Índice

PARTE II - PLANO INTER-REGIONAL

II.2. Balanço Demanda - Disponibilidade

Na Tabela 28 encontram-se resumidas as demandas hídricas estimadas segundo os diversos usos referentes aos Cenários Alto e Recomendado, para os anos de 1990, 2000 e 2010. A Figura 35 apresenta, também, a situação das bacias do leste segundo sua classificação em industrializadas e em industrialização com relação ao restante do Estado apenas para o Cenário Recomendado.

As disponibilidades hídricas globais correspondem à denominada vazão de referência (Qref), que representa a vazão assegurada em cada bacia contando inclusive com o efeito regularizador de reservatórios existentes e projetados.

A vazão de referência engloba águas de diferentes níveis de qualidade que foram classificadas em quatro categorias (Figura 37).

ÁGUAS NOBRES - São águas ótimas que constituem a produção hídrica das cabeceiras das bacias e devem ser preservadas para o abastecimento urbano.

ÁGUAS BOAS - São águas utilizáveis para abastecimento urbano e irrigação.

ÁGUAS ACEITÁVEIS - São águas utilizáveis para abastecimento urbano mediante tratamento convencional, devendo ser preservadas em algumas sub-bacias e recuperadas em outras.

ÁGUAS POLUÍDAS - São águas eventualmente utilizáveis em sub-bacias restritas para abastecimento urbano mediante tratamento não convencional e rigorosa preservação.

O resumo geral das disponibilidades hídricas, tendo em conta as categorias consideradas, é apresentado na Tabela 29.

Tabela 28. Resumo das demandas de água por tipo de uso nas bacias do leste do Estado de São Paulo (m3/s)


Unidade Hidrográfica


Cenário

1990

2000

2010

Urbana

Irrigação

Industrial

Total

Urbana

Irrigação

Industrial

Total

Urbana

Irrigação

Industrial

Total

Industrializadas

Piracicaba

 

 

Espontâneo

7,3

9,8

14,9

32,0

11,1

20,8

20,7

52,6

14,9

31,2

27,4

73,4

Alto Tietê

43,5

4,6

10,0

58,1

79,8

9,7

13,4

102,9

102,0

14,6

17,1

133,6

Baixada Santista

5,8

1,0

13,2

20,0

12,4

2,1

17,7

32,1

16,9

3,1

22,7

42,7

Tietê/Sorocaba

4,1

13,4

10,4

27,9

6,8

28,5

16,6

51,8

9,1

42,7

21,7

73,5

Paraíba do Sul

4,0

8,2

8,5

20,7

7,8

17,4

11,4

36,6

10,3

26,0

14,8

51,1

Em industrialização

Tietê/Jacaré

 

 

Espontâneo

4,2

3,3

8,9

16,3

6,2

6,9

9,7

22,8

8,3

10,4

12,8

31,6

Sapucaí/Grande

1,2

8,8

0,1

10,2

1,9

18,7

0,1

20,8

2,4

28,1

0,2

30,7

Alto Pardo/Mogi

2,6

20,9

5,7

29,2

4,0

44,4

7,3

55,7

5,1

66,6

8,9

80,6

Baixo Pardo/Mogi

2,7

5,9

25,0

33,6

4,0

12,5

32,6

49,0

5,0

18,7

40,6

64,3

Pardo/Grande

0,9

10,1

1,4

12,4

1,2

21,5

1,7

24,4

1,4

32,3

1,9

35,6

Industrializadas

Piracicaba

 

 

Recomendado

7,3

9,8

14,9

32,0

9,8

9,3

18,2

37,3

12,3

9,0

21,6

42,8

Alto Tietê

43,5

4,6

10,0

58,1

58,6

3,1

12,6

74,2

73,9

3,0

14,9

91,8

Baixada Santista

5,8

1,0

13,2

20,0

4,7

1,6

16,5

22,8

6,9

2,1

19,9

28,8

Tietê/Sorocaba

4,1

13,4

10,4

27,9

5,5

18,9

12,0

36,4

7,5

24,3

13,5

45,3

Paraíba do Sul

4,0

8,2

8,5

20,7

5,5

11,5

10,7

27,7

7,2

22,2

12,9

42,3

Em industrialização

Tietê/Jacaré

 

 

Recomendado

4,2

3,3

8,9

16,3

5,3

4,7

9,1

19,1

6,7

8,7

9,4

24,8

Sapucaí/Grande

1,2

8,8

0,1

10,2

1,5

12,4

0,2

14,1

1,8

17,4

0,3

19,5

Alto Pardo/Mogi

2,6

20,9

5,7

29,2

3,3

28,5

6,3

38,1

4,0

28,5

6,8

39,3

Baixo Pardo/Mogi

2,7

5,9

25,0

33,6

3,4

9,6

26,0

39,1

4,0

17,7

27,0

48,7

Pardo/Grande

0,9

10,1

1,4

12,4

1,0

14,3

2,7

18,0

1,1

15,0

3,9

20,0

 

 Tabela 29. Disponibilidades hídricas segundo níveis de qualidade das águas nas bacias do leste do Estado de São Paulo

 

Unidade Hidrográfica

Área de Drenagem (km2)

Acresc. de Qref (m3/s)

Água Nobre

Água Boa

Água Aceitável

Água Poluída

Área de Drenagem (km2)

Q (m3/s)

Área de Drenagem (km2)

Q (m3/s)

Área de Drenagem (km2)

Q (m3/s)

Área de Drenagem (km2)

Q (m3/s)

Industrializadas

Piracicaba

11.020

50,0

6.140

33,3(1)

55

0,2

2.734

9,4

2.091

7,1

Alto Tietê

5.650

105,0

60,4(2)

-

-

-

-

-

44,6

Baixada Santista

2.887

51,0

1.157

29,0(3)

1.730

22,0(4)

-

-

95,0(5)

Tietê/Sorocaba

14.850

172,0

2.286

26,5

6.027

69,8

1.016

11,8

5.521

63,9

Paraíba do Sul

14.396

140,0

9.510

92,5

-

4.886

47,5

-

-

Em industrialização

Tietê/Jacaré

11.537

64,0

1.147

6,4

653

424

1.148

6,4

1.589

8,8

Sapucaí/Grande

9.077

40,0

2.100

9,3

5.070

26,3

707

3,1

300

1,3

Alto Pardo/Mogi

11.291

120,0

4.880

51,9

-

-

6.411

68,1

-

-

Baixo Pardo/Mogi

12.180

56,0

3.100

14,3

3.880

17,8

5.200

23,9

-

-

Pardo/Grande

7.030

25,0

-

-

7.030

25,0

-

-

-

-

(1) Inclui o ganho global com as barragens previstas pelo DAEE de 13,1 m3/s, a disponibilidade mínima natural de 16,2 m3/s e a descarga mínima garantida pela Sabesp de 4 m3/s.
(2) Inclui a capacidade atual dos sistemas produtores de 41,3 m3/s, mais a expansão prevista pela Sabesp até o ano 2001 de 19,1 m3/s, contribuindo o Capivari/Monos com 1 m3/s e Itatinga/Itapanhaú com 8 m3/s.
(3) Inclui as descargas aproveitáveis estimadas para os rios Itanhaém, Itapanhaú e Cubatão de 21, 12 e 5 m3/s, respectivamente e exclui as reversões para o Alto Tietê de 1 m3/s do Capivari/Monos e 8 m3/s do Itatinga/Itapanhaú.
(4) Inclui as contribuições estimadas globalmente, por diferença, para a parte restante da bacia.
(5) Inclui as derivações através do Sistema Billings-Cubatão, que não podem ser englobadas no balanço geral, pois já estão implícitas nos 105 m3/s do Alto Tietê.

 Convém lembrar que os usos consuntivos, ou seja, os que não permitem o retorno total das águas utilizadas para os cursos de água receptores locais, representando, portanto, perdas reais, contribuem para reduzir as disponibilidades remanescentes, nos mananciais.

Cabe destacar como usos consuntivos de maior relevância, os seguintes:

Irrigação - Embora não se disponha de pesquisa a respeito, é consenso no meio técnico que o retorno das águas utilizadas para irrigação é inexpressivo sendo considerado nulo para fins práticos.

Uso industrial - Existem diversos processos no âmbito da indústria, que envolvem consumos reais de água. Informações disponíveis a respeito mostram que as perdas envolvidas situam-se em torno de 20 a 55%.

Abastecimento urbano - Normalmente o retorno das águas utilizadas para abastecimento urbano representa cerca de 70% da água captada. Entretanto, no caso de áreas urbanas não dotadas de redes coletoras de esgoto, o retorno das águas servidas se faz através de fossas, diretamente ao lençol freático local, com remota possibilidade de retorno aos cursos de água locais, após um período de tempo certamente bastante prolongado.

Deve-se, ainda, esclarecer que as perdas consuntivas são cumulativas ao longo de um mesmo curso de água. Portanto, torna-se necessário considerar esse fato no balanço geral a ser realizado para as bacias do rio Mogi-Pardo, assim como para as do rio Tietê, lembrando que a Unidade Hidrográfica do Alto Tietê está efetivamente vinculada apenas à Baixada Santista, conforme já ressaltado.

Nas Tabelas 30 e 31 para uma melhor apreciação sobre os possíveis futuros déficits de água, são indicadas as demandas e respectivas perdas consuntivas referentes aos anos 1990, 2000 e 2010, e as disponibilidades hídricas globais para cada bacia, representadas pela vazão de referência, para ambos os cenários. A vazão de referência representa um parâmetro indicador das disponibilidades hídricas potencialmente aproveitáveis numa dada bacia.

Os índices de perda considerados correspondem às condições atuais.

Nas mesmas tabelas são também indicados para cada bacia os respectivos saldos hídricos que correspondem às diferenças entre as vazões de referências (Qref) e as perdas consuntivas globais (Qp), e representam as sobras de água nos rios após todos os usos efetuados.

Nas Figuras 38 e 39, além desses mesmos resultados, estão representadas também as disponibilidades hídricas relativas às quatro categorias de qualidade citadas e as previsões de demandas discriminando os diferentes tipos de uso da água.

Tabela 30. Demandas de água no ano 1990 e disponibilidades hídricas globais nas bacias do leste do Estado de São Paulo (m3/s)

Unidade

Hidrográfica

Urbana

Irrigação

Q

Industrial

Demanda

Total

Perdas Consuntivas (Qp)

Vazão de

Referência

(Qref)

Saldo

Hídrico

(Qref - Qp)

Índice

Índice

Q

de Perda

(%)

Perda

Q

de Perda

(%)

Perda

Na Bacia

A Montante

Acumulado

Industrializadas

Piracicaba

7,3

35

2,5

9,8

14,9

55

8,2

32,0

20,6

–

20,6

50,0

29,4

Alto Tietê

43,5

61

26,6

4,6

10,0

33

3,3

58,1

34,4

–

34,4

105,0

70,6

Baixada Santista

5,8

74

4,3

1,0

13,2

14

1,9

20,0

7,1

34,4

41,6

146,0

104,4

Tietê/Sorocaba

4,1

36

1,5

13,4

10,4

32

3,3

27,9

18,2

20,6

38,8

222,0

183,2

Paraíba do Sul

4,0

37

1,5

8,2

8,5

56

4,8

20,7

14,4

–

14,4

140,0

125,6

Em industrialização

Tietê/Jacaré

4,2

37

1,6

3,3

8,9

23

2,0

16,3

6,9

38,8

45,6

286,0

240,4

Sapucaí/Grande

1,2

32

0,4

8,8

0,1

36

0,0

10,2

9,3

–

9,3

40,0

30,7

Alto Pardo/Mogi

2,6

31

0,8

20,9

5,7

12

0,7

29,2

22,4

–

22,4

120,0

97,6

Baixo Pardo/Mogi

2,7

29

0,8

5,9

25,0

23

5,7

33,6

12,4

22,4

34,8

176,0

141,2

Pardo/Grande

0,9

33

0,3

10,1

1,4

34

0,5

12,4

10,9

34,8

45,7

201,0

155,3

 

Tabela 31. Demandas no ano 2000 e 2010 e disponibilidades hídricas globais nas bacias do leste do Estado de São Paulo, em m3/s

Unidade

Hidrográfica

BALANÇO PARA O ANO 2000

BALANÇO PARA O ANO 2010

Urbana

Irrigação

Industrial

Demanda

Total

Perdas Consuntivas (Qp)

Vazão de

Referência

(Qref)

Saldo

Hídrico

(Qref - Qp)

Urbana

Irrigação

Industrial

Demanda

Total

Perdas Consuntivas (Qp)

Saldo

Hídrico

(Qref - Qp)

Q

Índice

de Perda

(%)

Perda

Q

Q

Índice

de Perda

(%)

Perda

Na

Bacia

A

Montante

Acumulado

Q

Perda

Q

Q

Perda

Na

Bacia

A

Montante

Acumulado

Industrializadas

Piracicaba

Alto

11,1

35

3,9

20,8

20,7

55

11,4

52,6

36,1

–

36,1

50,0

13,9

14,9

5,2

31,2

27,4

15,0

73,4

51,5

–

51,5

-1,5

Alto Tietê

79,8

61

48,7

9,7

13,4

33

4,4

102,9

62,8

–

62,8

105,0

42,2

102,0

62,2

14,6

17,1

5,6

133,6

82,4

–

82,4

22,6

Baixada Santista

12,4

74

9,2

2,1

17,7

14

2,5

32,1

13,7

62,8

76,6

146,0

69,4

16,9

12,5

3,1

22,7

3,2

42,7

18,8

82,4

101,2

44,8

Tietê/Sorocaba

6,8

36

2,4

28,5

16,6

32

5,3

51,8

36,2

36,1

72,3

222,0

149,7

9,1

3,3

42,7

21,7

6,9

73,5

52,9

51,5

104,4

117,6

Paraíba do Sul

7,8

37

2,9

14,7

11,4

56

6,4

36,6

26,6

–

26,6

140,0

113,4

10,3

3,8

26,0

14,8

8,3

51,1

38,1

–

38,1

101,9

Em industrialização

Tietê/Jacaré

Alto

6,2

37

2,3

6,9

9,7

23

2,2

22,8

11,5

72,3

83,7

286,0

202,3

8,3

3,1

10,4

12,8

3,0

31,6

16,4

104,4

120,8

165,2

Sapucaí/Grande

1,9

32

0,6

18,7

0,1

36

0,0

20,8

19,4

–

19,4

40,0

20,6

2,4

0,8

28,1

0,2

0,1

30,7

28,9

–

28,9

11,1

Alto Pardo/Mogi

4,0

31

1,2

44,4

7,3

12

0,9

55,7

46,5

–

46,5

120,0

73,5

5,1

1,6

66,6

8,9

1,1

80,6

69,3

–

69,3

50,7

Baixo Pardo/Mogi

4,0

29

1,2

12,5

32,6

23

7,5

49,0

21,1

46,5

67,6

176,0

108,4

5,0

1,5

18,7

40,6

9,3

64,3

29,5

69,3

98,8

77,2

Pardo/Grande

1,2

33

0,4

21,5

1,7

34

0,6

24,4

22,5

67,6

90,1

201,0

110,9

1,4

0,5

32,3

1,9

0,6

35,6

33,4

98,8

132,2

68,8

Industrializadas

Piracicaba

Recomendado

9,8

35

3,4

9,3

18,2

55

10,0

37,3

22,7

–

22,7

50,0

27,3

12,3

4,3

9,0

21,6

11,9

42,8

25,2

–

25,2

24,8

Alto Tietê

58,6

61

35,7

3,1

12,6

33

4,1

74,2

43,0

–

43,0

105,0

62,0

73,9

45,1

3,0

14,9

4,9

91,8

53,0

–

53,0

52,0

Baixada Santista

4,7

74

3,5

1,6

16,5

14

2,3

22,8

7,3

43,0

50,3

146,0

95,7

6,9

5,1

2,1

19,9

2,8

28,8

10,0

53,0

63,0

83,0

Tietê/Sorocaba

5,5

36

2,0

18,9

12,0

32

3,8

36,4

24,7

22,7

47,5

222,0

174,5

7,5

2,7

24,3

13,5

4,3

45,3

31,3

25,2

56,5

165,5

Paraíba do Sul

5,5

37

2,0

11,5

10,7

56

6,0

27,7

19,5

19,5

140,0

120,5

7,2

2,7

22,2

12,9

7,2

42,3

32,1

32,1

107,9

Em industrialização

Tietê/Jacaré

Recomendado

5,3

37

2,0

4,7

9,1

23

2,1

19,1

8,7

47,5

56,2

286,0

229,8

6,7

2,5

8,7

9,4

2,2

24,8

13,3

56,5

69,8

216,2

Sapucaí/Grande

1,5

32

0,5

12,4

0,2

36

0,1

14,1

13,0

–

13,0

40,0

27,0

1,8

0,6

17,4

0,3

0,1

19,5

18,1

–

18,1

21,9

Alto Pardo/Mogi

3,3

31

1,0

28,5

6,3

12

0,8

38,1

30,3

–

30,3

120,0

89,7

4,0

1,2

28,5

6,8

0,8

39,3

30,5

–

30,5

89,5

Baixo Pardo/Mogi

3,4

29

1,0

9,6

26,0

23

6,0

39,1

16,6

30,3

46,9

176,0

129,1

4,0

1,2

17,7

27,0

6,2

48,7

25,1

30,5

55,6

120,4

Pardo/Grande

1,0

33

0,3

14,3

2,7

34

0,9

18,0

15,5

46,9

62,4

201,0

138,6

1,1

0,4

15,0

3,9

1,3

20,0

16,7

55,6

72,3

128,7

A análise dos resultados, permite inferir as seguintes constatações:

Quanto às bacias industrializadas

As Unidades Hidrográficas Tietê-Sorocaba e Paraíba do Sul não apresentam problemas imediatos de disponibilidades hídricas, uma vez que estas superam as demandas globais estimadas e as águas nobres ultrapassam as demandas urbanas.

A Unidade Hidrográfica do Piracicaba, apesar de ter demandas urbanas inferiores às disponibilidades de águas nobres, apresenta déficits extremamente elevados, em virtude das perdas consuntivas e da reversão de água pelo Sistema Cantareira.

Na Unidade Hidrográfica do Alto Tietê, que corresponde praticamente à RMSP, em ambos os cenários as demandas urbanas superam largamente as disponibilidades hídricas, revelando a necessidade de importação, a médio e longo prazos, de quantidades expressivas de água.

As Unidades Hidrográficas do Piracicaba, Alto Tietê e Baixada Santista, encaradas em conjunto, uma vez que estão hidraulicamente conectadas, possuem reservas globais insuficientes para suprimento de suas necessidades até por volta do ano 2010, mesmo para o Cenário Recomendado, em virtude principalmente das elevadas perdas consuntivas.

Quanto à comparação entre as demandas urbanas e as disponibilidades de águas nobres, a situação é crítica em termos do Cenário Alto e satisfatória para o Cenário Recomendado.

De qualquer forma, apesar das incertezas envolvidas, ressalta a necessidade de preservação das reservas nobres ainda disponíveis, e, a longo prazo, de importação de água de outras bacias para o suprimento urbano dessa região.

Quanto às bacias em industrialização

A Unidade Hidrográfica Tietê-Jacaré não deverá ter problemas imediato de atendimento às suas necessidades hídricas, uma vez que as disponibilidades superam amplamente as demandas.

A Unidade Hidrográfica Sapucaí-Grande, embora já apresente perdas consuntivas relativamente elevadas em virtude, principalmente, da irrigação, apresenta saldo hídrico, mesmo a médio prazo, ainda superior às demandas em ambos os cenários considerados.

Nas Unidades Hidrográficas do Alto Pardo-Mogi, Baixo Pardo-Mogi e Pardo-Grande, sob o ponto de vista do suprimento das demandas urbanas, a situação é razoável, uma vez que as disponibilidades nobres são amplamente suficientes. Por outro lado, quanto à irrigação e à demanda industrial a situação tende a tornar-se crítica, visto que as elevadas perdas consuntivas tornarão as vazões remanescentes nos rios muito baixas, o que refletirá na qualidade da água.