1.6.- SAÚDE E SANEAMENTO

Durante a segunda metade da década de 90, a região apresentou taxas de mortalidade infantil (35,59) superiores àquelas do Estado de São Paulo. Itapetininga, Município mais populoso da UGRHI, deteve uma taxa de 28,70 no ano de 1997, superior à média do Estado, que ficou em torno de 21,60. Outras cidades como Barão de Antonina (48,78), Campina do Monte Alegre (40,40), Capão Bonito (53,75), Ribeirão Grande (48,95) apresentaram taxas muito elevadas, sendo que Itararé e Ribeirão Branco obtiveram índices piores ainda no ano de 1997, com 60,72 e 81,76 respectivamente.

A taxa de mortalidade infantil por causas de veiculação hídrica (1,64) superou a do Estado (0,61) em 1997. Nesse ano, os Municípios de Capão Bonito (1,12), Guapiara (2,30), Itaberá (2,76), Itapeva (2,57), Itararé (4,96), Paranapanema (3,62), Pilar do Sul (2,07), Ribeirão Branco (6,29), Ribeirão Branco (6,99), São Miguel Arcanjo (3,40), Taguaí (6,71) e Taquarituba (4,58) registraram óbitos dessa natureza.

Estes Municípios, mais Ipaussu e Nova Campina, também registraram óbitos na categoria de mortalidade de menores de cinco anos, por doenças de veiculação hídrica.

No tocante ao saneamento básico, é importante assinalar que os sistemas de abastecimento de água potável atendem a mais de 90% da população urbana. Embora os mananciais superficiais sejam predominantes, os aqüíferos subterrâneos também são usados com freqüência em diversas cidades.

Importantes cidades da região apresentam índices de perdas de água muito elevados, como: Itapetininga (33,32%), Taguaí (35%), Piraju (30%), Taquarituba (40,58%), Buri (33,68%) e Taquarivaí (43,69%).

O problema do tratamento de esgotos continua grave. As mais recentes informações sobre sistemas urbanos de esgotos, disponibilizadas pela CETESB, mostram que em 2001, dos 34 Municípios da Bacia, 16 não apresentavam nenhum tipo de tratamento, entre eles, Itapetininga, Itapeva, Itararé, Itaí e Taquarituba.

As maiores cidades, praticamente lançam seus esgotos diretamente nos corpos d'água, sem qualquer tratamento, conforme mostra o quadro seguinte. Logicamente, este fato compromete o estado sanitário dos rios, consoante se esclarece no item de qualidade da água.

Carga Orgânica Poluidora

Municípios

Concessão

Atendimento

Carga poluidora
kgDBO/dia

Corpo receptor

Coleta
%

Tratam.
%

Potenc.

Reman.

Angatuba

SABESP

88

100

715

212

Rib. Grande
Arandu

SABESP

96

100

217

50

Córr. do Barreiro
Barão de Antonina

SAAEB

67

0

89

89

Água dos Pedrocas
Bernardino de Campos

SABESP

100

100

503

101

Córr. Dourado e Douradão
Bom Sucesso de Itararé

SABESP

84

0

105

105

Córr. Bom Sucesso
Buri

SABESP

100

100

739

148

Rib. Sta. Luzia/Rio Paiaí Grande
Campina do Monte Alegre

SABESP

68

100

224

102

Córr. da Cruz
Capão Bonito

SABESP

85

100

1975

632

Rib. do Poço
Coronel Macedo

SABESP

85

100

216

69

Rib. do Lajeado
Fartura

SABESP

100

100

614

123

Rio Fartura
Guapiara

SABESP

44

0

407

407

Rib. São José Guapiara
Guareí

SABESP

93

0

328

328

Rio Guareí
Ipaussu

SAAE

100

0

596

596

Rio Paranapanema
Itaberá

SABESP

84

100

596

196

Rib. das Lavrinhas
Itaí

SABESP

100

10

913

840

Rib. dos Carrapatos
Itapetininga

SABESP

96

1

6036

5989

Córr. Cavalo e Carrito
Itapeva

SABESP

86

0

3290

3290

Córr. Aranha/Rib. Pilão D’Água
Itaporanga

SABESP

84

100

534

175

Rio Verde
Itararé

SABESP

74

0

2310

2310

Córr. da Pedra
Manduri

SEMAN

100

0

343

343

Córr. Lajeadinho
Nova Campina

SABESP

100

100

209

42

Rib. Taquari Mirim
Paranapanema

SABESP

100

0

629

629

Represa Jurumirim
Pilar do Sul

SABESP

86

2

944

931

Rib. do Pilar
Piraju

SABESP

96

0

1311

1311

Rio Paranapanema
Ribeirão Branco

SABESP

52

94

485

295

Rib. Branco
Ribeirão Grande

SABESP

56

100

126

69

Córr. Ribeirão Grande
Riversul

SABESP

67

100

272

126

Rib. Vermelho
São Miguel Arcanjo

SABESP

87

96

970

322

Córr. S. Miguel Arcanjo
Sarutaiá

SABESP

90

100

152

43

Córr. do Barranco
Taguaí

SABESP

100

100

345

69

Rio Fartura
Taquarituba

SABESP

99

4

990

958

Rib. do Lajeado
Taqurivaí

SABESP

85

100

123

39

Córr. Sem Nome
Tejupá

PM

70

0

147

147

Córr. da Pedra Branca
Timburi

SABESP

100

0

98

98

Rib. Retiro
Fonte: CETESB - Relatório de Qualidade das Águas Interiores do Estado de São Paulo - 2001

No tocante à coleta de esgotos domésticos observa-se que, embora diversos Municípios apresentem índices de 100% de coleta (Bernardino de Campos, Buri, Fartura, Ipaussu, Itaí, Manduri, Nova Campina, Paranapanema, Taguaí e Timburi), outros ainda têm seus índices muito baixos, como: Barão de Antonina (67%), Campina do Monte Alegre (68%), Guapiara (44%), Ribeirão Branco (52%), Ribeirão Grande (56%) e Riversul (67%).

Quanto aos esgotos industriais, a CETESB monitora o procedimento dos estabelecimentos mais importantes da UGRHI, registrando as atividades desenvolvidas e as cargas remanescentes, orgânica e inorgânica, lançadas nos cursos d'água.

As descargas mais significativas localizam-se nos Municípios de Itapetininga, Itapeva, Itararé e Piraju.

As indústrias do ramo sucro-alcooleiro, embora apresentando forte potencial poluidor, despejam pequena carga em virtude de sistemas próprios de tratamento.

Segundo dados da CETESB, a carga poluidora proveniente de esgotos domésticos, lançada na Bacia, é estimada em 21 tDBO5/dia, enquanto que a carga resultante das atividades industriais chega a 1,82 tDBO5/dia, o que acaba comprometendo especialmente as sub-bacias do Rio Paranapanema Inferior, Alto Taquari, Rios Guareí, Jacu, Sto. Inácio e Paranapanema, Baixo Apiaí-Guaçú e Baixo Itapetininga.

Com relação aos resíduos sólidos domésticos, a situação ainda encontra-se precária. No ano 2000, a CETESB concluiu que, apenas 2 Municípios da Bacia (Itaberá e Bernardino de Campos), dispunham de forma adequada os seus resíduos sólidos.

De 1999 para 2000 houve pouca melhora na qualidade do tratamento final dos resíduos. Um Município que, em 1999, apresentava disposição adequada (Taquarituba) perdeu essa condição e teve queda do IQR (Índice de Qualidade de Aterros de Resíduos).

Na média, percebe-se que o IQR da Bacia vem melhorando ano-a-ano: 3,8 em 97, 4,4 em 98, 5,2 em 99 e 5,6 em 2000.

A análise da CETESB mostrou a seguinte situação em termos de qualidade da disposição dos resíduos sólidos:

-  disposição adequada  ð 5,88% (Bernardino de Campos e Itaberá);

-  disposição controlada  ð 50,0% (Piraju, Taguaí, Paranapanema, Angatuba, Ribeirão Grande, Taquarituba, Barão de Antonina, Fartura, Itaí, Riversul,Tejupá, Timburi, Sarutaiá, Campina do Monte Alegre, Coronel Macedo, Itaporanga e Guapiara);

-  disposição inadequada  ð 44,12% (Manduri, Itapetininga, Ribeirão Branco, Arandu, Capão Bonito, Itapeva, Taquarivaí, Nova Campina, Pilar do Sul, Ipaussu, Bom Sucesso de Itararé, Guareí, São Miguel Arcanjo, Buri e Itararé).

É relevante registar que 13 Municípios da UGRHI 14 assinaram o TAC - Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta, ou seja, 38,23% (Capão Bonito, Taquarivaí, Nova Campina, Pilar do Sul, Ipaussu, Paranapanema, Angatuba, Taquarituba, Fartura, Riversul, Coronel Macedo, Itaporanga e Itaberá).

No tocante aos resíduos sólidos industriais, o inventário fornecido pela CETESB e apresentado no Relatório "0", mostra que diversas indústrias dispõem seus resíduos sem tratamento, no solo, em lixões ou aterros municipais, o que pode provocar eventual poluição de aqüíferos subterrâneos.

Particularmente, as indústrias do ramo de cimento, localizadas nos Municípios de Itapeva e Ribeirão Grande, dispõem anualmente, de diversas formas, 2.623.953 toneladas de resíduos sólidos industriais. As industrias do setor de fabricação de papel capa e papel miolo, dispõem também de diversas formas, 22.473 ton/ano. Outros setores contribuem com 4.000 ton/ano de resíduos industriais, dispostos de forma variada.

Diante desse quadro, o Relatório "0" sugere atenção especial com as sub-bacias do Alto Itararé, Alto Taquari, Rios Guareí/Jacu/Sto. Inácio/Paranapane-ma, Baixo Itapetininga e Rio das Almas.

 

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