo pergunta à plenária se há alguma dúvida em se manter
um instrumento técnico e legal (deliberação) na gestão da água subterrânea. O
Sr. Joaquim Costa Neto do DAERP disse que não, desde que a questão do
abastecimento público não seja prejudicada. Em suma chegou-se ao consenso da
continuidade do instrumento deliberação pela câmara. O Sr.
Marco passou a seguir à discussão do mapa de zoneamento de perfuração constante
da deliberação nº 82. Rebatendo argumentação do Sr. Domingos Baruffi, o Sr. Marco Artuzo informou que a câmara técnica encaminhará e
discutirá tecnicamente a questão do nível potenciométrico
da zona 1 por grupo de trabalho (GT), da própria câmara, a ser composto entre
outros por técnicos com competência na área. Respondendo ao Sr. Joaquim do
DAERP, O Sr. Marco Artuzo
disse que a resolução nº 82 foi sim embasada em estudos técnicos e que as
referências destes constam do anexo III da resolução CRH nº 65 de 4 de setembro
de 2006 que homologa a deliberação CBH-PARDO nº 004/06 que estabelece áreas de
restrição e controle temporários para a captação e uso das águas subterrâneas
no município de Ribeirão Preto . O Sr. Luis Eduardo Garcia, da ERPLAN-RP,
comentou que a deliberação nº 82 não trazia na questão dos poços de
substituição, valores limites de vazão a ser explorada no que foi respondido
pelo Sr. Marco Artuzo que
disse que na época de elaboração da deliberação isso poderia ter causado algum
entrave na entrada de sua vigência. Continuando afirma que por uma questão de
isonomia em relação à zona 3 (do mapa da deliberação
nº 82), a zona 2 na revisão da deliberação em 2008 também contou com o
distanciamento mínimo de 1000m entre poços na questão do abastecimento público.
A questão das perfurações respeitarem os 200m de corpos d’água
veio do fato do DAERP ter perfurado no passado poços a menos de 30m destes com
as previsíveis conseqüências de contaminação. A questão do distanciamento da
perfuração de áreas contaminadas que caiu de 1000m para 500m relaciona-se com o
aperfeiçoamento dos estudos da CETESB para essas áreas. O Sr.
Marco Artuzo propôs que estes condicionantes sofram
questionamentos para posteriores encaminhamentos do grupo de trabalho da
CT-SAN. Nesse ponto a Sra. Márcia Pressinoti, do
Instituto Geológico-IG, propôs uma alteração no
artigo 6º da deliberação nº 82, ou seja, em vez das áreas de restrição e
controle temporários serem reavaliadas após a conclusão do projeto “Proteção
Ambiental e Desenvolvimento Sustentável do Sistema Aqüífero Guarani” propõem que as áreas sejam reavaliadas após o projeto de
continuação do Projeto Piloto de Ribeirão Preto a ser desenvolvido com recurso
FEHIDRO e ainda dentro do mesmo artigo que se verifique os resultados
decorrentes do “Desenvolvimento de Modelo Numérico para a Área do Projeto
Piloto de Ribeirão Preto” de modo que este último permaneça na redação deste
artigo. A Sra. Márcia ainda pergunta se dos 400 poços outorgados, quantos estão
na zona 1, 2 e 3, mas essa informação não está
disponível pelo DAEE. A Sra. Márcia então solicitou que na renovação da outorga
desses poços o DAEE solicite um maior detalhamento de dados para uma maior
consistência da gestão dos mesmos. O Sr. João Paulo, geólogo, chamou a atenção
para a periodicidade das reuniões do grupo de trabalho da CT-SAN. O Sr. Marco Artuzo solicitou que o
DAERP e o DAEE disponibilizassem informações técnicas consistentes para
apreciação de grupo de trabalho da câmara em sua próxima reunião (por meio de
ofício). Continuando, sente que importantes informações do projeto do Sistema
Aqüífero Guarani possam estar tramitando a nível ministerial e não estejam
disponíveis a nível de comitê e que este deveria ser
mais incisivo na obtenção destas. O Sr. Renato Crivelenti
colocou que na próxima reunião estejam presentes os representantes da FIPAI (tomadora
do Projeto Piloto de Ribeirão Preto) para que prestem informações a respeito
dos dados do aqüífero.
Foi levantado que os procedimentos
do DAEE constantes do anexo III da deliberação nº 82 talvez mereçam alteração
ou revisão. O Sr. Marco Artuzo
se preocupa com a questão da coordenação entre os órgãos licenciadores
na área do aqüífero, vendo como fundamental o entrelaçamento de procedimentos
de licença entre órgãos estaduais e municipais frente aos pedidos de outorga de
poços particulares. Portanto, vê agora a grande oportunidade de se criar uma
ferramenta integrada de licenciamento. Pergunta então ao plenário se há
concordância na revisão do anexo III, no que obteve concordância. Ficaram então
definidas algumas frentes de trabalho:
- Revisão das zonas;
- Revisão das restrições;
- Artigo 6º da deliberação nº 82.
- Rever anexo III da deliberação nº
82;
O Sr.Marco Artuzo propôs então que
dentre os integrantes da CT-SAN se manifestassem aqueles que se disporiam a
compor o grupo de trabalho que se encarregará dos trabalhos de revisão da Deliberação
CRH nº 82, ficando com a seguinte
constituição:
·
SODERMA: Paulo Finotti;
·
UNAERP: Cristina Paschoalato;
·
DAERP: Saulo (Geólogo);
·
DAEE: Carlos Alencastre, Renato Crivelenti, Graziela Bertolino e
Osmar (Araraquara);
·
SMA/CBRN: Marcos Massoli;
·
CETESB: Marco Artuzo e Otávio Okano;
·
IG: Márcia Presinotti e Mara;
·
Secretaria do Meio Ambiente Municipal/Moura Lacerda: Ericson Dias Melo;
·
ERPLAN: Luis Eduardo Garcia;
·
DRS-Regional de Saúde: Maurílio
M. Araújo;
·
Pau Brasil: Aurélio Fontes;
·
APG: João Paulo F. Correia;
·
AMPLA: Domingos Baruffi
A
coordenação da câmara técnica solicitou através de ofício ao DAERP dados de reservação, perdas, captação e ações de gestão. O mesmo ao
DAEE solicitando dados de outorga, renovação de outorga nas zonas de restrição
1, 2 e 3 e procedimentos. Estes dados terão como
objetivo subsidiar as discussões do grupo de trabalho.
Se o grupo de trabalho achar que
deve se dividir em sub-grupos,
assim o fará. A data da reunião do grupo de trabalho será em 16/03/2010, na
CETESB, ás 9:00h. O Sr. Marco
Artuzo prevê um período de trabalho do grupo de 20
dias com 3 reuniões, ou seja de 16 à 31/03. A próxima reunião da CT-SAN será em
07/04/2010. A reunião se encerrou às 12:05h.