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No Vaticano, Braga diz que crise da água é risco que reflete na estabilidade política e social

24/02/2017 - Categoria: Mundo | Eventos

Foto: Assessoria de imprensa
 

O presidente do Conselho Mundial da Água e Secretário de Saneamento e Recursos Hídricos do Estado de São Paulo, Benedito Braga, participou do Workshop “O direito humano à água”, na Pontifícia Academia da Ciência, do Vaticano, nesta quinta e sexta-feira. No evento, que reuniu um grupo de 90 personalidades de todos os continentes, além do Papa Francisco, Braga destacou que a crise da água no mundo reflete na estabilidade política e social. 

Ao falar sobre os efeitos das mudanças climáticas, o Secretário ressaltou seus efeitos sociais, econômicos e políticos. “A crise da água no mundo não é apenas uma ameaça em si mesma, mas um risco múltiplo que se reflete diretamente na estabilidade política e social. Dados do National Intelligence Council, dos Estados Unidos, apontam que a segurança hídrica é fundamental para a estabilidade política e o Fórum Econômico Mundial confirmou isso no seu Relatório de Riscos de 2017”, disse o Secretário. 

Segundo Benedito Braga, o evento é uma iniciativa extremamente importante para o setor de recursos hídricos no âmbito mundial. “O envolvimento do Papa Francisco e a participação da Academia de Ciências do Vaticano trazem uma mensagem sobre a importância que tem a água”, afirmou, lembrando que o próximo Fórum Mundial da Água, maior evento planetário sobre o assunto, será em 2018 no Brasil. Braga inclusive fez o convite oficial para a participação do Vaticano no Fórum.

O Secretário ainda recordou como o Estado de São Paulo enfrentou a escassez hídrica de 2014/2015. “Com a seca extrema, foi necessário mexer em questões ‘estruturais’ e ‘não estruturais’, indo da aceleração de investimentos na produção de água potável à busca da conscientização da sociedade para estabelecer um novo padrão de consumo. Apesar das dificuldades, São Paulo não parou e hoje outros estados e países vêm conhecer o que foi e está sendo feito. Exemplos disso foi a vinda de técnicos da Companhia de Saneamento do Distrito Federal (CAESB) para conhecer unidades de tratamento com uso de membranas e o empréstimo das bombas do Cantareira para aliviar os efeitos da seca no Nordeste”, ressaltou.

O Workshop foi coordenado por outro brasileiro, o Cardeal Cláudio Hummes, Presidente da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM). Outro representante do País no evento foi o Diretor da Fundação Amazônia Sustentável, Virgilio Vian.  O intuito do encontro foi gerar um espaço interdisciplinar de debate, reflexão, análise e propostas para o alcance de políticas de gestão, que assegurem a efetiva contribuição da ciência, da cultura, da política e dos avanços tecnológicos em vista de uma sociedade mais justa, solidária e equitativamente desenvolvida.

Papa
O líder da Igreja Católica ressaltou que a água é direito fundamental a todo ser humano. “É doloroso quando a lei de um país ou grupo de países não considera a água como um direito humano. Mais doloroso é quando remove o que foi escrito e este direito humano é negado. É um problema que afeta a todos”, destacou Francisco. 

Ele também pediu união para a garantia de água a todos. “(é necessário) Promover uma cultura de encontro, que une todas as forças necessárias de cientistas, empresários, governantes e políticos por uma causa comum. É preciso unir as nossas vozes, não sendo mais vozes individuais ou isoladas. É o grito da terra que pede o respeito e a responsabilidade compartilhar um bem. Nesta cultura de encontro, é imprescindível a ação de cada Estado como garantia do acesso universal à água potável e de qualidade”, disse o Papa.

Para ler todo o discurso do Papa, clique aqui (em espanhol). 

Com informações da SSRH.