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Braga fala na Fiesp sobre as ações para a segurança hídrica em SP

29/06/2017 - Categoria: Eventos


Texto e foto: SSRH


O secretário de Saneamento e Recursos Hídricos do Estado de São Paulo, Benedito Braga, participou na terça-feira, dia 27, da reunião do Conselho Superior do Meio Ambiente (Cosema) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP). Por aproximadamente duas horas, Braga falou aos conselheiros da entidade sobre o tema “O Enfrentamento da Crise Hídrica e o Abastecimento de Água no Período de Seca que se Inicia”, fazendo um panorama das ações e obras realizadas desde 2014, pelo Governo Geraldo Alckmin para garantir a segurança hídrica no Estado.

Braga apresentou números sobre a seca no período da crise hídrica, ressaltando que as previsões meteorológicas do INPE/CPTEC apontavam um período de normalidade de chuvas no final de 2013 e início de 2014, o que não ocorreu. “A afluência água nos reservatórios do sistema Cantareira registrada em 2014 foi a metade da de 1953. Esse, até então, era o pior período registrado nos 84 anos de medição e representava metade da média. Ou seja, tivemos um fenômeno raríssimo, cuja probabilidade de ocorrência é de em média uma vez a cada 250 anos”, ressaltou.

Ações emergenciais
O Governo do Estado investiu em quatro frentes estratégicas para enfrentar a crise. A primeira foi realizar obras emergenciais que possibilitaram o uso das reservas técnicas do Cantareira. A segunda foi criar um programa de bônus que premiasse o consumidor que reduzisse a sua média de gasto de água (foram também instituídas multas aos gastões a partir do início de 2016). A terceira foram as obras que permitiram os avanços dos sistemas que estavam com melhor capacidade de abastecimento (Alto Tietê, Guarapiranga e Rio Grande), para atender áreas antes abastecidas pelo Cantareira. E o quarto ponto foi o combate às perdas de água, reduzindo a pressão nas tubulações durante o período noturno.

O secretário lembrou que assumiu a SSRH em janeiro de 2015, no momento mais agudo da crise hídrica, quando o índice do Cantareira estava em 5% contando com as reservas técnicas. “Hoje o Cantareira está com quase 70% (sem contar as reservas técnicas) e o Alto Tietê aproximadamente 60%, em pleno período seco. No total, temos armazenados mais de 1 trilhão de litros. E 1,3 trilhão se considerarmos as reservas técnicas”, afirmou Benedito Braga.
 

Obras de médio e longo prazo
Foram iniciadas obras de médio porte ainda durante o período da crise, destacando-se as interligações Rio Grande - Alto Tietê e Rio Pequeno – Rio Grande, as captações do Guaió e do Guaratuba e a ampliação da capacidade de tratamento de água dos sistemas Guarapiranga e Rio Grande com o uso de unidades de membranas. Destaque ainda para as grandes obras que deverão ser entregues em 2017 e 2018: o novo Sistema Produtor São Lourenço, a Interligação Jaguari-Atibainha e a captação do Itapanhaú.

“São obras que possibilitaram a saída da crise, trouxeram segurança hídrica para a Grande São Paulo e garantem a chamada infraestrutura de redundância. Isto é, são obras que ultrapassam a necessidade normal de fornecimento de água não funcionando o tempo todo, mas estão prontas para serem usadas a qualquer momento em caso de necessidade”, apontou o secretário, lembrando que os investimentos realizados garantem o abastecimento da região pelas próximas décadas e que o Governo já tem em pauta estudos para até 2050.

O Governo do Estado investe ainda nos usos sustentáveis da água, como o incentivo à troca de equipamentos que consomem mais por modelos mais econômicos em condomínios, comércios e indústrias, com financiamento do Fundo Estadual de Recursos Hídricos (FEHIDRO). Também é incentivada a utilização da água de reuso e são realizados projetos de educação ambiental para incentivar as novas gerações a adotarem comportamentos de consumo mais racional.
 
Desafios mundiais
O secretário apresentou também um breve cenário do tema água no mundo, ressaltando que a maior variabilidade do clima exige que se tenha infraestrutura para enfrentar períodos de enchentes mais acentuadas e secas mais severas. “Os países do Terceiro Mundo, justamente por não contar com a infraestrutura necessária, são os que mais sofrem com essa variabilidade. Um exemplo disso é que os Estados Unidos contam com cerca de 5 mil m3/ano de capacidade de armazenamento de água por habitante, enquanto o Zimbábue conta com apenas 40 m3/ano por pessoa”.

Braga também destacou o compartilhamento da água como um fator cada vez mais importante para o futuro. “Para ter uma ideia, existem 261 bacias hidrográficas no mundo compartilhadas por dois países ou mais. Esse assunto é muito importante e por isso foi escolhido como tema do 8º Fórum Mundial da Água, que acontecerá em março de 2018 no Brasil”, ressaltou o secretário, que também é presidente do Conselho Mundial da Água.