Reunião Ordinária do Comitê de Bacia Hidrográfica do Alto Tietê, em 17/09/2002

Ata resumida

No dia 17 de setembro de 2.002 foi realizada reunião ordinária do Comitê da Bacia hidrográfica do Alto Tietê, no Hotel Bruno Taioli, Alphaville, Santana do Parnaiba, sendo a mesa diretora constituída pela Presidente, Prefeita Marta Suplicy, pelo vice-presidente ; Pedro Camelo Filho e pelo Secretário Executivo Ricardo Borsari. Abrindo a reunião a presidente fez um pronunciamento saudando a acolhida do Município de Santana do Parnaiba e a iniciativa de realização de reuniões descentralizadas do Comitê de modo a propiciar maior contato com as realidades regionais; referiu-se à grave situação da região Pinheiros-Pirapora em decorrência da poluição das águas e destacou a importância do fórum das municipalidades para integração de ações de interesse comum e de discussão de temas maiores como o Plano de Bacia, o Rodoanel e Plano de Macrodrenagem; ressaltou a importância da implantação da Agência de Bacia do Alto Tietê e a necessidade da aprovação da Lei de Cobrança pelo Uso da Água na Assembléia. A seguir, sugeriu inversão de pauta, começando pelo item III — Posse do Conselho Curador "ad hoc" da Agência de Bacia do Alto Tietê; não havendo objeção, passou a palavra ao secretário executivo Borsari que leu a proposta de deliberação com os nomes dos representantes no Conselho, previamente indicados; submetida ao Plenário, a proposta foi aprovada; a Presidente, então, declara empossados os membros do Conselho Curador. Na seqüência, o secretário executivo expõe ao Plenário a necessidade de indicação do nome do diretor - presidente da Agência pelo Comitê, tal como previsto na Lei e no Estatuto da Agência; após alguns pedidos de esclarecimento, Stela Goldenstein (PMSP) propõe a indicação do engº Júlio de Cerqueira César Neto (IE), cujo mérito é reconhecido tanto pela sociedade civil como pelo poder público. Consultado o Plenário, a indicação é aprovada por unanimidade. Tomando a palavra, o engº Júlio de Cerqueira César Neto agradece a confiança de todos; relembra sua passagem pelo serviço público na época do Governo Montoro; ressalta a importância do Comitê e de suas Câmaras Técnicas e se coloca a serviço da Agência como um braço executivo do Comitê. A seguir, a Prefeita Marta Suplicy, antes de se retirar em virtude de compromissos, dá os parabéns ao Engº Júlio, deseja bom trabalho a todos e solicita à Secretária Municipal do Meio Ambiente, Stela Goldenstein, que providencie a sala para abrigar a Agência, anunciando que esta é uma cooperação que a cidade dá à Agência de Bacia. Dando continuidade à reunião, o Secretário Borsari informa ao Plenário que o item VI da pauta — Apresentação do Plano de Macrodrenagem para as bacias Juqueri e Baquirivu ficará para a próxima reunião porque, por falha de comunicação, os apresentadores não tiveram tempo hábil. Passa-se ao item I — Leitura e aprovação da ata anterior; dispensada a leitura, a ata é posta em votação e aprovada. Logo a seguir Rubens Born (Vitae Civilis) pede a inclusão de mais uma moção na pauta; o Prefeito Silvio Peccioli (Santana do Parnaiba) pede a palavra e levanta um questionamento sobre a licença ambiental de instalação referente ao rebaixamento da calha do rio Tietê, sem que tenham sido ouvidas as prefeituras de Santana do Parnaiba e Pirapora, nem o próprio Comitê; adverte para os problemas de enchentes na região e reclama das medidas mitigadoras. Ricardo Borsari, falando na condição de Superintendente do DAEE, esclarece que o processo foi antecedido de audiências públicas e que as medidas mitigadoras são objeto de uma licitação em curso pelo DAEE. O Prefeito reitera sua moção no sentido de que sejam ouvidos os municípios e o Comitê. Lúcia Sena (SMA) propõe que a moção seja acatada e que o assunto seja discutido numa reunião específica do Comitê onde tanto o DAEE como a SMA possam apresentar todos os esclarecimentos necessários. Passa-se, então, ao item IV — Regulamentação da Lei nº 11.216/02 ("Lei Tripoli"); o secretário executivo informa que está sendo distribuída nesta reunião a proposta de regulamentação da referida lei para apreciação na próxima reunião; que tal proposta foi encaminhada à Secretaria do Meio Ambiente no prazo determinado pelo Lei; e propõe que o texto seja apreciado pelo Comitê no prazo de um mês. Lúcia Sena (SMA) esclarece que o processo de elaboração do regulamento envolveu a participação de 1 representante de Câmara técnica de cada Subcomitê e considera que a proposta pode ser ratificada pelo Comitê nesse prazo. Rubens Born (Vitae Civilis) sugere que o texto seja remetido não só aos Subcomitês mas também às entidades cadastradas, o que foi acatado pela mesa. Em prosseguimento, no item V — Referendo à Deliberação CBH-AT, nº 3/2002, que lista a ordem de prioridade de projetos inscritos no programa PRODES-ANA, exposto ao Plenário o texto foi referendado. Passando ao item VII — Moção pela criação de rubricas orçamentárias específicas destinadas a medidas de sustentação dos mananciais, Stela Goldenstein  (SMMA) apresenta documento elaborado pelo fórum de representantes dos municípios. Aberta a discussão, Rui Brasil (SRHSO) pondera que a moção não foi distribuída com antecedência; em vez de moção, deveria ser uma deliberação e que o assunto retorne à Câmara Técnica. Marco Palermo (ABRH) concorda com Rui Brasil e aponta defeitos de redação. Sucede-se um debate acalorado, em que todas as manifestação reconheciam o mérito da proposta, mas revelavam divergência quanto à redação. Stela (SMMA) propõe, então, que o texto seja desdobrado em duas deliberações, com os mesmos considerandos: uma, determinando às câmaras técnicas estudos e propostas de mecanismos de sustentação econômica; outra, encaminhada ao Executivo e ao Legislativo com vistas a incluir as rubricas orçamentárias na LDO. A mesa procura, então, encaminhar os destaques de votação, sendo que a principal divergência é quanto 5º considerando, para o qual há duas propostas de redação: 1) "Considerando que as tarifas do serviço de água e esgoto cobradas na RMSP não são suficientes para garantia das condições de produção de água nos mananciais"; 2) "Considerando que os recursos provenientes das tarifas de água e esgotos cobradas na RMSP não têm sido aplicadas de forma suficiente para garantia das condições de produção de água nos mananciais, ainda que não possam ser considerados a única fonte financeira para tal". Postas em votação, é aprovada a segunda proposta por 12 votos a 9, com 1 abstenção. Passando ao item VIII — Moção pela despoluição das nascentes do córrego Ipiranga, a mesa chama o apresentador, Pedro Camelo, que não está presente e tampouco há texto, ficando fora de pauta. A seguir, Rubens Born (Vitae Civilis) pede a palavra para apresentar uma moção no sentido de criar uma "Comissão Especial das Câmaras Técnicas de Saneamento"; a mesa pondera que a proposta deve ser remetida à Secretaria Executiva e pautada para a próxima reunião, o que é aceito. Passa-se, então, ao item II — Comunicados da secretaria executiva: 1) Conferência Rio + 10, Joanesburgo; Rubens Born (Vitae Civilis) e José Eduardo Siqueira, participantes do evento revelaram frustração com o retrocesso da conferência, mas destacaram alguns aspectos importantes: a delegação brasileira incorporou representantes dos diversos setores da Sociedade Civil; as metas de saneamento para 2015 podem ser um bom ponto de partida para uma discussão aprofundada nos Comitês e no CRH; o debate deve continuar no 3º Fórum Social Mundial em Porto Alegre. 2) Informes de andamento dos PDPA's e Leis Específicas : Lineu Andrade, secretário do Subcomitê Pinheiros-Pirapora, informa que foram alocados recursos à Emplasa, que deverá começar os trabalhos do PDPA da bacia do rio Cotia até o final do ano; além disso, será elaborado um plano diretor para a região, contemplando os pequenos mananciais; Marcos Bandini (Subcomitê Billings-Tamanduatei) relata que o trabalho está a meio caminho e que, agora, com a contratação de duas consultorias, deverá ser impulsionado; Violeta Saldanha (Cotia-Guarapiranga) informa que o projeto da lei específica Guarapiranga foi aprovado pelo CONSEMA em 13/8 e que está pronto para ser encaminhado à Assembléia; Mário César (Juqueri-Cantareira) informa que os recursos foram destinados à Fundação da Universidade de São Carlos, o processo se encontra no agente técnico e a expectativa é que os estudos sejam iniciados no próximo ano; 3) Fórum dos municípios do Alto Tietê : Renato Tagnin (SMMA) relata que é uma iniciativa das municipalidades no sentido de discutir alguns itens da pauta de gestão de recursos hídricos de interesse dos municípios, tais como o Plano de Bacia, o Plano de Macrodrenagem, a sustentação econômica dos mananciais e o Rodoanel, entre outros. Feitos os informes, Rubens Born (Vitae Civilis) pede esclarecimento sobre ofício encaminhado pela secretaria executiva a respeito do Rodoanel; Gerôncio esclarece que se trata de um cronograma de discussões nas Câmaras Técnicas, com vistas a realização  de um seminário em novembro; e que os resultados do seminário serão submetidos ao Comitê. Nada mais havendo a tratar, o Secretário Borsari agradece a presença de todos e dá por encerrada a reunião. Esta ata é acompanhada das deliberações aprovadas.