ATA DA
PRIMEIRA REUNIÃO ORDINÁRIA DO CBH - PARDO DO ANO 2004
Aos doze dias do mês de março de dois mil e quatro, às
oito horas e trinta minutos, na Associação de Engenharia, Arquitetura e
Agronomia de Ribeirão Preto – SP, presentes os membros do Comitê da Bacia
Hidrográfica do Pardo, CBH-Pardo, observada a representação de cada segmento,
quais sejam: Estado, Município e Sociedade Civil, deu-se início à Primeira
Reunião Ordinária do CBH-Pardo do ano 2004. Abrindo a reunião, o Secretário
Executivo Celso Antonio Perticarrari, convoca os seguintes membros para compor
a mesa de trabalho: Senhor Genésio Abadio de Paula e Silva, Vice Presidente do CBH – Pardo; o Senhor Amauri da Silva Moreira, Coordenador
das Câmaras Técnicas do CBH – Pardo; o Senhor Carlos Eduardo Nascimento
Alencastre, Membro Titular do CNRH; o Sr. Sckandar Mussi, Prefeito Municipal de
Casa Branca. Iniciando formalmente a mais uma reunião, o Senhor Celso Antonio
Perticarrari cumprimenta e agradece a presença de todos. Logo em seguida coloca
em discussão a ata da Terceira Reunião Ordinária do ano de 2003. Após corrigir
na pagina 2 da ata onde se lê no Órgão Secretaria do Meio Ambiente, Sandra
Aparecida Abissi Nogueira, leia–se Sonia Aparecida Abissi Nogueira. Não havendo
mais sugestões de alteração, a mesma é colocada em votação e, havendo
concordância pelo Plenário, a ata é aprovada por unanimidade. Na seqüência
inicia-se os informes da Secretaria Executiva: 1) Refere-se ao recebimento de
oficio da SODERMA, o oficio é a respeito de um projeto que deve ter parceria
dos comitês, esse projeto foi explicado pelo representante da SODERMA, o Sr.
Paulo Finotti, presente na reunião. Segundo ele, o projeto trata de um percurso
náutico no rio Pardo, desenvolvendo atividades que podem ser desde o aspecto cientifico,
como análise das águas e dos peixes, a mata ciliar, até a conscientização nos
diversos municípios que envolvem a Bacia do Rio Pardo. Esses municípios que
estarão divididos como sete em cada percurso, poderão trazer para si as forças
vivas da sociedade e do Poder Público Municipal, para as palestras do grupo que
estiver percorrendo o rio. Dando uma pausa nos informes da Secretaria
Executiva, o Sr. Celso, agradece a presença dos Senhores, Luiz Fernando Riul,
Prefeito de Jardinópolis; o Sr. Ovilson Périco, Prefeito de São Sebastião da
Grama; o Sr. Jair Valente Fernandes, Prefeito de Águas da Prata, o Sr. Sckandar
Mussi, Prefeito de Casa Branca; o Sr. João Batista Santurbano, Prefeito de São
José do Rio Pardo; o Sr. Nestor Ribeiro Neto, Prefeito de Caconde; o Sr. Osmar
Sinelli, Coordenador do Projeto Aqüífero Guarani em Ribeirão Preto; a Sra
Márcia Pressinotti do Instituto Geológico, que também participa do Projeto
Aqüífero Guarani. Voltando aos informes da Secretaria Executiva, o Senhor
Celso: 2) Informa a participação deste Comitê na Campanha da Fraternidade de
2004, cuja o tema é “ Água fonte de vida”, não só este Comitê como também o
DAERP e a Secretaria Municipal da Saúde,
estão apoiando a campanha, trazendo para Ribeirão Preto na Semana da
Água, palestrantes para o Seminário sobre Águas que ocorrerá nos dias 22, 23 e
24/03/2004. 3) Aborda a situação da Prefeitura de Casa Branca que não conseguiu
apresentar seu projeto junto ao FEHIDRO dentro do prazo, por isso solicitou a
este Comitê que fosse proposto nesta reunião a prorrogação do prazo para
apresentação do projeto. O Senhor Celso, lembra que deve ser enfocado nesta
reunião a deliberação dos projetos já entregues, fala sobre a data de
assinatura dos contratos que deve ser até o dia 30/06/2004, devido ser este um
ano eleitoral. O Prefeito Municipal de Casa Branca, Sckandar Mussi, aproveita a
oportunidade para falar sobre o atraso da entrega do projeto de sua Prefeitura,
ele diz que tem ciência de que o projeto não foi entregue dentro da data por omissão
dele e de seus funcionários responsáveis pelo setor incumbido da entrega do
projeto, e que o setor responsável estava sendo devidamente advertido. Dando
continuidade aos informes o Secretário Executivo: 4) Informa aos presentes que
no dia 08/03/2004, participou da 2ª Reunião da Unidade Estadual do Projeto Aqüífero Guarani, em São
Paulo, nessa reunião que teve a participação do DAEE, do IG, da Universidade de São Carlos, do Comitê de Bacia e da
Associação Brasileira de Águas Subterrâneas, foi feita a apresentação do
projeto do Aqüífero Guarani como um todo, apresentação esta, feita pelo
Secretário Geral ;Dr. Luiz Amore, que também fez um apanhado de como está o
desenvolvimento de todos os trabalhos do Aqüífero nos quatro paises. Na
oportunidade o Senhor Celso anuncia que foi marcada para o dia 30/04/2004 uma
reunião com o grupo Coordenador do Aqüífero Guarani, onde o Coordenador
Internacional do grupo dará uma posição muito clara de como está sendo
desenvolvido o trabalho aqui no Brasil. Após agradecer a presença do Senhor
José Alberto Gimenez; Prefeito de Sertãozinho, o Senhor Celso, passa a palavra
ao Senhor Carlos Eduardo Nascimento Alencastre, Representante do CNRH,
informando sobre sua participação na oficina realizada pela CTCOB, Câmara
Técnica de Cobrança do Uso da Água, em Brasília, nos dias 09 e 10/03/2004.
Dando uma rápida explicação sobre a cobrança do uso da água, é feita a
colocação de que em São Paulo essa cobrança ainda não existe, apesar de estar
na Assembléia desde 2000, sempre que entra na pauta para votação é tirada com
urgência e acaba não sendo votada. Já a nível federal essa cobrança foi
iniciada no Brasil em março de 2003, no Vale do Paraíba, através do CEIVAP, que
é um comitê que engloba três estados, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
A cobrança do uso da água no Vale do Paraíba foi feita com a participação da
ANA, foi ela quem cadastrou os usuários, como se fosse um cadastro de imposto
de renda via internet. Houve uma ampla divulgação em todo Vale do Paraíba, e a
partir dos cadastros foram feitas as outorgas. Em março de 2003 iniciou a
cobrança com uma estimativa de 10 milhões de reais em todo CEIVAP, onde a
cobrança incide muito forte no setor de Saneamento, no setor das Industrias,
principalmente no setor da Irrigação. Na esfera federal não existe um fundo no
modelo do FEHIDRO, esse dinheiro arrecadado no CEIVAP, vai para o caixa único
do Tesouro e lá ele é contingenciado para cumprir as metas de déficit, etc. O
Senhor Carlos Eduardo, fala sobre a dominialidade da água, assunto que também
foi discutido na oficina da CTCOB, apesar de estar claro para alguns é um
assunto que gera grande polêmica.O rio que divide dois estados é federal, ou se
ele nasce em um estado e vai para outro estado ele é federal também, o rio que
nasce e deságua no próprio estado é estadual. O que tem acontecido é que o Rio
Atibaia foi considerado rio federal, é este rio que fornece água para o Sistema
Cantareira que a SABESP usa para abastecer a região metropolitana de São Paulo.
A outorga do Sistema Cantareira quem dá é o DAEE, essa outorga vence este ano,
se o Rio Atibaia é federal essa transposição é federal também, e agora quem
dará a outorga a ANA ou o DAEE? Se ela é federal e o federal já cobra a SABESP
vai ter que pagar essa água pra ANA? Esse dinheiro não pode ficar no estado e
são 32m3 por segundo que serão pagos para o Governo Federal, e esse
dinheiro acaba sendo contingenciado. O Sr. Carlos Eduardo agradece a todos,
passa a palavra ao Secretário Executivo Celso, que continuando a reunião fala
sobre o caso do município de Jardinópolis que tinha sido alocada com recursos
do comitê o ano passado num montante de R$ 115.500,00( Cento e quinze mil e
quinhentos reais), no entanto não pode ser contratado, porque não foi assinado
o contrato pela prefeitura municipal, dentro de seu prazo legal que era até o
fim do ano de 2003. No dia 19/02/2004, foi enviado e este comitê ofício da
COFEHIDRO, dizendo que com a não assinatura desse contrato, ficaria a cargo
deste comitê realocar ou não essa verba para o município. E neste intervalo o
atual prefeito de Jardinópolis, enviou carta a este comitê pedindo para que
esse recurso fosse assegurado pelo comitê por já estar aprovado conforme termo
de referencia já apresentado em pleito passado, sendo assim solicitou que fosse
aprovada nesta reunião a autorização dos referentes recursos no corrente ano. O
Secretário Executivo Celso, coloca assim o assunto a plenária do Comitê, sendo
aprovado por unanimidade. Passando a palavra para o Sr. Amauri Moreira,
Coordenador das Câmaras Técnicas do CBH – Pardo, que explica a situação de
Cajuru nas tabelas da Deliberação, Cajuru constava como não priorizado por não
ter entregue toda documentação necessária até a criação das tabelas, mas como
no inicio da reunião foi apresentado a este Comitê o documento pendente, Cajuru
que estava na tabela como não priorizado, passa a ser priorizado, o valor
solicitado para o empreendimento é de R$ 80.666,63 (oitenta mil, seiscentos e
sessenta e seis reais e sessenta e três centavos), o que finaliza com um saldo
positivo de R$ 129.386,46 ( cento e vinte e nove mil, trezentos e oitenta e
seis reais e quarenta e seis centavos).Na verdade salvo as questões que
surgirão, seria essa a apresentação a ser feita a respeito das tabelas, o
resultado do trabalho da Câmara Técnica de Planejamento. Para se chegar a essas
tabelas foram feitas três reuniões, e com isso obteve-se uma característica
diferenciada, ter um saldo positivo não é de praxe do comitê, normalmente é
necessário puxar verba do bloco de trinta para setenta, e desta vez, foi feito
o contrário, fugindo da nossa priorização que é centrar 70% da verba do Comitê
em saneamento básico, esse ano não houveram solicitações suficientes para
manter esse montante, no ano passado foram cerca de 80,88% da verba centrada em
saneamento básico, esse ano a coisa inverteu e tivemos um número bem abaixo
disso. Novamente com a palavra o Senhor Celso, explica sobre o relatório anual
que deve ser desenvolvido pelos comitês, o ano passado o CBH – Pardo não fez o
seu por falta de recursos e sendo assim já está atrasado perto de outros
comitês, como por exemplo o Sapucaí Mirim que está no seu 3º relatório, esse
relatório mede o que evoluiu o serviço do comitê, o CBH – Pardo há seis anos
atrás tinha 4 municípios com 100% de tratamento de esgoto, hoje tem oito
municípios com 100% e dois com 60%, estamos praticamente com 11 projetos
licenciados, isso está evoluindo, é um parâmetro, a partir daí é feito uma
medição, o comitê trabalha numa regra e por
lei temos que fazer dentro do plano. Quando começou o comitê os recursos da
SABESP eram reembolsáveis, depois por resolução do Banco Central, tendo em
vista o endividamento das empresas estatais foi proibido reembolsar, virando
tudo fundo perdido. A SABESP a principio foi encarada como uma dessas empresas
que deveriam reembolsar, depois houve uma deliberação, que ela passaria ser a
fundo perdido tanto quanto uma autarquia municipal, agora novamente uma
determinação diz que não, que judicialmente ela não pode tomar recursos não
reembolsáveis. A SABESP está tentando reverter isso correndo atrás dos órgãos
competentes. Dando seqüência aos trabalhos O Sr. Celso, dá inicio a votação da
Deliberação do CBH – Pardo 001/2004, tendo quorum e sendo esta aprovada por
unanimidade. Em seguida a plenária precisa resolver a sobra de caixa, Sr. Celso
lembra a todos o pouco tempo em função do cronograma curto que se tem para
todos esses pleitos que foram priorizados, tendo ainda que passar pelo agente técnico, e depois ser
encaminhado para o FEHIDRO. Agora nesse prazo curto o comitê tem que fazer
análise para preparação dos contratos. Quanto ao dinheiro da sobra de caixa, é
preciso ser resolvido nesta reunião, e as regras usadas aqui tem que ser as
mesmas usadas em pleitos passados, o prazo de não mais que uma semana para os
municípios que já tem seus projetos prontos, com todos os critérios de
documentação, licenciamento, etc. O Secretário Executivo propõe prazo de uma
semana para quem tiver interesse em encaminhar seus projetos, depois dessa
semana passaria para câmara técnica, só que sem tempo hábil de fazer outra
reunião, sendo assim acha que o comitê precisa dar um voto de confiança a
câmara técnica e fazer uma deliberação “ad referendum” porque se for para fazer
nova reunião daqui um mês, ficará prejudicado quem entrar com projeto, não
havendo mais tempo físico até 30/06/2004. A proposta é deixada a plenária para
quem quiser se manifestar. O Sr João Cabrera Filho representante da Secretaria da Agricultura
reforça a proposta do Secretário Executivo no sentido de abrir um prazo para
todos os interessados para ser justo, com uma justificativa adicional, toda vez
que se vai distribuir recursos leva-se muito em conta o recurso que foi
aprovado no ano anterior, se o comitê reduzir ou transferir para o próximo ano,
há uma tendência de em termos percentuais diminuir a nossa contrapartida. Então
é um fator adicional para que o comitê possa usar o dinheiro neste ano que foi
atropelado pelo ano eleitoral, sem estar reduzindo o montante junto ao FEHIDRO.
O Secretário Executivo fala para todos os municípios que foram priorizados, que
houve uma mudança de postura do FEHIDRO agora eles estão pedindo 3 cópias de
cada projeto, 1 para o comitê, e 2 para eles, e como todos deram entrada com 2
cópias, sendo assim todos os projetos que forem homologados aqui, deverão
entregar mais uma via do projeto para ser mandada para São Paulo. Quanto mais
rápido for feita uma homologação na verba que sobrou mais chance nos temos de
fazer o contrato até junho, se não ficará só para o mês de outubro. O Sr. José
Carlos Coelho, ex – prefeito de Cajuru acha que ficaria muito ruim para o
comitê deixar sobrar dinheiro no caixa, que não houve competência para usar o
recurso disponível quando todos vivem reclamando que esses recursos são poucos,
então deve-se abrir a oportunidade para aqueles que devem ou desejem apresentar
seus projetos, mas lembrando que isso tem que ocorrer em um prazo curto pelos
prazos mínimos que o comitê tem para encaminhar esses projetos, como esta
oportunidade está aberta para todos que tiverem seus projetos prontos, essa
seria uma forma democrática. O Senhor Celso, propõe prazo para a apresentação
dos projetos até dia 22/03/2004, e assim sendo é necessária que se faça uma
deliberação homologando o que a câmara técnica definir, ou convocar uma reunião
extraordinária com 10 dias de antecedência. Após as colocações, o Secretário
Executivo coloca em votação as duas propostas: 1ª) Para não ter reunião
plenária, ter homologação via presidência homologando o trabalho da câmara
técnica. 2ª) Para que tenha uma nova reunião plenária e que homologue na
reunião os trabalhos da câmara técnica. Por unanimidade vence a 1ª proposta, o
presidente faz uma deliberação, o comitê prioriza pela câmara técnica, o 1º
projeto, o 2º e 3º, dentro da verba que se classificar, e a partir de 15/03/04,
quem já tiver projeto pronto entrega na Secretaria Executiva do comitê até
22/03/04, lá tem toda a documentação necessária, logo em seguida o comitê
encaminhará esses projetos à câmara técnica, que vai homologar e encaminhar
para o FEHIDRO. Dando continuidade aos trabalhos o Secretário Executivo Celso,
apresenta o projeto de Educação Ambiental sobre o Aqüífero Guarani, da
Organização da Sociedade Civil de Interesse Público Tamburi e chama o Senhor
Pedro Damasceno Vice Presidente da
Organização, para expor o projeto aos presentes. O Senhor Pedro
Damasceno começa explicando sobre a criação da Organização fundada no dia
12/02/03, conglomerando inúmeros profissionais das mais variadas áreas e que
juntos pretendem desenvolver uma serie de trabalhos, enaltecendo a
responsabilidade social, o desenvolvimento sustentável e enfim as atuações
pertinentes a composição de uma sociedade melhor. Propõe a parceria da Tamburi
com a SODERMA, na proposta do Prof º Paulo Finotti, no projeto dignidade ao Rio
Pardo, existe um projeto que foi proposto a essa câmara no ano passado, em uma
fase em que a Tamburi estava se constituindo, chamado Viva o Pardo Vivo. O Sr.
Pedro Damasceno, fala sobre o convite que recebeu da Yamaha para se tornar patrocinado
por ela durante um projeto que realizou para a CESP no lago Porto Primavera há
cinco anos, no projeto de obrigação social do Beirinha onde a Yamaha se fez
presente, e a partir de lá se tornou patrocinado por ela como “test-drive”,
coloca a disposição da SODERMA, toda logística da Yamaha. Os temas vem de
encontro com as propostas da Tamburi e o 1º que foi colocado foi o
esclarecimento das populações e municípios pertencentes ao CBH – Pardo, o
desenvolvimento de educação ambiental, incentivar esportes náuticos, efetuar em
tempo real a análise das águas, fazer avaliação completa do diferencial da mata
ciliar. Esse é um trabalho sério que deve ser feito por essa câmara. A
preocupação real de estar presente no rio para saber o que acontece com esse
rio, se o comitê tem o nome de Bacia Hidrográfica do Rio Pardo, nada como estar
presente nela 24 horas, para saber os acontecimentos biológicos que ocorrem
dentro desse rio, as modificações que ocorrem na biodiversidade, tem que haver
uma pesquisa mais aprofundada. A Tamburi se manifestou interessada na
recomposição dos cardumes do Rio Pardo, não aproveitamos 10% do que os nossos
grandes e fantásticos rios do Brasil podem oferecer em termos de arrecadação de
recursos e distribuição de renda mais igualitária, outro país, como Chile ou a
própria Argentina tem seus comitês organizados para enaltecer a pesca esportiva
que é difundida no mundo todo, arrecadando fortunas em dólares, fomentando a
ida à esses paises de inúmeros pescadores esportivos do mundo todo, inclusive a
implementação de tanques redes, para criação
do salmão em cerrado e outros projetos que fazem com que a produção do
pescado seja uma industria que forneça não só o alimento mas recursos e a
distribuição dessa renda, acredita-se que se nos preocuparmos em estarmos dando
condições para que os peixes proliferem de uma forma maior em nossos rios com
certeza a distribuição de renda será mais igualitária e podendo assim também
usufruir da qualidade, porque peixe vivo em rio significa que há vida no rio, o
peixe é o termômetro para saber se a biologia está equilibrada dentro daquele
rio. Se houvesse condições de estarmos reapresentando o projeto Viva o Pardo
Vivo, para recompor os cardumes, ainda se faz importante que aconteça isso em
função do derrame da Usina da Pedra que tornou a situação mais critica ainda,
deveríamos fazer alguma coisa em função do fomento da distribuição de renda que
o Pardo pode dar, não só para Beirinha mas também a cidade que compõe as suas
barrancas fazendo com que o incentivo ao esporte náutico volte a estar presente
dentro de um rio tão famoso e importante como é o Pardo. Voltando ao tema o Sr.
Pedro Damasceno, diz que poderia dar alguns números que estariam sendo
investidos em pesquisas, não que não seja necessário ela é fundamental, é
importante mas a parte educacional é o que acontece de reflexo, são as atitudes
do dia a dia na coletividade que faz com que o modelo agropecuário polua o
sistema aqüífero, o modelo de comportamento de prefeituras em estar depositando
lixos em locais errados e uma série de outras atitudes, desde a falta de
economia no manejo da água até informações primárias e básicas de
comportamento. Há dados técnicos do DAERP, de que houve um rebaixamento técnico
na nossa região de 30 metros, do nível de água do aqüífero, portanto é um dado
alarmante estando a nossa região em uma área de recarga onde a água está mais
aflorada, isso é algo muito sério que deve ser considerado, não se pode deixar
passar a limpo, as pessoas nos dias de hoje não se preocupam devidamente em
como preservar água superficial para que haja captação e utilização racional,
água subterrânea que ninguém vê , como a população toda vai estar entendendo de
como captar água do aqüífero, preservar água desse aqüífero, é necessário que
haja um trabalho de educação massificado de uma vez por todas. E é essa a
intenção da Tamburi em parceria com o projeto piloto de educação ambiental,
refletir em um todo educacional do Aqüífero Guarani, porque ele se estende ele
é transfronteiriço, e tudo que for implantado aqui nesse projeto estará sendo
visto a olhos de 4 países, não somente nessa região ou no Brasil. Se pudermos
implantar um projeto educacional que reflita a mudança de comportamento, isso
será exemplo e com certeza Ribeirão Preto e a região será enaltecida ainda mais
no cenário nacional e internacional. A preocupação é mundial em respeito a
preservação da água, a utilização da água. Existe uma verba dentro do projeto
Petrobrás Ambiental desse ano, cujo tema é água, é uma verba de 3 milhões de
reais, dividida em duas etapas 1 milhão e meio para o primeiro ano e 1 milhão e
meio para o segundo. A Tamburi não utilizou toda essa verba, porque não foi
necessária, a totalidade foi um subtotal de R$ 1.258.320,00 (um milhão duzentos
e cinqüenta e oito mil e trezentos e vinte reais), com contrapartida de R$
204.160,00 (duzentos e quatro mil e cento e sessenta reais), um total de R$
1.054.160,00 (um milhão cinqüenta e quatro mil e cento e sessenta reais). Com
parceria da Secretaria da Educação, esse projeto estaria capacitando180
professores da rede escolar como sendo formadores de opinião, divulgadores para
suas escolas, todas as escolas seriam convidadas a participar do projeto. Com a
palavra o Secretário Executivo Celso, fala que o comitê é parceiro de tudo que
venha somar em beneficio da água. Sobre o caso do derramamento da Usina da
Pedra, o comitê não recebeu resposta de nenhuma carta que foi encaminhada ao
CREA, a Promotoria, CETESB, IBAMA, o comitê não tem nenhuma posição oficial
porque não recebeu retorno de nada. Com a palavra o Senhor Paulo Finotti se diz
preocupado com à postura de algumas instituições em relação ao comportamento
que tiveram perante ao comitê, diz que é necessário reiterar veemente junto aos
órgãos de fiscalização, ministério público e ao IBAMA, para que dêem uma
resposta a respeito disso. Colocando uma posição particular com relação a
Prefeitura de Serrana, porque desde de o acidente se vem procurando a mesma
para que juntamente com a Usina da Pedra e quem sabe outras empresas próximas
ao Rio Pardo e a outros rios daquela cidade, possa ser analisado inclusive a
viabilidade da utilização da multa junto ao Rio Pardo, é muito importante que
isso seja feito de forma urgente porque se não, se houver o pagamento da multa
provavelmente isso vai cair na mão do governo federal e o nosso rio vai ficar
do mesmo jeito. Apesar de iniciar os contatos não houve manifestação de nenhum
dos órgãos até hoje. Passada a palavra ao Senhor José Milton Ferreira Paiva,
que sai em defesa do projeto de educação, segundo ele a defesa de um projeto
que envolve cerca de um milhão de pessoas é muito pequena, e somente com a
educação é possível fazer com que não ocorra incidentes dentro do plano
ambiental como o caso da Usina da Pedra. Dando seqüência a reunião o Vice Presidente
do Comitê; Senhor Genésio Abadio, cumprimenta a todos principalmente o pessoal
da Tamburi, e diz que com certeza o comitê é parceiro do projeto assim como a
AEAARP e o Sindicato Rural. Fala que estranha a não resposta dos órgãos
questionados a respeito do desastre de Serrana, diz que recebeu um relatório da
CETESB a respeito do caso, e estranhou o fato de o mesmo não ter sido enviado
aos outros também. No dia 05/03/2004 houve 1ª Reunião Extraordinária do
CBH-Pardo, para se discutir o caso da represa de Caconde, foi um resultado
positivo, houve uma proposta aprovada que é a criação de um grupo técnico e
esse grupo técnico está aberto para a participação de elementos que queiram e
que possam dar sua contribuição, para isso é necessário encaminhar a indicação
para o grupo. Todos os agentes envolvidos no assunto discutiram expondo seu
ponto de vista, a presidência e a secretaria do comitê e todos os membros
julgaram que foi uma valorização da ação do comitê, e todos ficaram sabendo um
pouco da força que esse comitê tem e pode vir a ter em diversas ocasiões. Houve
a necessidade de fazer um esclarecimento à concessionária quando questionaram a
moção do comitê, foi esclarecido que este é um fórum tripartite com a
participação do estado, município e sociedade civil, e que aqui o intuito é
resolvido em plenária que o órgão máximo decisório é a plenária, e assim tem
sido desde o inicio deste comitê. O coordenador das Câmaras Técnicas Amauri
Moreira aproveita o ensejo e fala sobre Reunião da Câmara Técnica Integração de
Procedimentos, Ações de Outorgas e Ações Reguladoras no dia 26/03/04 que
enfocará o caso da represa de Caconde e pede para que o prefeito da cidade
envie dados da represa para que possam ser analisados antes da reunião. O
Secretário Executivo Celso, fala que o comitê sempre se embasou nas
deliberações plenárias da câmara técnica, na reunião que foi convocada semana
passada ficou de recebermos a proposta que foi discutida em Brasília pela ANA,
ANEEL, AES e o ONS, claro que o comitê não tinha embasamento técnico para
diagramar um sistema técnico porque é uma decisão plenária, não dá para atender
um usuário ou outro, por isso é fundamental termos elementos, por exemplo, nós
sabemos que o pessoal do município de Caconde mais o pessoal das ONG’s e
departamentos que cuidam da parte operacional da represa, do sistema de dados
históricos da barragem, isso é fundamental para que a câmara técnica tenha
números suficientes para poder analisar esse caso, poder analisar a proposta
que a ANA fez juntamente com o ONS, ANEEL, se o comitê não tiver condições de
analisar nós vamos buscar uma consultoria, para que a câmara técnica tenha um
posicionamento firme em relação ao que ela vai propor para plenária. É preciso
ver se a proposta que a ANA fez junto com o ONS vai atender o uso múltiplo da água sem que se faça
aí um prejuízo maior para todos nós, tanto na parte de abastecimento público,
na parte de irrigação, na parte de lazer e também no volume de contenção de
enchentes, a reunião passada foi uma reunião em que ouvimos propostas mas que
não teve condições da plenária definir uma posição do comitê sem que tivesse um
critério técnico, poderíamos estar errando ou acertando, mas como o comitê
sempre se baseou em plenária, em posicionamento técnico, estávamos ouvindo pela
1ª vez o lado do ONS, da ANA, da ANEEL, já tínhamos ouvido a parte dos
municípios, das ONG’s, do pessoal de Minas, não dava para tirar de uma reunião
plenária uma decisão que poderia estar errando de um lado ou de outro, mas
parece que vamos ter um trabalho rápido para gente chegar na estiagem sem
problemas. O Prefeito de Caconde, Sr. Nestor usando da palavra que lhe foi
concedida, agradece o comitê quando na aprovação daquela moção que veio
realmente para alavancar todo esse trabalho, e dar um novo animo naquele trabalho
que já havia sido arrastado. Mas da mesma forma que o comitê ajudou a
alavancar, ele também ajudou a matar esse trabalho, no sentido de quando o
Senhor Carlos Eduardo, esteve na reunião em Brasília, o prefeito acredita que
por um equivoco, concordou com a proposta da ANA e se não houvesse uma ação
rápida, todo trabalho já feito teria ido por água abaixo, e agora esse grupo
técnico com prazo de 12 meses, para Caconde não é interessante, o comitê de
Minas teve uma postura muito ágil, vai partir para o conselho estadual e o
conselho federal, vai partir judicialmente e Caconde vai ter que ir junto com
ele. Nem a ANA, nem o ONS tem justificativa para falar porque a cota é 843 e
não 846, estamos enfrentando o risco de ficarmos na mão de uma grande empresa
americana a AES que não cumpriu seu contrato nem com o BNDS, muito menos fará a
pequena cidade de Caconde. O Prefeito acha muito difícil se arrastar a isso por
12 meses, nós temos que ter uma conclusão em 2 meses, fora disso já estaremos
entrando em um período de estiagem e se começa uma operação totalmente
diferente. Em 1999 o Rio Pardo parecia um córrego, isso porque naquela época a
represa de Caconde estava em um dos níveis mais baixos que tinha e com isso não
tinha água para ser solta, quando a represa chega em um determinado nível as
turbinas não conseguem gerar causando problemas nelas. Tanto a AES quanto o ONS
ainda não deram nenhuma justificativa plausível para contradizer ou pelo menos
para justificar seu posicionamento. Admira-se a ANA que tem por obrigação ver a
questão da água, estar exclusivamente preocupada com a geração de energia
esquecendo todas as outras necessidades, o que nós queremos é que ao invés de
segurar a vazão em 32m3 em 1º de novembro, segure em 1º de outubro
até atingir a cota 846. Foi solicitado junto o ONS os indicadores diários de
1995 até a presente data.. O engenheiro Carlos Eduardo, com a palavra fala
sobre a reunião em Brasília que foi citada pelo prefeito de Caconde, essa
reunião com a ANA, ANEEL, a AES, e o ONS que é o Operador Nacional de Sistema,
é também quem dita as regras operativas das barragens, por essa ocasião sua
presença enquanto representante do comitê e do conselho nacional de recursos
hídricos era tão somente levar uma posição de uma outra reunião ocorrida dois
dias antes em Caconde, e ficou acertado nessa reunião que seria criado um grupo
técnico, composto pelo comitê do Pardo e pelo comitê Mogi – Pardo do lado
mineiro, já que há um interesse tanto do lado mineiro quanto do lado paulista
na questão da operação dessa barragem, e esse grupo estaria acompanhando a
maneira como esta usina seria operada, para que se houvesse algum problema
durante a operação, algum desrespeito das regras, esse grupo nos alertaria e
estaríamos entrando em contato com ANEEL e o ONS. Em Brasília foi nos
apresentado com dados, com números, com gráficos, que durante a gestão da CESP
que é anterior a essa ou seja até 1999, a CESP gerava muito mais energia do que
no período da AES, até aquele momento nós entendíamos que o problema da AES,
era ganância, ela esvaziava a represa para gerar mais energia e
conseqüentemente faturar mais. Mas foi nos mostrado e provado que a vazão da
represa de Caconde tem diminuído de forma significante, portanto a AES estava
gerando menos energia, que nos períodos anteriores a CESP. Houve uma polêmica
em relação a proposta que a ANA estava fazendo junto com o ONS, o pessoal do
comitê mineiro entende que a cota que deve ser colocada é 846, e porque 846 e
não 855?, acima de 846 afoga a turbina de uma usina de Poços de Caldas,
inaugurada em 16/01/2004, então o comitê mineiro não tem mais interesse de que
essa represa se recupere acima de 846, se não isso afoga a turbina da usina e
eles não podem mais produzir energia. O Sr. Celso dando continuidade diz que o
comitê se esforçará ao máximo para fazer o mais rápido possível uma análise
inclusive se houver necessidade gostaria da ajuda do pessoal dos outros
municípios. Concede a palavra ao prefeito de Casa Branca, Sckandar Mussi, que
agradece a atenção dada aos prefeitos do interior, principalmente nos seus
problemas. Fala também sobre o fato de existir na assembléia legislativa do
estado um projeto de lei de cobrança da água, esse projeto tem a finalidade de
que seu resultado financeiro seja revertido praticamente 90% para as
prefeituras, acontece que existem alguns deputados que se dizem municipalistas
na hora de pedir voto. Seria necessário que os prefeitos procurassem saber quem
são esses deputados, porque está na hora de cobrar e exigir deles. Esse projeto
possivelmente não será aprovado porque existe nessa assembléia em São Paulo,
alguns deputados criando problemas. O prefeito diz que está procurando saber
quem são esses deputados, e mesmo sendo do mesmo partido terão sua repulsa e
seu repudio pessoal e político porque todo movimento que vem beneficiar o
município é difícil, não sai. Agora não vemos esses deputados reclamar que o
fundo de participação está diminuindo, não vejo reclamar que o governo não
repassa verbas que nós temos direito, não vejo reclamar de contratos assinados
principalmente com o governo federal não é cumprido, enfim até quando o
município será o bode expiatório desse país, já está na hora de se tomar uma
providência, identificar esses deputados que estão criando problemas para a
aprovação desse projeto.Com o uso da palavra o Vice Presidente do Comitê;
Senhor Genésio Abadio,agradece a todos e deu por encerrada a Primeira Reunião
Ordinária do CBH-Pardo do ano de 2004, não havendo mais nenhuma sugestão ou
colocação por parte da plenária, cuja ata foi por mim, Celso Antonio
Perticarrari, lavrada. Ribeirão Preto, 12 de março de dois mil e quatro.