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Como a poluição do meio ambiente por plástico pode prejudicar sua saúde

02/07/2021 - Categoria: Informes

Você já se perguntou o que acontece com todo o plástico produzido no mundo, as implicações para a saúde humana, a saúde dos animais e o meio ambiente? Os produtos petroquímicos começaram a aparecer no nosso dia a dia há menos de 100 anos. Do combustível fóssil são feitos inúmeros luxos da vida moderna, desde embalagens, aparelhos do dia a dia e até roupas. Os petroquímicos e os metais pesados, porém, são extremamente tóxicos e a ingestão dessas substâncias pode causar doenças como câncer, má formação dos órgãos sexuais, diabetes e problemas neurológicos.

Pesquisa realizada pela revista Environmental Science and Technology, publicada pela Sociedade Americana de Química, mostra que, desde 1960, a produção mundial de plásticos aumentou quase 10% anualmente.

“Com o tempo, o plástico vai se degradando, lixiviando toxinas ambientais e pequenas partículas de 1 a 5 milímetros chamadas microplásticos. Cerca de 39 mil a 52 mil pedaços de microplásticos podem estar na nossa dieta anual. Se incluirmos os pequenos pedaços que inalamos, esse número pode subir para 74 mil”, afirma a pesquisa.

Proteção

André Gallego Augusto, engenheiro de produção, sócio fundador da Galícia Educação, avalia que a preocupação com a contaminação do meio ambiente já entrou para a agenda global.

“O mundo e as grandes empresas têm se preocupado cada vez mais com o meio ambiente, a proteção de biomas, a redução de emissão de CO² e alternativas de matéria-prima para minimização dos impactos. Dessa forma, estão ocorrendo vários debates para esclarecer e conscientizar as pessoas sobre a importância do assunto”, afirma.

O engenheiro explica que o plástico é um polímero derivado do petróleo.

“Portanto, sua dissolução com o tempo se torna imperceptível e acaba se transformando em microplásticos, que são altamente poluentes. Dez por cento de todo plástico utilizado é reciclado, o restante é descartado em aterros ou irregularmente no meio ambiente. O plástico que é lançado no meio ambiente, acaba penetrando no solo por meio da água de chuva, direcionado aos rios, e, finalmente, aos oceanos, onde já existem verdadeiras ilhas de lixo desse material”, afirma.

Segundo Gallego, as partículas de microplásticos se misturam na água e acabam sendo ingeridas por peixes e animais marinhos em geral. Além disso, podem contaminar os lençóis freáticos e acabar sendo ingeridas por humanos.

Para reduzir as consequências negativas, André Gallego explica que, primeiramente, é preciso mudar hábitos de consumo de objetos plásticos de uso único, como copos, talheres, canudinhos, garrafas de água e refrigerantes, sacolas e embalagens em geral.

“Devemos adotar alternativas viáveis, como ter nossa própria garrafinha de água, canudinho de metal, sacolas reutilizáveis, comprar mais alimentos a granel, sem embalagem. São ações que ajudam a diminuir o consumo de plástico. Com isso, diminuímos a geração de lixo no planeta, a emissão de gases de efeito estufa e a contaminação das águas.”

O engenheiro de produção diz que todo desastre ambiental tem um impacto muito expressivo, muitas vezes irreversível.

Degradação ameaça mananciais

Os mananciais são extremamente importantes, não somente para o fornecimento de água para as populações, mas, também, para a manutenção da qualidade do meio ambiente, que depende destes reservatórios de água. Por isso, a preservação e a recuperação dos mananciais se tornam um tema cada vez mais importante. De acordo com a Organização das Nações Unidas, cerca de 25% da população mundial sofre com falta de água.

“Os mananciais estão no centro da vida, propriamente. É de lá que temos acesso a água, tanto para beber, quanto para qualquer atividade humana. E, não por acaso, consideramos o acesso à água como um direito humano”, afirma Guilherme Checco, coordenador de Pesquisas do Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS).

Com cerca de 12% de toda a água doce do mundo, o Brasil é rico em biodiversidade e possui um patrimônio ambiental invejável. No entanto, boa parte de nossos ecossistemas e reservas hídricas estão comprometidos diante de ações de degradação ambiental.

De acordo com Guilherme Checco, a degradação das nascentes interfere diretamente tanto na oferta de água para consumo, quanto nas mudanças climáticas:

“As áreas de mananciais são áreas socioambientalmente bem delicadas, exatamente por causa das funções que cumprem. Por isso, elas exigem uma série de cuidados.”, diz.

tualmente, a exploração irresponsável do solo e da água, resultado de práticas humanas inadequadas, é o maior fator de destruição dos mananciais. A poluição excessiva do meio ambiente resulta, entre outras ações, da falta de infraestrutura de saneamento básico em grande parte do território nacional. A falta de coleta e tratamento de esgoto, por exemplo, acaba por inviabilizar as fontes de abastecimento. Além disso, o desmatamento desequilibra a composição dos gases atmosféricos e reduz os índices pluviométricos em algumas regiões.

A indústria também se tornou uma grande vilã para os reservatórios de água. Além da redução da disponibilidade da água, o excesso de dejetos despejados nos rios gera, entre outros impactos, a superexploração das fontes hídricas. Assim, o volume de água disponível para abastecimento residencial e industrial, sobretudo próximo aos centros urbanos, torna-se cada vez mais escasso e de qualidade duvidosa. Na agricultura, problemas relacionados ao manejo inadequado do solo e a toxicidade dos insumos agrícolas também influenciam diretamente nas fontes de água.

Por isso, é preciso buscar saídas para evitar os impactos da degradação dos recursos hídricos. Checco avalia que, há necessidade de uma união de setores para preservar os manguezais:

“Há a necessidade de um elo de responsabilidade. O Estado fazendo a sua parte, a empresa prestadora de serviço e a sociedade”, pontua.

O especialista afirma que zelar pelo uso racional dos recursos naturais também é um dever da população.

“Não podemos observar os rios que passam pela nossa cidade sem questionar de onde aquela água vem, e se nossas atitudes estão zelando por ela.”

Pequenos hábitos, como uso domiciliar de água da chuva, por exemplo, simbolizam ações sustentáveis que podem trazer grande impacto. (FS, GB e GC)

Fonte: Correio Braziliense