CBH-RB-APRM-AJ/SL
COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA DO
RIBEIRA DE IGUAPE E LITORAL SUL
8a REUNIÃO DA CÂMARA TÉCNICA DA ÁREA DE
PROTEÇÃO E RECUPERAÇÃO DE MANANCIAIS DO
ALTO JUQUIÁ/ SÃO LOURENÇO (CT-APRM-AJ/SL)
Data: 07/11/2.000 Local: Centro Cultural Lawrence Scott Juquitiba/ SP.
- Abertura: O Sr. Morrow Gaines Campbell, III, Coordenador da presente Câmara Técnica, procedeu a abertura da reunião, que contou com a participação de 15 (quinze) pessoas, das quais 8 (oito) são membros da Câmara Técnica, segundo lista de presença, para tratar da seguinte Pauta: 1- Leitura e aprovação das atas das reuniões anteriores; 2- Apresentação sobre a caracterização dos municípios de Juquitiba e São Lourenço da Serra, de acordo com o Relatório da Situação dos Recursos Hídricos da Bacia (Relatório "0"); 3- Definição das reuniões temáticas, e; 4- Informações gerais. Foram distribuídos aos presentes os seguintes materiais: 1- Atas das 6a e 7a Reuniões, dos dias 03 e 17/10/00, e; 2-) Exemplares impressos do Relatório "0", para discussão.
- Considerações Iniciais:
Inicialmente, o Sr. Coordenador fez breve comentário sobre a Pauta da reunião, explicando que seria analisado o conteúdo do Relatório "0" nos itens referentes à APRM-AJ/SL e, também, a definição das linhas temáticas, visando estabelecer as diretrizes para o Plano de Desenvolvimento e Proteção Ambiental PDPA e a Lei Específica dessa APRM. Em seguida, foi feita a leitura das atas das duas últimas reuniões, dos dias 03 e 17/10/00, as quais, após serem submetidas aos presentes, foram aprovadas por unanimidade. O Sr. Miguel Angel Ferreiro Vero, da Prefeitura Municipal de São Lourenço da Serra, reportando-se à expansão da APRM-AJ/SL quanto à fixação de novos limites, disse achar necessário levar o assunto primeiramente ao Plenário do CBH-RB, para posteriormente se discutir sobre os dados a serem levantados. Sobre a questão, o Sr. Coordenador explicou que tentará trazer para a próxima reunião os representantes do Município de Miracatu (região serrana) e da região de Ibiúna (da área cujo acesso é feito pelo Município de Juquitiba), para se discutir a incorporação dessas áreas na APRM-AJ/SL.
- Análise do Relatório "0"/ Caracterização dos Municípios:
O Sr. Coordenador explicou que foi analisado o conteúdo do Relatório "0", nos temas relacionados às características dos municípios de Juquitiba e São Lourenço da Serra, através da própria Coordenadoria da Câmara Técnica em conjunto com representantes da Associação Nascentes das Águas Puras ANAP, e que procuraria repassar aos presentes os grandes temas em que se deve aprofundar para a elaboração do PDPA e Lei Específica. Segue, a seguir, a relação dos tópicos do Relatório "0" apresentados, contendo as respectivas considerações, após a discussão:
Volume 1:
- Pág. 40 Capítulo "Potencialidade Agrícola": área destinada à agricultura não é substancial, não sendo este tema um grande vetor para a APRM-AJ/SL. Ressaltou-se que os dados relativos à São Lourenço da Serra não são reais, devido à recente emancipação do Município, e que ainda não foram feitos estudos neste sentido, devendo ser analisada a questão dos agrotóxicos, que tem se mostrado como um problema grave;
- Pág. 49 Nota-se o alto grau de urbanização de Juquitiba, devido à expansão da área urbana. Salientou-se que para o cálculo desta taxa foi utilizado um critério político (área urbana = área total do município) e que isto não representa uma taxa de urbanização real;
- Pág. 52 As taxas de crescimento anual induzem a raciocínios questionáveis;
- Pág. 54 Projeção das populações de Juquitiba e São Lourenço da Serra: talvez os critérios de cálculo não tenham considerado a duplicação da BR-116 e o RODOANEL, que poderão gerar maior fluxo de população para o Vale do Ribeira;
- Pág. 62 A receita municipal de Juquitiba seria maior que a de Registro e Apiaí?
- Pág. 78 "Uso e Ocupação do Solo": é considerada significativa a cobertura vegetal e, também, o reflorestamento (Alto Juquiá);
- Pág. 82 Documentação Municipal: a pouca legislação municipal poderá afetar os trabalhos da Câmara Técnica, que tem como meta a criação de legislação;
- Pág. 88 Área de Drenagem das sub-bacias: não está restrita à divisão municipal de Juquitiba e São Lourenço da Serra;
- Pág. 96 Precipitação média anual = 1700 mm (Alto Juquiá);
- Pág. 110 Precipitação média mensal: meses de dezembro a março são os de maiores médias históricas;
- Pág. 163 "Uso das Águas": a demanda (captações) é muito pequena em relação ao potencial hídrico, o qual está disponível em 96 % na bacia, sem considerar o potencial subterrâneo;
- Pág. 173 Poços para abastecimento público: cadastrados ou em processo de regularizacão (não está especificado no quadro 2.4.3.5 qual é a unidade de vazão);
- Pág. 174 "Projeto Juquitiba (reversão)": o texto sobre a "reversão" diz que o projeto foi postergado por dificuldades financeiras da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo SABESP. Esclareceu-se que também houve interferência do Conselho Estadual do Meio Ambiente CONSEMA, no tocante ao Relatório de Impacto Ambiental. Tal assunto é um dos pontos chaves desta APRM, devido às intervenções necessárias, também no tocante à Cobrança. O CBH-RB aprovou o projeto, colocando uma série de condicionantes, de forma a garantir a preservação/conservação nas características dos municípios;
- Pág. 176 Outorgas concedidas nos dois municípios da APRM-AJ/SL;
- Pág. 183 Cargas poluidoras;
- Pág. 193 Inventário dos resíduos sólidos domiciliares: com relação às quantidades coletadas diárias, em função do tamanho do município, permite calcular a estimativa de lixo, sendo que os dados apresentados são compatíveis com o município de Juquitiba;
- Pág. 194 - resíduos sólidos domiciliares e serviços de saúde: alguns dos dados apresentados foram contestados;
- Pág. 198 "Qualidade das Águas": considerações sobre o ponto de captação para a reversão para a Região Metropolitana;
- Pág. 199/202 Parâmetros do ponto de captação: as anomalias estão destacadas no texto do Relatório "0" na "cor vermelha". Solicitou-se destaque para este capítulo;
- Pág. 209 Pontos de amostragem: o ponto de medição histórica está localizado em lugar não apropriado para se tirar definições, pois o mesmo está a montante da confluência com o Rio São Lourenço, o que distorce a realidade.
Volume 2:
- Pág. 220 Sistemas de abastecimento de água municipais;
- Pág. 223 Taxas de perda na região são similares aos padrões do restante da Bacia. Estas taxas foram consideradas preocupantes, apesar do alto potencial hídrico existente;
- Pág. 228 No 2o parágrafo, é necessário corrigir-se a informação de que os municípios não possuem coleta de esgotos;
- Pág. 229 "Coleta de Lixo": dados apresentados foram contestados;
- Pág. 230 Taxas de mortalidade infantil;
- Pág. 270 Vegetação Nativa no Estado de São Paulo: porcentagem da área ocupada pela Bacia do Ribeira de Iguape e Litoral Sul é uma das mais altas do Estado;
- Pág. 272 Vegetação Natural nos municípios: não constam dados de São Lourenço da Serra. Os dados são anteriores à emancipação;
- Pág. 282 "Demanda de Água": explicações sobre o índice Q7,10 e considerações sobre a disponibilidade ser muito superior à demanda;
- Pág. 285 Potencialidade dos terrenos e processos erosivos;
- Pág. 289 Ponto de amostragem (JUQI008): mesmo estando a montante do Rio São Lourenço, mostra haver irregularidades quanto à poluição por efluentes, em área que deveria ser só de matas (não urbana);
- Pág. 295 "Supressão da Vegetação": autos de infração;
- Pág. 301 Projetos financiados pelo Fundo Estadual de Recursos Hídricos FEHIDRO;
- Pág. 305 "Síntese e Recomendações": feita a leitura do 1o parágrafo, destacando-se o fato desta Bacia ser classificada como de conservação, com a menor densidade demográfica do Estado. Considerações sobre os processos erosivos relacionados à APRM;
- Pág. 307 Considerações sobre os padrões de qualidade das águas no Rio Juquiá (vida aquática);
- Pág. 308 Novamente referências (parágrafo 4o) sobre a inexistência de coleta de esgotos em Juquitiba e São Lourenço da Serra;
- Pág. 310/314 "Recomendações": a) Potencial de Desenvolvimento Econômico: separados os itens compatíveis com a APRM-AJ/SL, citando-se que a reversão de água para a Região Metropolitana e o potencial turístico devem ser levados em conta; b) Outros aspectos: rede de abastecimento público, destinação do esgoto doméstico, tratamento local do lixo, políticas municipais de recursos hídricos, etc.
- Definições das reuniões temáticas:
O Sr. Coordenador solicitou alguns dos presentes, que também haviam participado da Primeira Oficina de Trabalhos do Plano de Bacia, que colaborassem no encaminhamento para a definição dos Temas, pois a metodologia seria similar àquela adotada para a elaboração do Plano. Foram então propostos cerca de 10 temas principais, dos quais, após discussão, foram priorizados seis, conforme relação abaixo:
Temas Principais: I- Qualidade/ Quantidade da Água;
II- Uso e Ocupação do Solo;
III- Saneamento;
IV- Resíduos Sólidos;
V- Atividades Econômicas Sustentáveis, incluindo o Turismo, e;
VI- Preservação/Conservação e Recuperação Ambiental.
Também foram elencados outros cinco Temas, os quais serão abordados de forma constante, durante a organização das reuniões temáticas, tendo em vista que os mesmos estão relacionados com todos os seis itens elencados como prioritários. Foram definidos como temas para a "Pauta Padrão" das reuniões temáticas, conforme a seguir:
Pauta Padrão:
- Educação Ambiental;
- Legislação Ambiental;
- Municipalização;
- Gestão Participativa, e;
- Agrotóxicos.
A metodologia a ser utilizada será a seguinte:
- Definição da agenda das seis reuniões temáticas;
- Definição da forma de organização, e;
- Lógica da Ordem para realização das reuniões: I a VI.
Para concluir, o Sr. Coordenador propôs apresentar com antecedência aos membros da Câmara Técnica, a proposta de metodologia e o calendário para as reuniões temáticas.
- Informações gerais:
O Sr. Miguel Vero informou que a Prefeitura de São Lourenço da Serra está iniciando com a Universidade Estadual Paulista UNESP, o diagnóstico do Rio São Lourenço no trecho pertencente ao município e, sugeriu que a Prefeitura de Juquitiba ou entidades atuantes nesse Município apresentem um projeto similar ao Comitê, para dar continuidade aos trabalhos. O Sr. Coordenador solicitou ao Sr. Vero que apresentasse o projeto na próxima reunião, para conhecimento da Câmara Técnica, com o intuito de se avaliar a proposta apresentada.
6- Próxima reunião: ficou agendada para o dia 21 de novembro, a confirmar, em São Lourenço da Serra, com a participação de representantes de Ibiúna, Miracatu e do Comitê do Sorocaba, para tratar da ampliação dos limites da APRM e, da aprovação da metodologia e da agenda para as reuniões temáticas.
CTAPRM0800.DOC