ATA DA 49a ASSEMBLÉIA PÚBLICA ORDINÁRIA DO COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIBEIRA DE IGUAPE E LITORAL SUL - CBH-RB, de 09/12/2005.

 

No dia nove de dezembro de dois mil e cinco, na sala de eventos da sede da Associação dos Rotarianos de Registro, localizada na Rua José Antonio de Campos, 450 – Centro – Registro, realizou-se a 49a Assembléia Pública Ordinária do CBH-RB, com a seguinte Ordem do Dia: 1) Abertura; 2) Informes Gerais da Secretaria Executiva; 3) Leitura e aprovação da ata da 48ª Assembléia Ordinária, de 14/10; 4) “Plano Diretor de Macro-drenagem da Ilha Comprida: exposição de técnicos da Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica – FCTH”; 5) “Sistema de informações para o gerenciamento de cheias do Rio Ribeira de Iguape: exposição de técnicos da Fundação Centro Tecnológica de Hidráulica – FCTH”; 6) “Critérios de análise, pontuação e hierarquização de projetos do processo de habilitação ao financiamento com recursos do Fundo Estadual de Recursos – FEHIDRO, para o exercício/2006”: discussão e deliberação da proposta da Câmara Técnica de Planejamento e Gerenciamento; 7) Informes Gerais; e 8) Encerramento. A Mesa de trabalhos foi composta pelos Senhores Antonio Márcio Ragni de Castro Leite, Arlei Benedito Macedo e Ney Akemaru Ikeda, respectivamente Presidente, Vice-Presidente e Secretário Executivo do CBH-RB, e pelo Sr. Edison Luiz de Almeida representando o Sr. Clóvis Vieira Mendes, Prefeito de Registro. Dando início aos trabalhos, item 1 da pauta (Abertura), o Sr. Presidente anunciou a presença dos vereadores Srs. Marquinhos e Murifran, da Câmara Municipal de Ilha Comprida, Srs. Bendito Castro e Maria Oliveira Paiva, da Câmara de Registro, Sr. José Luiz Freitas, representando o Secretário Arnaldo Madeira, da Casa Civil, e os prefeitos João Batista de Andrade, de Jacupiranga, e Marino de Lima, de Cajatí. Em seguida, o Sr. Edison Almeida justificou a ausência do Prefeito Clóvis, comunicando que o mesmo se encontrava em evento do Consórcio de Desenvolvimento Intermunicipal do V. Ribeira – CODIVAR e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo, Regional V. Ribeira – CIESP, e cumprimentou a todos e desejou produtiva reunião. Retomando a palavra, o Sr. Presidente leu a Ordem do Dia e anunciou o item 2 da Pauta (“Informes Gerais da Secretaria Executiva”), sobre o qual o Sr. Secretário Executivo, doravante denominado simplesmente Secretário, comunicou os expedientes protocolados na Secretaria Executiva desde a última Assembléia (14/10) até a presente data, deixando os materiais disponíveis aos interessados para consulta, e enumerou os documentos objeto desta assembléia remetidos aos membros antecipadamente. Na oportunidade, o Sr. Presidente informou que recebeu o documento intitulado “Carta de solicitação de observância dos princípios constitucionais (Lei 8666, de 21/06/1993) por parte de todos os projetos, obras e serviços de interesse do CBH-RB”, mas sob a justificativa de que a entrega ocorreu informalmente e sem assinatura, solicitou ao(s) responsável(eis) o seu encaminhamento formal de forma a permitir a manifestação e/ou providências do CBH-RB, se assim for concluído após análise da matéria. Dando prosseguimento, o Sr. Presidente anunciou o item 3 da pauta (“Leitura e aprovação da ata da 48ª assembléia ordinária, 14/10”) e submeteu às considerações do plenário. O Sr. Wagner Gomes Portilho, da Fundação Florestal, solicitou correção no terço final da primeira página, onde se lia “...operado pelo Instituto Florestal...”, que passou a ser “...operado pela Fundação Florestal – Parque Estadual Intervales...”. Feita a correção, a ata mereceu aprovação por unanimidade e com dispensa de leitura. Na seqüência, o Sr. Presidente anunciou o item 4 (“Plano Diretor de Macro-drenagem da Ilha Comprida”), e, antecipando a exposição da Engª Liliane Lopes Costa Alves Pinto, da Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica – FCTH, manifestou, na condição de prefeito de Ilha Comprida, esclarecendo que todos os estudos realizados em seu município partem da regulamentação da Área de Proteção Ambiental – APA da Ilha Comprida proposta pela Prefeitura porque a regulamentação anterior, de antes da emancipação (1989), quando o território pertencia a Cananéia e a Iguape, tinha uma série de problema para ser implantada, ressaltando, no entanto, que as diretrizes da regulamentação anterior, como a que prevê a ocupação de 30% e conservação de 70%, seguem inalteradas, ocorrendo, sim, algumas adaptações, como a de áreas classificadas como mangues e que não eram consideradas anteriormente, assim como a redução na abrangência de áreas a desapropriar pelo Estado, enfim. Explicou, assim, que para o desenvolvimento do plano de macro-drenagem, com horizonte de ocupação de mais de 20 anos, foram observadas as diretrizes da nova regulamentação. E concluiu dizendo que o projeto será apresentado nesta assembléia por se tratar de objeto financiado com recursos do FEHIDRO do exercício/2003. Em seguida convidou para explanação a Engª Liliane, a qual disse se tratar de projeto que contou com a participação de equipe multidisciplinar e que a exposição é um resumo de um extenso trabalho, sobre o qual falou da importância do estudo de macrodrenagem, do horizonte de 25 anos adotado no projeto, da metodologia de trabalho, e detalhou os tópicos do projeto relativos a: a) levantamento de dados e informações (estudos anteriores; uso e ocupação do solo; dados cartográficos, topográficos, hidrológicos, etc.); b) estudos básicos e análises (de uso e ocupação do solo; de projeção populacional, zoneamento de áreas homogêneas; de verificação de áreas impermeáveis e permeáveis permitida por foto-interpretação com auxílio de software desenvolvido pela FCTH; relação de ocupação x impermeabilização do solo; estudos hidrológicos e de marés; modelação hidrológica; e mapa chave de vazões); c) diagnostico da situação atual e proposição de soluções (análise e classificação de cada sub-bacia; proposição de alternativas; identificação de estruturas que necessitam melhorias); d) diretrizes e plano de ação (alternativas e mapas de intervenções; documentos legais, que trata de proposta de projeto de lei, formatada com base na priorização de obras, plano de ação e cronograma de implantação). Ao final apresentou a estimativa requerida de recursos de investimento de R$ 123 milhões, para atender cerca de 137km de intervenções e 86 mil domicílios no período de abrangência de 25 anos, com recomendação de ajustes a cada 10 anos. O Prefeito Marcio Ragni disse que a prefeitura não dispõe de recursos financeiros para atender à demanda estimada, mas a disposição de obedecer às recomendações indicadas no plano. Dando prosseguimento, o Sr. Presidente anunciou o item 5 da pauta (“Sistema de informações para o gerenciamento de cheias do Rio Ribeira de Iguape”) e convidou o Engº Ricardo Abreu Peixoto da Silva, também da FCTH, que fez breve introdução de esclarecimento sobre o fenômeno e o controle de cheias, e quanto aos objetivos, a duração e as etapas do projeto, e, em seguida, detalhou os tópicos dos estudos que abordaram: a) recuperação de dados físicos e hidrológicos, que tratou da reorganização da rede hidrológica no Vale do Ribeira; b) modelo de transformação da chuva em vazões (ciclo hidrológico; parâmetros de calibração do modelo; caracterização física, de uso e ocupação, climáticas e divisão em sub-bacias; quadro de postos fluviométricos e pluviométricos; resultados da avaliação dos parâmetros estatísticos e de tendência de cheias com 2 dias de antecedência; c) modelo hidrodinâmico (propagação das ondas de cheias; princípios físicos, trecho de abrangência do modelo na Bacia; níveis de alerta da Rede de Telemetria operada pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica – DAEE); d) sistema de informações (modelo hidrodinâmico; portal www.ribeira.fcth.br). Sobre o portal, falou dos recursos operacionais, do mecanismo e dos mapas georreferenciados. Quanto aos resultados, obtidos da operação do sistema a partir de setembro/2005 até o momento, fez os seguintes comentários: a) as diferenças entre as medidas, resultantes das previsões e as reais, devem ser minoradas ainda, embora já se apresentem satisfatórias em termos de tendências de ocorrência; b) problemas ocasionados pela falta de dados; c) expectativa de melhora substancial com a implantação do mecanismo de auto-calibração e obtenção e atualização de dados hidrométricos; d) maiores recursos de informação com a implementação de mapas com previsão de áreas de inundação. E finalizou a participação disponibilizando aos interessados o endereço ribeira@fcth.br, para envio de mensagens e/ou de contribuição com informações e dados que forem julgados importantes para o aprimoramento do sistema de informações. Na seqüência, já no item 6 da pauta (“Critérios relativos a financiamento do FEHIDRO/2006”), o Sr. Vice-Presidente explicou que houve, no início dos trabalhos de definição dos critérios para 2006, a expectativa otimista dos integrantes da Câmara Técnica de Planejamento e Gerenciamento – CT-PG de promover adequação dos critérios adotados em 2005 por meio de inclusão de outros parâmetros de avaliação que da melhor forma considerasse a real situação caracterizada pelos indicadores de qualidade e quantidade dos recursos hídricos, abrangendo, entre outras, as áreas de saneamento básico e dos resíduos sólidos, mas que não houve essa possibilidade em face ainda da falta de maiores dados e informações e de prazo para proceder ao levantamento, avaliação e consolidação de um quadro consistente de indicadores. E prosseguiu dizendo que em termos de quantidade a situação na Bacia é satisfatória, mas houve piora nos índices da qualidade, o que exige ações nas fontes de poluição (esgoto, lixo, fonte industrial), e apresentou o quadro de prioridades, observando que precisaria ser mais bem avaliados e debatidos. Fez comentários sobre os principais problemas enumerados nas reuniões da CT-PG, ressaltou a importância da integração entre os planos diretores de macro-drenagem e os planos diretores municipais, assim como com relação à capacitação dos proponentes tomadores de financiamento. Sobre os critérios propriamente ditos, disse que a CT-PG avaliou duas alternativas: a) atribuição de percentagem por tipo de projeto; b) reserva de recursos para projetos de gerenciamento e pontuação para os demais. E disse que a opção foi pela segunda alternativa porque a primeira requer trabalhos de definições preliminares, que não prosperaram pelos já citados motivos. Assim, a segunda opção foi apresentada na forma da minuta de deliberação pelo Sr. Secretário, que explicou que a redação resultou da adequação do texto da Deliberação CBH-RB/87/05, que definiu os critérios para o exercício de 2005, merecendo destaques os seguintes tópicos de adequação: a) reserva de parte dos recursos para financiamento de empreendimentos considerados prioritários para assegurar a continuidade da gestão dos recursos hídricos, tais como o “Relatório e Sistema de Informação dos Recursos Hídricos” e atividades de “monitoramentos”; b) para os demais empreendimentos, foi considerada a conveniência de introduzir detalhamento nos níveis de pontuação, a fim de permitir maior diferenciação entre as propostas, de forma a evitar que a hierarquização fique muito dependente de critérios de desempate ao final do processo. Para tanto, foram, entre outras recomendações, introduzidos o destaque na pontuação para propostas de capacitação, no quadro intitulado “Objetivos do Empreendimento”, e a limitação do valor por projeto a 15% do total disponibilizado para o CBH-RB. Feitos os esclarecimentos, o texto na forma da Deliberação CBH-RB/91/05 foi submetido às considerações do plenário, que o aprovou por unanimidade. Na seqüência, o Sr. Secretário apresentou a minuta da Deliberação CBH-RB/92/05, explicando que se trata de regulamento e da ficha de credenciamento de entidades da sociedade civil organizada, tendo em vista o processo eletivo para composição do quadro de membros desse segmento para o biênio 2006-2007. Feito os esclarecimentos devidos, o documento foi submetido às considerações do plenário, que o aprovou por unanimidade. Com relação às datas e prazos, que deverão constar nas citadas deliberações, foi apresentado um quadro preliminar de agenda, mas, diante da possibilidade de alterações, foi esclarecido que os mesmos serão objeto de divulgação e comunicação oportuna, juntamente com a agenda geral das próximas atividades do Comitê. E, complementando, o Sr. Secretário alertou que nova versão do Manual de Procedimentos Operacionais do FEHIDRO – MPO poderá ser editada no decorrer do processo de financiamento. Passando para o item 7 da pauta (“Informes Gerais”), o Sr. Secretário falou sobre o evento “FEHIDRO 10 anos de contratações – Novas soluções para o desafio da excelência”, ocorrido nos dias 06 e 07/12/05, no Parlamento Latino-Americano, em São Paulo, com palestras e oficinas em sua programação, das quais deve resultar documento, a ser elaborado pela organização do evento, com propostas de aprimoramento do sistema como um todo. O Sr. Vice-Presidente informou que durante o evento teve a oportunidade de propor adequação no MPO de modo a permitir tratamento mais adequado a iniciativas relacionadas a pesquisas, assim como a adoção de instâncias de recursos com relação a pareceres técnicos, a exemplo de procedimentos adotados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP que possui 6 instâncias. E concluiu dizendo que foi encarregado pela coordenação dos debates do evento a redigir a proposta e enviar para o Conselho de Orientação do Fundo – COFEHIDRO e ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos – CRH. Já na fase de “Encerramento”, o Sr. Presidente passou a palavra ao Sr. Edison Almeida, que agradeceu a todos pela participação em nome do Prefeito Clóvis Mendes. Em seguida, nada mais havendo a tratar, o Sr. Presidente desejou a todos feliz natal e próspero ano novo, comunicou que a próxima assembléia ocorrerá somente em abril, em data ainda sujeita a confirmação, e deu por encerrado o evento que contou com a presença de 32 membros e 27 convidados, totalizando 59 pessoas participantes.